CAPÍTULO #19

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Meu coração só faltava sair pela boca de tão ansioso que eu estava

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Meu coração só faltava sair pela boca de tão ansioso que eu estava. Tudo estava em seu devido lugar. O aroma de café recém-torrado predominava na cafeteria enquanto o local era banhado pelo sol poente, que derramava seus raios em uma mistura de laranja e dourado. Era o momento perfeito! Confiro se meu terno azul escuro está realmente bem alinhado em meu corpo. A cafeteria estava iluminada parcialmente com velas acesas e discretas sobre as mesas. Meu coração só faltava sair pela boca enquanto a ansiedade me dominava facilmente. 

Céus, que demora! 

Confiro às horas em meu relógio de pulso pela milésima vez. Ele não estava demorando, ainda faltavam cinco minutos para o horário marcado. Eu que estava em puro nervos desejando que ele chegasse logo. 

Os sininhos em cima da porta de entrada tocaram assim que abriram a porta, minha alma abandonando meu corpo por uma fração de segundos enquanto via meu namorado adentrar a cafeteria, em um primeiro momento, estranhando a falta de clientes, mas logo compreendendo o que estava acontecendo quando seus olhos pousaram em mim. Seu sorriso simplesmente foi a coisa mais linda que eu havia visto naquele dia, iluminando tudo ao meu redor com a luz que ele emanava. 

Céus, imaginei este dia há meses e ainda assim estou quase morrendo de tanto nervosismo e ansiedade!

Mon cher… o que é tudo isso? — Questionou, se aproximando devagar. Puxo o ar para meus pulmões, lembrando que preciso respirar. 

— Eu tinha todo um texto memorizado, mas já esqueci de tudo — falo, vendo ele ri. Seu sorriso lindo, que contribuiu para minha memória ficar em um branco total. Porra, parece que tenho 15 anos! Foi a mesma sensação quando o pedi em namoro naquela época. Cada minuto que passava era um pico maior de ansiedade e expectativa. 

Respiro fundo novamente, me ajoelhando, vendo ele arregalar os olhos, surpreso e com o olhar preso em mim. 

— Amor… sei que demoramos muito para firmar isso, para tornar concreto. Mas eu não queria que nada atrapalhasse nossa felicidade. Eu não queria que você tivesse preocupações e medos que poderiam desviar nossos planos. Sabe muito bem que se dependesse de mim, estaríamos casados há anos! Mas eu tive que esperar. Tive que me controlar para que tudo entrasse em seu devido lugar. Para finalizar os pesadelos do passado e começarmos um futuro sem restrições, sem medos, oferecendo um lar seguro e confortável para nossos filhos. E agora… que tudo entrou em seu devido lugar… meu amor, eu anseio mais que tudo colocar essa aliança em seu dedo e gritar para o mundo que você é meu marido. O único homem que amo e sempre vou amar até o meu último suspiro. Então… Keera Fontannelle, aceita se casar comigo? — À essa altura, Keera chorava em meio a um sorriso enorme e que não diminuía. Ele assentiu sem parar, precisando de um tempo para conseguir falar. 

— Aceito…! Meu Deus, claro que eu aceito! Mil vezes sim! — Exclamou, me fazendo sorri, aliviado, pegando a aliança de noivado e o colocando em seu dedo anelar, vendo ele fazer o mesmo comigo. 

Me levanto, o abraçando junto, o erguendo pela cintura e o beijando com vontade, com amor, com desejo, ouvindo aplausos e gritos atrás de nós, dos meus funcionários e irmãos que estavam todos reunidos atrás da bancada, sendo testemunhas. 

— Eu te amo — declaro, entre um beijo e outro. Keera sorriu contra meus lábios, segurando meu rosto entre suas mãos quando o coloquei no chão. 

Je t’aime, mon cher — Keera declarou, me arrancando um suspiro apaixonado. Eu sempre me derretia quando ele falava em francês comigo. Sua voz doce e sensual acaba com todas as minhas forças e autocontrole. 

Fizemos a festa na cafeteria, comemorando o fato de que agora estávamos noivos. Keera também chamou os irmãos dele para dar a notícia. Todos já estavam cansados de esperar o nosso finalmente

— Élyas! — Rebeka exclamou, chegando atrasada, como sempre. Ela tinha dito que estaria presente na hora do pedido, mas não conseguiu chegar a tempo. Eu entendo. Ela lida o dia inteiro com cargas extremamente delicadas e importantes, precisa garantir que tudo chegará bem em seu devido lugar. 

— Finalmente! Estava faltando só você! — Exclamo e ela sorri, me abraçando. 

— Desculpa o atraso. Tive que mudar o percurso da rota principal por causa de uma ponte que estava sob aviso de desabamento. E, bem, eu estava guiando três caminhões de mais de 10 toneladas de produto, então… melhor um atraso do que um prejuízo milionário e meu corpo sem vida — brincou, me fazendo ri, concordando e beijando seu rosto. 

— Obrigado por vir, Rebeka — agradeço e ela sorri. 

— Finalmente vai casar. Vocês enrolam demais! — Exclamou e eu a encarei. 

— É, agora só falta você — rebato e ela suspira. 

— Do jeito que as coisas andam, vai demorar bastante para me verem de aliança no dedo. 

— Por falar em aliança… é impressão minha ou eu vi a Alice Hernandez te dando mais atenção que o normal quando voltou à Noruega? — Questiono, curioso. Alice Hernandez é a filha do subchefe norueguês. É uma menina tranquila, comportada e obediente. Mas sempre fica sorridente na presença de Rebeka. 

— Ah, eu não sei direito. Não prestei atenção. Ela é uma menina gentil, só isso — desconversou, mas eu me calei ao ver Helena se aproximar, sorrindo fraco e estendendo um capuccino para minha irmã, que se endireitou imediatamente, sorrindo para Helena e pegando a bebida quente. 

— Obrigada — Rebeka agradeceu e Helena apenas sorriu educadamente, já pensando em sair, mas a puxei de volta como quem não quer nada. 

— Então, Rebeka. Está sabendo da novidade? — Questiono, atraindo sua atenção e sentindo Helena me beliscar na costela, tentando se livrar de mim, mas não permiti. 

— Que novidade? 

— Helena é a nova Gerente Geral da B. Coffee! — Exclamo e ela arqueia as sobrancelhas, surpresa, encarando Helena com um grande sorriso. 

— Parabéns, loirinha. Talento é o que não falta, realmente — Insinuou, bebericando o cappuccino sugestivamente, o que fez Helena corar, envergonhada e sorrindo fraco. 

— Eu… eu vou ver se os outros precisam de algo. Com licença! — Falou, fugindo do meu aperto e se afastando de nós. Rebeka a seguiu com o olhar, soltando um longo suspiro. 

— Por que ela tem que fazer meu tipo? Caralho, o universo não poderia facilitar para mim?! — Resmungou, me fazendo ri. 

— Não facilitou para nenhum de nós, mana — Falo e ela me encara. — Só depois de 13 anos pude reencontrar o homem da minha vida e assumir nossa relação sem ninguém nos causar problemas. 

— Isso era para me animar? Porque não funcionou — Rebateu, o que me fez ri ainda mais. 

— Desculpe. — Ela balançou a cabeça, gesticulando em descaso. 

— Esqueça… mas não vou esperar 13 anos para ter o que eu quero… — insinuou, olhando na direção de Helena, que conversava sorridente com meu noivo. 

E Rebeka quando quer algo… 

…não desiste tão facilmente.

MALDITO FONTANNELLE - Conto II (Romance Gay) Onde histórias criam vida. Descubra agora