❝𝐓𝐇𝐄 𝐃𝐑𝐈𝐕𝐄𝐑❞ | Toji Foshiguro

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Faziam alguns meses desde que o meu pai havia decidido que o motorista particular deveria ser trocado

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Faziam alguns meses desde que o meu pai havia decidido que o motorista particular deveria ser trocado. Yoshi, aquele com quem eu literalmente havia crescido, estava velho demais para continuar naquele cargo; sua visão não era das melhores, ele não era mais tão ágil e forte, e precisava, definitivamente, de repouso. 

"Tenho alguém de confiança a quem recomendar", foi o que ele disse ao se despedir pela última vez, com um olhar esperançoso, esperando, também, pela minha aprovação. Afinal, por mais que o meu pai procurasse alguém para ocupar o seu lugar, seria comigo que tal pessoa passaria maior parte do tempo, seis dias por semana. O resto da conversa ocorreu no escritório do meu pai, um homem de negócios com o nome limpo e positivamente reconhecido no mercado. Ele estava sempre ocupado, mas fazia questão de me mimar desde que me entendia por gente, talvez devido ao fato de a minha mãe ter falecido durante o parto. Eu era filha única, fruto de um romance entre negros que imigraram para o Tóquio em busca de melhores oportunidades de vida, uma vez que o meu pai tinha muitas mais portas abertas por ali, o que fez com que acabássemos nos estabelecendo na região logo a princípio.

Alguns dias após a ida do Yoshi, em uma manhã na qual eu descia as escadas do palacete para ir a mais uma sessão de Yoga, foi grande a surpresa ao ver o novo motorista. Eu, sinceramente, esperava um velho com um sorriso simpático e de poucas palavras. No entanto, quem encontrei ao pé do carro foi um homem completamente diferente. Ele era enorme; grande feito um armário, com uma feição severa e indiferente no rosto maduro. Seus olhos eram verdes, finos, e a cicatriz no canto da boca larga tornava o seu ar ainda mais agressivo. Mesmo assim, eu o achei deveras atraente. Sua altura, os músculos marcados sob o terno, a postura de quem era inabalável, tornavam a aura dele pesada e sedutora. Como a mocinha mimada e esnobe que eu sabia que era, lancei um olhar indiferente e suavemente desdenhoso ao esperar que ele abrisse a porta do Rolls-Royce preto, passando-lhe também a bolsa esportiva de cor tão suave e rosada quanto as leggings e o top que vestia. Segundos se estenderam e ele apenas abriu a porta, esperando que eu entrasse enquanto eu o encarava e franzia o cenho.

O homem era simplesmente gostoso; completamente diferente dos meninos da minha idade, com quem eu passava alguns momentos a sós quando achasse necessário. Talvez eu fosse um pouquinho oferecida demais quando se tratasse de homens do meu interesse, porque eu pensei logo em formas de seduzí-lo. Eu o queria, demais. Infelizmente, não bastaria um pedido ao meu pai para que eu o tivesse; ele não era um objeto que poderia ser, sem problemas, comprado. De qualquer forma, eu possuía conhecimento o bastante para saber exatamente o que fazer para conquistar qualquer um. Homens não costumavam ser muito seletivos ou difíceis de conseguir quando se tratasse de mulheres. Boa parte deles pensava com a cabeça de baixo, e era exatamente essa que eu queria dele.

— Você é retardado, ou se faz? — indaguei, ainda com o braço esticado na sua direção. Ele fixou o olhar em mim, erguendo as sobrancelhas de forma sutil — Pegue a bolsa.

𝐇𝐄𝐀𝐕𝐄𝐍 | JJK IMAGINESOnde histórias criam vida. Descubra agora