Um completo idiota

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Capítulo cinco: Um completo idiota

Eu estava parada em frente aquela porta a bons segundos, pensando se realmente deveria fazer aquilo. A plaquinha acima da porta deixava bem claro "vestiário masculino" e a maçaneta gelada me fazia entender o quão quente meu corpo estava. O choque término que se dava por minhas veias me dava calafrios.

— Ei, você! O que está fazendo? — meu desespero foi grande quando a voz de Ramon, treinador do time de basquete se fez em meus ouvidos em uma clara repreensão.

Garotas eram estritamente proibidas no vestiário masculino, no entanto, garotos também eram proibidos nos alojamentos femininos e o capitão do time estava dormindo em um deles. Talvez as regras da universidade não eram tão pétreas assim.

— Você! Não pode entrar aí! — ele se aproximava a passos ligeiros e no desespero eu apenas empurrei a porta e entrei naquele covil, me arrependendo no momento seguinte.

Os olhares de todos os garotos ali se viraram em minha direção, o medo tomou conta dos meus poros e meus olhos quase saltaram quando a visão dos seres semi nus foram refletidas pelas lentes de meus óculos.

— Meu Deus! — eu estava assustada, trêmula e tentava a todo custo procurar um único rosto conhecido.

— Olha só, que criaturinha exótica! — Um deles fala — Ainda existem dessa espécie? — as piadinhas eram ridículas a meu respeito, os sorriso, gargalhadas e aqueles leões se aproximando de mim como se fosse uma carcaça; uma presa fácil e suculenta.

— Desculpem — peço, caminhando pelo corredor de abutres em busca dele.

Minhas mãos estavam suadas, meu esqueleto trêmulo e a pele em um vermelho tão intenso que os perus sentiriam inveja, afinal, eu facilmente superei a cor de suas cabeças.

Por Deus, o que eu estava fazendo?

Havia um amontoado de armários por todos os lados que formavam uma espécie de cubículo quadrado onde os garotos se trocavam e eu passei por dois deles antes de, finalmente, me deparar com aquelas jabuticabas grandes e escuras e o sorriso cafajeste que há poucos dias, conheci.

— Olá, Cinderela! — ele estava jogado em um dos bancos, desenrolando as fitas que protegem seus dedos, sem camisa, apenas com o short e os cabelos suados.

— Jeon... finalmente — havia uma fileira de garotos curiosos atrás de mim, faziam uma espécie de mutirão e aquilo me deixava nervosa. Por Deus, eu estava prestes a desmaiar com aqueles olhares — Posso falar com você? — meu tom era contido, apenas poderia ser ouvido pelo silêncio ensurdecedor que se fazia naquela sala enorme que cheirava a testosterona e Rexona.

— Cade ela? Onde ela está? — a voz raivosa de Ramon se fez aos gritos pela porta ao qual entrei há pouco e meu desespero foi tão grande que lágrimas tomaram conta de meus olhos.

Meu Deus, eu seria expulsa por assédio!

O nervosismo em mim era notável. Jimin, que conhecia apenas de vista e sabia quem era apenas por se relacionar com minha melhor amiga, parecia achar graça em tudo aquilo, os outros tacavam lenha na fogueira ao apontarem para mim e Jeongguk, misteriosamente, estava calmo demais quando resolveu se levantar.

— Você! — Ramon quando finalmente passou pela fileira de rapazes olhou-me com sangue nos olhos — O que pensa que está fazendo aqui, sua pervertida!? — minha boca se abriu em uma indignação tão grande, que palavras me faltaram. Eu não conseguia sequer explicar meus motivos para estar no vestiário masculino, sequer havia uma boa explicação para aquilo tudo — Eu vou denunciar você ao conselho! Sabe a gravidade de invadir o vestiário masculino? — ele gritava, me repreendendo como uma criança enquanto andava de um lado para o outro.

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⏰ Last updated: May 03 ⏰

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BAD BOY (Jeon Jeongguk)Where stories live. Discover now