→ Capítulo Cinco: Áster ←

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A nave estremeceu quando os trens de pouso tocaram o solo de D'Qar.


Áster tonteou. O frio percorreu por seu corpo, da cabeça aos pés ele sentia como se uma nevasca o estivesse afogando, a dor latejante fazia seu crânio pesar duas vezes mais. Em sua boca veio o amargor, o gosto áspero de ferro contagiou suas papilas, como se ele houvesse comido um pedaço de metal.


O garoto continuava sentado no banco do copiloto, com seu braço enfaixado em improviso e a parte superior de seu macacão totalmente aberta. Poe havia cuidado dele enquanto ele dormia, tendo rasgado a manga da blusa preta que ele usava por baixo do traje de piloto. O colete, e todas as outras partes do traje, como o cinto e o sistema de suporte a vida estavam jogados no chão do transporte.


Ele piscou, e segundos depois Áster estava descendo a rampa do ônibus espacial com o braço ao redor do pescoço de Poe, pisando com dificuldade. Ouviu vozes ao seu entorno, vozes conhecidas, e imediatamente sentiu a brisa confortável daquela atmosfera lhe tocar como um abraço caloroso. Entretanto, Áster levantou o rosto com dificuldade para tentar identificar o que estava acontecendo. Sua audição começava a falhar, ele sentia os ferimentos derivados da última batalha arderem, pinicarem, e conseguiu visualizar seu X-Wing branco e laranja pousar bem próximo de onde estava, ouvindo os motores rangerem, até que a última visão que teve, antes de tudo escurecer, foi sua mãe se aproximando ao lado de uma maca que flutuava.



...



O garotinho segurava firme a mão apertada de seu pai, enquanto ambos desciam lentamente a rampa da Millenium Falcon. Ao lado deles estava Leia, sua mãe, com um elegante vestido vermelho adornado com pérolas brancas.


Ele sentia cheiro de combustível e graxa, nada que já não tenha sentido antes, mas mesmo assim era o suficiente para fazer suas narinas arderem.


O sol brilhava solenemente dentro daquele grande hangar, e o pequeno Áster pôde ver dezenas de caças-estelares amarelos e prateados, únicos e enfileirados, naves que ele nunca tinha visto, mas graças às aulas de C-3PO, o droide de protocolo dourado que seguia logo atrás deles com seus passos lentos, sabia que àquelas pertenciam ao modelo N-1, da casa real de Naboo.


Ele olhava para todos os lados, levantava o queixo, curioso com aquele novo ambiente, alguns pilotos vestidos com trajes marrons estavam polindo a lataria de seus caças quase dourados que refletiam a luz do sol. Áster se encantava com a imensidão daquele lugar, por mais que já tivesse visto outros hangares maiores, ainda era sua primeira vez em Theed.


- Sejam muito bem vindos à Naboo! - disse uma voz alegre que vinha de frente a ele e sua família, fazendo o garotinho perder o foco nas coisas ao redor. - Sou grata por ter aceitado meu convite, Princesa Leia. Nosso planeta é eternamente agradecido a você e sua família desde a época da velha república até a fatídica Operação Cinzas. Não existe outra maneira de agradecer pela bravura de sua mãe, nossa heroína e eterna rainha, Padmé Amidala, a não ser por um convite.


Áster olhou para a moça que se aproximava ao meio de dois soldados armados. Ela era bonita, alta, e na opinião de Áster, seu vestido esquisito e seu corte de cabelo maluco eram incríveis. Seu cabelo crespo era enrolado de uma maneira nada convencional, formando um cone que pendia para cima. Seu vestido, roxo com azul, fazia curvas no tecido que o garoto não conseguia compreender.


Ele ouviu um rugido vindo de trás, Chewbacca, o seu tio wookiee, havia acabado de sair da Falcon, com seus pelos castanhos sendo iluminados pelos fios dourados do sol.


Sua mãe partiu na direção da mulher elegante, que sorria alegremente ao olhar para ela com um aperto de mão.


- O prazer é todo meu, rainha Coronna. Fiquei extremamente feliz quando soube de seu convite, é uma honra comparecer mais uma vez ao Palácio Real de Theed.

STAR WARS: Jornada De Sangue (em andamento)Onde histórias criam vida. Descubra agora