Alisson se encontrava no quarto, se isolando dos demais enquanto escutava músicas no notebook sem fazer questão alguma das visitas que talvez até mesmo a conhecessem.
Estava frustrada, pensando em quais outras opções tinha além de ficar ali ou com sua mãe, apesar de ter sido uma única vez que ele tinha feito aquilo (que ela se lembrasse), não queria passar mais um segundo com Tyler.
Estava pensando em como iria sair dali e se reerguer, quando Tyler bateu na porta do quarto.
Ela se recusaria a atender, mas a porta foi aberta antes que ela pudesse proferir qualquer palavra negativa que fosse para afasta-lo.
— Oi, Alisson! - Uma das meninas disse enquanto a outra se mantinha em silêncio, reclusa na porta do quarto.
Não era Tyler ali, e sim as duas garotas, uma era Maya, e a outra, Molly, uma loirinha alta de cabelos repicados em um corte acima do ombro, rosto redondo e olhos azul claro. Tinha um corpo esquelético e um sorriso amarelado, ela havia a comprimentado, era bem falante e alto astral.
— Oi...- Alisson respondeu desconfiada.
— Tyler disse que estava sentindo um mal estar, então viemos fazer companhia. - Molly disse de forma doce adentrando o quarto.
Alisson forçou um sorriso como se realmente estivesse feliz em ter visitas.
— Ham... Joseph fala bastante do Tyler, muito bem na verdade, que ele tem tantas habilidades que deveria largar a oficina e encontrar um trabalho que pagasse melhor por exemplo. Não é Maya? - Molly perguntou e Maya concordou com a cabeça. — Posso me sentar aqui? - Molly perguntou já se sentando, e Alisson concordou.
Maya por algum motivo parecia incomodada, desconfortável, claramente queria ir embora.
— Haram. - Alisson se sentia travada, estava tão nervosa que mal podia formular frases inteiras.
Alisson não era sociável.
Além de ainda estar brava com Tyler, nunca havia interagido tanto com alguém. Antes de perder o pai, na sua outra cidade, apresentava um comportamento tão explosivo refletindo oque via em casa, que assustava as garotas e fazia os rapazes acreditarem que ela precisava de ter relações para se se desestressar, e após perde-lo, teve que se mudar com a mãe para aquela cidade, se tornou bem mais quieta e introvertida, mantendo seu comportamento apático devido a tristeza profunda, e acabou nunca formando vínculos.
Alisson convivia a quase sete meses com Tyler, e sabia que tinham o mesmo nível de humor, que tinham intimidade para qualquer brincadeira, então conhecer novas pessoas era assustador.
— Eae, vocês estão juntos a quanto tempo? - Maya perguntou após levar um peteleco de Molly, provavelmente a forçando a se enturmar e parar de julgar o ambiente estranho da casa.
Alisson podia notar que estavam se esforçando e queriam se aproximar, e ela também queria aquilo, apesar de sempre ter dito para si a vida toda que preferia ficar sozinha, era algo para se proteger e justificar que não mudaria sua personalidade estranha por ninguém.
— Ah... Eu e Tyler ? Nós não temos nada. - Ela disse extremamente nervosa, talvez, se fingisse namorar Tyler, se enturmaria melhor com outras garotas, mas não sabia como forjar algo.
— Sério? Seis meses morando juntos e nada? Você devia exigir um pedido de namoro ou ir embora, ele nunca vai te assumir se você dá tudo oque ele teria namorando sem terem uma relação séria. — Maya parecia gostar daquele assunto, Alisson não tinha o menor interesse em relacionamentos e garotos, mas queria fazer amigas.
— É verdade, a Maya tá certa. Mesmo que você goste dele, tem que se valorizar, oque vão pensar de você? Morando com um cara, sem terem nada. É bem suspeito mesmo. - Molly concordou.
Alisson não sabia oque responder, tinha preguiça de explicar que estava ali por uma investigação e etc, mas aquilo provavelmente era sigiloso, e ela nem mesmo se lembrava dos detalhes sobre esse caso.
— Nós não temos um relacionamento, eu não sinto nada por ele. Só tô aqui porque... - Ela pensou, e decidiu que deveria ser ela mesma ou seria melhor ficar sozinha — Minha casa era uma merda.
Boquiaberta com a sinceridade, Maya colocou sua mão sobre a mão de Alisson em silêncio, estava sem saber oque dizer.
— Olha, eu entendo, fui criada em um orfanato porque fugi de casa com oito anos. - Molly se abriu a olhando nos olhos. — Mas o Tyler foi um dos meus primeiros amigos depois que vim pra essa cidade, e sério, mesmo que agente tenha se afastado depois do lance com a família zoada dele, eu aínda considero muito ele, então por favor, não brinque com os sentimentos dele pra morar aqui, eu posso te ajudar se quiser.
Eram tantas informações que Alisson se sentia desnorteada, mas queria saber mais sobre Tyler, então decidiu jogar limpo, aquelas garotas pareciam ser boas pessoas.
— Lance com a família? É... Pode... Me contar oque rolou? Ele não se abre muito, e cara, relaxa, ele me vê como uma irmã. - Alisson tentava falar mais do que apenas uma frase, mas sentia que muita das coisas ditas ali eram redundantes.
As garotas se entre olharam.
— Você... Não sabe Oque rolou? - Maya perguntou. — Não é por ignorância a pergunta, mas assim, a cidade toda sabe, e você que mora com ele... - Ela se interrompeu ao ver Alisson balançar negativamente a cabeça já deixando claro que realmente não sabia.
