Cap.7 - Os Pálidos

8 1 0
                                    

As noites em Sangueforte eram frias, porém, o povo da cidade agitava em um calor envolvente. Havia muita música, muito mais do que durante o dia. As casas de pedra deixavam velas acessas nas janelas e tochas ao lado da porta. Muita gente dançava e ria pelas ruas e nessa multidão, Gaspar corria para avisar Azaleia da Gota do Gargalo. As palavras do pai de Vanya ecoam em sua cabeça, quase como se ele sussurrasse em seu ouvido, "Matem Azaleia, matem Azaleia, matem Azaleia". Ao chegar na entrada da pirâmide, precisou passar pelo portão de ferro que separa a cidade dos domínios da pirâmide e no portão de entrada da construção, dois guardas o impediram.

— Me deem licença.

— Não podemos deixar você passar. — O soldado usava roupas leves, de coloração vermelha. O outro ao lado, de cabelos cacheados e pele parda, apontou sua lança para o rosto de Gaspar.

— De meia volta.

— Azaleia saberá disso! — Gaspar deu alguns passos para trás. — Preciso entrar agora!

— Ordens de seu pai, não podemos deixar você sair ou entrar na pirâmide.

— Meu pai? — Ponderou a ideia. — Azaleia...

Enquanto isso, a mulher de pele negra rolava no seu tapete em meio ao quarto, de pele nua e sua companhia, Vanya, de pele parda. As duas se beijavam peladas de suas mãos percorriam o corpo uma da outra. As mãos da princesa apertavam os seios de Vanya.

— Eu não sabia que você beijava tão bem. — Elogiou Vanya.

— É? Então continua.

De volta para a entrada da pirâmide, Peyny chegava em seu cavalo e avistava seu filho, Gaspar, brigando com os guardas da entrada. Avançou o cavalo para cima, tentando apaziguar a situação.

— Parem com isso. — Ordenou o mão direita e assim, os guardas o fizeram. — Gaspar, você está bem?

— Como você pôde...como pôde trair a casa Vanra...

— Gaspar, aqui não é hora e nem lugar para termos essa conversa.

— Kou confiou em você, e agora planeja matar a filha dele e suceder Dracena porque acham que ela será facilmente manipulada pelo conselho?

— Já chega! — Gritou Peyny. — Você fala de coisas que não entende! Conversaremos melhor lá dentro.

— Os guardas não me deixam passar.

— Agora deixam. — O homem fez um sinal com as mãos para saírem da frente e assim os dois adentraram a pirâmide.

Enquanto isso, do outro lado mundo, a dupla Agnes e o cavaleiro juramentado do rei, Rey, o caolho maneta, passavam pela ponte Selve. A maior ponte do mundo. Uma construção colocação que liga dois continentes. A caminhada é longa, o clima é desagradável e a maresia pior ainda. Muitos acabam perecendo no meio do caminho, porém, é na rota mais segura para se chegar em Estreitoeste.

— O que vai fazer quando chegarmos a Jardim Negro? — Indagou seu senhor.

— Majestade, eu irei atrás do melhor espadachim do mundo para que ele me treine, assim poderei defender vossa majestade.

— Pelo que fiz a você, hoje mereceria descanso.

— Perdoe-me majestade, mas eu não quero, ser da guarda real é a maior honra que terei na minha vida. Vivo para servi-lo.

— Está bem, estava só comentando.

Os dois chegaram até terra firme. Havia algumas árvores, o solo de terra se juntava ao concreto da ponte. Era a entrada da Vila Selve. Uma vila grande por conta do comércio regional e da ligação direta com a Cidade Costeira de Venes.
Muitos plebeus vendiam sua arte em cerâmica, bons vinhos vindos de Vila Vinhouro, animais exóticos como o Caranguejo-Roxo de Ilha Veneno, Cogoluz extraídos do Grande Vulcão. As madeiras de três maçãs negras estavam espalhadas por toda a vila.

O Prelúdio Da GuerraWhere stories live. Discover now