53 - era doce. extremamente doce

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nota: outro capitulo só 5 dias depois do outro? woooo!!!


Durante todo a trajetória de volta, você apertou a pequena escultura dentre seus dedos, sentindo-a com as pontas das falanges – com certa dificuldade, dada a grande luva aveludando seus dedos.

Você e Hitoshi fizeram mais artesanatos além das esculturas, embora esses fossem somente pela serotonina que a arte lhes trazia, afinal, vocês não ficaram com mais nenhum. Shinsou te assegurou que era tudo bem deixar os projetos não desejados para trás – eles seriam reaproveitados o máximo possível, e, de última instância, descartados. Outras pessoas poderiam ficar com eles, se assim ansiassem.

Embora esteja mais tarde do que posteriormente, e mais escuro, portanto, mais frio, você não sentia a brisa gélida te afetando tanto quanto ulteriormente. Talvez o frio fosse sim psicológico. Não inteiramente, óbvio, mas ao menos uma parte da fronte refrigerada que te mantinha paralisada.

Agora no seu quarto, organizando suas coisas para retornar à UA, você segurou o pequeno pinguim em ambas as mãos, encostando seu nariz na estátua de barro. Normalmente, sua superfície deveria ser gelada, porém, o calor de seu corpo tornou-o morno ao toque, de tanto tocá-lo. Guardando-o junto com as coisas importantes na sua mochila, você olhou em volta, verificando se havia pego tudo que lhe era necessário. Confirmando ser o caso, você fechou sua bolsa e saiu do quarto.

– Mãe?

Sua voz ecoou pela casa, seus olhos procurando pela sua mãe. Ao ouvir barulhos na cozinha, sua cabeça voltou-se para a direção do barulho rapidamente, seus pés caminhando em direção do ruído. Como esperado, sua mãe estava na cozinha: lavando as louças e murmurando uma música, ela muito provavelmente não havia escutado o seu chamar. Você se aproximou lentamente, arrumando os "braços" da mochila em suas costas.

– Eu vou voltar pro dormitório, viu? Daqui a pouco tenho aula, e ainda tenho que organizar o meu material. – você parou do lado da sua mãe, assistindo-a.

Ayane não havia notado sua presença até que você falasse. É visível que ela tomou um susto pela maneira com que seu corpo paralisou por alguns momentos, sua cantoria parando, olhos arregalados. Sua aparência se acalmou com um longo suspiro assim que registrou a sua presença.

– Olha... se eu fosse um tiquinho mais velha, eu tinha morrido do coração, aqui e agora. Você ficava sem mãe, ouviu?! – ela balançou a cabeça, fechando o punho no ar.

– Ah sim, então foi daí que saiu o meu gene de dramática.

Suspirando e sorrindo, sua mãe voltou a lavar a última peça de louça.

– Pode ir, filha. Qualquer coisa me liga, viu?

Você assentiu, e, virando as costas, começou a caminhar em direção à saída. No entanto, sua mãe te chama, fazendo com que você olhe para trás por cima do ombro, curiosa com o motivo pelo qual ela lhe chama.

Sua mãe seca as mãos. Ela anda rapidamente – uma corridinha – no sentido da geladeira, e a abre, retirando uma trouxinha retangular de um dos compartimentos, gentilmente amarrada. A matriarca lhe entrega o pacote.

Gelado.

– Fiz um lanchinho pra você almoçar depois. Eu sei que você disse que tem almoço de graça lá, mas eu ainda me preocupo se você está comendo direito, com toda essa correria... – sua mãe sorri, fechando a geladeira atrás dela com a batata da perna, sem tirar os olhos de você. – Coloquei seus favoritos. Coloquei um tecido em volta, fiz bem chique, que nem aqueles filmes de animê que você gosta. A gente 'tá aqui, afinal.

𝑰𝑵𝑺𝑶𝑵𝑰𝑪𝑶 | Shinso HitoshiOnde histórias criam vida. Descubra agora