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    Olho para o céu, ele ainda está preto; as montanhas ainda não se espreguiçaram com o sorriso do sol; as águas ainda não foram agitadas pelo falar dos ventos; mas o galo está de pé, cantando e despertando a natureza!

- Ah, bom dia dia, bom dia Pai! – exclamei com felicidade e disposição. – Bom dia mãe, bom dia pai, espera, cadê papai?

   Mamãe estava na cozinha preparando nosso café (e o café dela é muito maravilhoso, e não estou dizendo isso por causa dela ser minha mãe) com um vestido florido com um pano de prato no seu ombro direito.

- Oi querido, tudo bem? Seu pai já saiu para buscar o leite, vá logo escovar seus dentes e ajudar o seu pai! – disse mamãe para mim, enquanto ia colher as frutas no quintal, atrás da casa, para o café da manhã.

- Tá bom, tchau mãe, te amo!

- Também te amo filho! – respondeu mamãe com um sorriso alegre e genuíno.

   Papai estava adiantado dezenove segundos à minha frente, mas já estava há cem metros de mim!

- PAI! Me espera! – gritei quase morrendo por correr muito para alcançá-lo.

- Bom dia filho! – disse papai rindo por me ver exausto.

- Bom dia...pai...uh! – respondi ofegando. - Então, o que vamos fazer hoje?

- Bom, agora nós vamos ao pasto ordenhar, para o café da manhã e, mais tarde, vamos nos divertir um pouquinho! – disse pai com um sorriso misterioso.

- Tá bom! – afirmei com um sorriso animado.

- Vai assim pro pasto? – perguntou papai.

- Hã, vou; por que?

- Cadê suas botas? – indagou papai.

- Ah, elas rasgaram; ontem eu fui subir a montanha e, elas rasgaram, mas eu não lembro como, que estranho!

- Tudo bem, vamos assim mesmo então! – afirmou papai rindo.

   Papai estava na frente, e eu seguindo-o atrás. Eu pisei onde o papai pisou, mas escorreguei numa pedra molhada e caí com minha perna esquerda no lago, que era bem fundo, mas havia uma parte de terra onde eu pisei, e graças a isso, eu não tomei um banho gelado naquele lago às 3h da manhã!

- Pai? Pai? Onde está o senhor?

   Quando eu retirei minha perna do rio, olhei para frente e papai não estava ali; olhei para os lados e para trás, e ele também não estava ali. Olhei para frente novamente, e papai estava com um machado erguendo-o em minha direção, para me matar, com a outra mão segurando uma garrafa de bebida alcóolica, e ele se aproximou de mim e...

- Acorda filho! – chamou-me meu pai com um sorriso no rosto sacudindo-me na minha cama.

- Já estou acordado papai! – respondi com os olhos arregalados e com a testa franzida!

   Rapidamente eu me levantei e fui à sala, ver mamãe, ainda com os olhos arregalados e a testa franzida.

- Olha só, está todo disposto hoje hein! – disse mamãe alegre.

- Que essa disposição continue, pois o dia será cheio! – afirmou papai rindo. - Vem filho, vamos trabalhar! – chamou-me papai.

- Mas já? E o café? – indaguei.

- Hoje nós vamos procurar o nosso café! – respondeu papai rindo.

- Mãe? – chamei-a com um pouco de preocupação.

    Mamãe não disse nada, apenas riu, enquanto papai jogou as botas no meu pé.

- AI! – gritei.

FedelhosOnde histórias criam vida. Descubra agora