Capítulo 7

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POV Camila Cabello

Eu já estava despachada, antes de lhe ligar. O não estava garantido, não custava nada tentar. Porém a ideia de passear com ela no parque, ao sol, tinha alguma piada. Lauren, não era fã de raios solares, e a prova disso é a cor da sua pele. Que é, praticamente, translúcida. Cheguei à sala e Dinah estava no sofá a estudar.

- Não me digas que ela aceitou?

Assenti e ela começou a gargalhar.

- Ela deve estar mesmo apaixonada, para ir contigo ao parque. Eu não acredito que a Dra Jauregui, a implacável, vai caminhar numa tarde de sábado. - Gozou.

Dei-lhe o dedo do meio, enquanto me sentava no sofá.

- Mila, quando voltares quero um relatório completo. - Continuou.

Revirei os olhos.

- Não vou contar quantos beijos vamos dar, não é?

Ela riu-se.

- Espera! Vais beijá-la? Pensei que isso fosse só em locais proibidos.

Lancei-lhe uma almofada que lhe acertou em cheio no rosto.

- A culpa não é dela. Fui eu que a beijei no hospital. Eu sei que é errado, não tens de me relembrar. Agora vou andando. Até logo! - Despedi-me.

Ela sorria.

- Até logo, e aproveita muito!

Fiz um esgar e saí de casa. Fui no meu jipe até ao Fontelo, estacionei e caminhei, calmamente, até à entrada principal. Esperei um pouco, até que vejo aquela mulher a vir na minha direcção. Quase deixei de respirar, Lauren, caminhava de forma altiva; poderosa e séria. Estava vestida, igualmente, de forma social, mas de ténis. Tinha o cabelo amarrado e tinha óculos escuros no rosto. Aproximou-se de mim e parou.

- Olá, Camz! - Cumprimentou.

- Olá, Laur.

Não fazia ideia do que fazer agora e de como cumprimentá-la. Ela olhou para a entrada.

- Vamos?

Assenti e fomos caminhando lado a lado pelo parque adentro. Estava um pouco vazio e isso era excelente.

- Porque escolheste enfermagem?

Soltei a respiração.

- Porque a área da saúde sempre me interessou. Gosto de saber que consigo ajudar as pessoas. - Respondi.

Ela esticou a mão, na minha direcção e segurei-a. Andávamos de mãos dadas pelo parque. Embrenhámo-nos no centro do parque. Aquele local arborizado estava vazio, sentámo-nos no banco de madeira e na sombra, ela tirou os óculos de sol e colocou-os na sua mala. Aquele par de esmeraldas, fixaram-se em mim. Só aquele olhar aquecia o meu corpo, por inteiro.

- Eu não tive escolha, os meus pais queriam que eu seguisse medicina. Após isso, apaixonei-me por psiquiatria. Desde então, ando dividida entre as aulas no Piaget e o hospital. - Explicou.

- É por isso que andas sempre exausta. - Comentei.

Ela riu-se abertamente.

- É verdade, mas eu adoro este ritmo agitado. É uma forma de me sentir útil, e de não pensar em coisas que não merecem a minha energia. - Confessou.

Eu não fazia ideia do que ela se estava a referir, no entanto, senti que não a devia questionar. Lauren, ajeitou-se, encurtando o espaço entre nós. Aquele par de esmeraldas, focavam-me intensamente. E ela tinha um sorriso sacana no rosto.

Esses Olhos VerdesOnde histórias criam vida. Descubra agora