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Com a consciência ainda envolta em um nevoeiro onírico, senti um toque suave em meu ombro, como se fosse parte de um sonho que se desvanecia lentamente. A voz de Cate, suave como um sussurro, penetrava meu sono de forma delicada, chamando-me de volta à realidade.

— Bom dia... — sua voz, quase etérea, parecia ecoar em minha mente, misturando-se com os fragmentos dos sonhos que ainda pairavam em minha mente.

Um impulso irresistível me fez entreabrir os olhos, encontrando a figura de Cate ao meu lado. Ela parecia já estar desperta há algum tempo, seu cabelo puxado para trás em um rabo de cavalo frouxo, e um sorriso suave tocava seus lábios. Meus olhos piscaram algumas vezes, lutando para se ajustar à luz matinal que inundava o quarto. Cate permaneceu ali, paciente e serena, esperando que eu recobrasse um pouco mais de consciência. Sua presença tranquila e reconfortante envolvia-me como um abraço caloroso, dissipando lentamente as névoas do sono. No entanto, o calor dos cobertores pesados e o som suave da chuva batendo na janela me chamavam de volta ao sono.

— Só mais cinco minutos — murmurei, minha voz abafada pelo travesseiro enquanto eu me virava, puxando o cobertor mais para cima, até quase cobrir minha cabeça. O colchão se ajustou ao movimento dela sentando-se ao meu lado. Ela riu baixinho, provavelmente antecipando minha habitual relutância matinal, e com uma mão gentil nas minhas costas, ela disse:

— Tudo bem, mas não demore. Temos um dia cheio pela frente. — sua voz era baixa e calmante. Resmunguei algo ininteligível em resposta, já cedendo ao chamado do sono novamente enquanto a suave escuridão atrás de minhas pálpebras me puxava de volta para os sonhos.

Após mais alguns minutos de cochilo, desperto lentamente, cedendo aos poucos ao chamado da manhã. Quando finalmente abri os olhos novamente, me deparei com a visão tranquilizadora do quarto ao meu redor. Então, meu olhar se voltou para a figura graciosa de Cate, que estava de pé em frente ao espelho, concentrada em sua rotina matinal de se arrumar. Seu perfil era iluminado pela luz suave do amanhecer, destacando os contornos suaves de seu rosto e o brilho dos seus cabelos. Observá-la daquele jeito, com toda a sua tranquilidade e beleza natural, trouxe um sorriso caloroso aos meus lábios.

Ela está de costas para mim, concentrada em se arrumar. Seus movimentos são suaves e fluidos, uma dança tranquila enquanto ela seleciona suas peças com cuidado. O som suave de suas roupas sendo ajustadas ecoa no quarto, uma sinfonia suave que complementa a quietude da manhã. Ao me esticar na cama e me mover, o som dos lençóis roçando um contra o outro chama a atenção de Cate. Ela vira-se delicadamente em minha direção, um sorriso carinhoso iluminando seu rosto ao me ver despertar.

— Bom dia, querida — ela cumprimenta, seus olhos brilhando com ternura enquanto se aproxima da cama. Seus passos leves a levam até mim, e ela se inclina carinhosamente para me dar um beijo suave na testa.

— Bom dia para você também — murmuro, ainda sonolenta. A visão dela tão serena e bonita ao meu lado é como um bálsamo para minha alma, dissipando qualquer resquício de cansaço matinal. Ela sorri, seus olhos capturando os meus com uma ternura familiar.

— Dormiu bem? — ela pergunta, sua voz suave como um sussurro reconfortante. Com um sorrisinho, assinto, ajeitando-me na cama e espreguiçando os braços para cima, desfrutando da sensação agradável de alongar os músculos após uma noite de sono. Ela observa-me com carinho, seus olhos seguindo cada movimento meu com atenção tranquila. — Que bom que você dormiu bem — diz, seu sorriso se alargando um pouco mais ao ver minha expressão desperta. — Vamos tomar café da manhã. Se arrume — Cate sussurra suavemente, com um toque delicado em meu queixo, e eu olho para cima para encontrá-la.

Seus olhos, profundos e intensos, encontram os meus. Seu sorriso é um convite sedutor, desenhando-se em seus lábios enquanto ela me observa com aquele olhar que parece desvendar todos os meus segredos. Eu me sinto completamente envolvida pelo magnetismo dela, uma onda de calor se espalhando por todo o meu corpo. Com um sorriso suave, assinto levemente, incapaz de desviar meus olhos dos dela.

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