Capítulo V

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Sarada Uchiha

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Sarada Uchiha

Diferente do que eu havia imaginado, o espírito do garoto loiro não apareceu assim que coloquei os pés dentro de casa, ou então quando subi correndo em direção ao meu quarto na esperança de que ele estivesse me esperando por lá, assim que abri a porta com tudo, o chamando feito uma bobona.

"Fantasma idiota..."

Tampouco surgiu no fim da tarde, quando fui fazer um lanche na cozinha, preparando de propósito, o tipo de sanduíche que sabia ser um dos preferidos de Boruto, que por ser capaz de absorver um pouco das minhas energias, se comprazendo com o gostinho do alimento, enquanto eu comia, fazia questão de sempre me acompanhar.

E foi assim durante o restante do dia.

Nada de Boruto Uzumaki.

Nem um sorriso debochado, nem um olhar penetrante, ou uma porta fechando-se sozinha, nada.

Eu estava sendo lindamente ignorada de propósito por um ser incorpóreo sentimental e para piorar, estava odiando tudo aquilo.

Parecia coisa do destino.

Justo quando tinha decidido confrontá-lo sobre o passado, com as poucas informações que havia conseguido no Folha Verde e através daquele falastrão do Code, esse fantasma irritante, decidiu fingir que eu não existia.

Boruto estava fugindo de mim.

Muito embora o loiro não aparecesse visivelmente, como se estivéssemos conectados, eu podia sentir sua presença pela casa o tempo todo.

Me rondando, vigiando, sempre por perto, cômodo por cômodo onde quer que eu estivesse.

Porém me evitando a todo custo,  por algum motivo que eu não ainda não compreendia com exatidão, tornando tudo mais complicado.

Sim, complicado. Muito complicado.

Porque o vazio deixado por Boruto em apenas um dia, doía sem precedentes, de um jeito diferente, o frio incomodava, e a sensação de abandono machucava de um jeito patético, me fazendo perceber o quanto havia ficado dependente daquele maldito fantasma dos olhos azuis.

Eu era um caso perdido, a ser estudado por psiquiatras renomados, ou quem sabe vestir logo de uma vez uma camisa de força.

Talvez tenha sido porque Boruto era o que eu tinha de mais próximo de um amigo ou talvez fosse porque ele foi o primeiro garoto por quem eu havia me interessado. Na realidade, eu não sabia o porquê. Eu não sabia de droga nenhuma. Apenas tinha consciência de que simplesmente não conseguia lidar com o fato de ser  deixada de lado.

Não foi o silêncio sem as tagarelices do espírito do garoto loiro, não foi a suposta solidão sem a presença visível dele naquele dia. Não havia sido nada disso e eu sabia bem, qual era o problema que me afligia por dentro.

Assuntos Pendentes #BorusaraWhere stories live. Discover now