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Quando tentei protestar pela sua fala, vi Izon ser intimidado por trás, dando de cara com Kira.

— Quer morrer por acaso ? Saia de perto dele agora! — Assim como o ordenado, ele saiu com medo junto a seu grupinho do mal. — Vamos Akira, levante.
Obrigada irmãzinha... — Ela me ajudou a levantar, limpando a sujeira do meu avental. —O que eu seria sem você...?
Saco de pancada de valentões. — Eu ri, sendo puxado para o quarto que eu e minha anjo da guarda dividimos.

Me joguei na cama pensando
no que Izon havia dito. Por que ele mencionaria "Só você deu certo ?".
Não fazia sentido para mim, já que nos frequentes experimentos feitos conosco todos voltavam aparentemente bem.
Era um lugar sujo e estranho.
Usavam crianças como cobaias para fazer armas de guerra, quando queríamos apenas ir para a escola, brincar ao ar livre e abraçar nossos pais.
Os experimentos eram dolorosos e macabros, já chegaram a abrir o cérebro de uma das crianças, porém ela não sobreviveu e morreu durante o processo de cirurgia. Ficamos sabendo disso alguns meses depois, quando uma das funcionárias que era nossa amiga nos contou. Desde então, nunca mais ninguém ali foi o mesmo...

Eu até entendi. A sensação de saber que logo você poderia morrer era angustiante.
E os experimentos continuavam, não importava quantas crianças morressem, quantos choros fossem ouvidos e nem quantos gritos ressoassem. Eles não parariam até fazer o "Ser perfeito", como os cientistas diziam.
Kira se encontrava sentada em sua cama, analisando um dos vários livros da pilha que ficava ao lado de sua cama. Tinha uma capa azul reluzente e uma mulher com uma espada como ilustração.
O silêncio foi instalado, mas sempre a um estrondo maior que o interrompe.

Vários homens com roupas de cientistas entraram arrombando a porta do quarto, fazendo Kira se levantar e ficar em minha frente.

— O que está acontecendo ?! Me soltem! — Eu exclamei ao sentir um deles agarrar meu braço me levando para longe.
Akira! Solte ele! — O desespero me consumiu, ao ver que a intenção deles era me separar da Kira.

Eu lutei contra os grandes homens para poder me soltar e segurar a mão da minha irmã.
Seus olhos esbanjavam ódio, também lutando para que não me afastassem dela.
A última coisa que senti foi minha mão escapar por seus dedos. Seus gritos misturados a vozes dizendo coisas estranhas foram memoráveis.
E então, eu fui levado para longe.

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⏰ Última atualização: Nov 03 ⏰

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