♧27♧

69 13 17
                                    

Meus pais entram no meu quarto e logo fecham a porta

- Não quero conversar. Não gosto de conversas unilaterais

Arthur - Não começa com isso, já tô de saco cheio das suas crises de raiva e olha que sou uma pessoa paciente

- Puxa, que novidade

Falo irônico

Arthur - Miguel, você pediu pra ir morar com o Luís?

- Pedi

Arthur - E você vai ir?

- Se o papai não voltar a falar, vou! Eu me sinto desconfortável por viver com um mudo!

Arthur - Então tudo bem

Ele abre meu armário e logo começa a tocar minhas roupas na cama

- Oque tá fazendo?

Arthur - Suas malas, você vai ir embora com o Luís depois da sua peça

- Que? Você tá me expulsando de casa?

Arthur - Expulsando você? Você não acabou de falar que ia ir morar com o Luís caso o Philipe não voltasse a falar?

- M-Mas ele vai voltar.... O-O tio Luís disse...

Arthur - Na primeira vez seu pai levou meio ano pra me dizer três palavras, um ano pra falar frases inteiras. Me pergunto, quanto tempo ele vai levar dessa vez?

- E-Eu vou morar com o tio Luís por UM ANO!?

Arthur - Foi o que você disse

Ele coloca uma mala sobre a cama e logo a abre

- Papai....

Arthur - Não, nada de papai. Você disse que não queria ter conversas unilaterais. Bom, eu sou o único que pode te responder agora

- Eu não quero morar com o Luís!

Arthur - Então por que disse que queria?

- Achei que o papai fosse voltar a falar!

Arthur - Você tá mentindo, porquê você estava sozinho na sala com o Luís

Sinto minhas mãos tremerem enquanto papai colocava minhas roupas na mala

- E-Eu não vou mais ir! Eu não quero ir!

Empurro a mala pra fora da cama

Arthur - E como você vai viver com um "Mudo" dentro de casa? Que coisa horrível de se pensar

- Eu não vou mais falar isso! Eu juro! Eu amo vocês!

Rapidamente levanto dá cama e abraço o papai. Seu corpo trava instantaneamente

- Me desculpa, pai. Eu sinto muito, eu não vou mais falar aquelas coisas, eu amo você

Arthur - Não, você se sente desco....

Papai me abraça enquanto encarava fixamente meu pai.
Ele suspira pesadamente e logo alisa o rosto

Arthur - Eu tô falando sério, nessa casa eu não aceito palavras agressivas como aquelas. Se eu ouvir você falar qualquer coisa daquele tipo, eu te mando pra casa do Luís e só Deus sabe quando deixo você voltar pra casa

Esfrego meu rosto no tórax de papai

Arthur - E não vai ter "papai" pra te proteger

Papai sinaliza algo em libras e meu pai recua

Arthur - Não diz isso, docinho, eu tô fazendo as coisas pro seu bem

Ele fala triste

- Oque ele disse?

Arthur - Não é do teu bico

Papai sinaliza algo e meu pai suspira

Arthur - Me avisa se alguma coisa acontecer

Ele beija os lábios do papai e logo sai do quarto.
Papai me solta e logo começa a juntar as roupas do chão.

- Deixa que eu junto

Ele nega enquanto colocava as roupas sobre a cama

- Pai.... me desculpa por falar aquelas coisas, de verdade, eu sinto muito

Ele suspira pesadamente e logo alisa meu rosto.

- Você me odeia?

Ele aponta pra si mesmo

- você

Ele afirma e logo faz um coração com as mãos

- Coração

Ele nega

- Coração.... amor?

Ele afirma e calmamente aponta pra mim

- eu

Ele afirma e novamente faz aqueles mesmos gestos

- Você amor eu

Um doce sorriso se forma em seus lábios e ele logo me faz apoiar a cabeça em seu peito.
Ele fazia isso quando eu era menor. Me fazia ouvir as batidas do seu coração pra poder me acalmar.

Suspiro assim que entendo o que papai quis me dizer.
Abraço ele fortemente

- Eu também te amo

Ele ri nasalado e calmamente beija minha testa.

Aperto ele em meus braços

- Eu te amo muito, pai

Como Estrelas E Flores Where stories live. Discover now