Ela está viva?

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Deixamos Ella no quarto ainda algemada, eu e Jungkook saímos correndo do quarto até a parte de fora da casa.

Droga. Nos acharam.

Três carros apontam seus fortes faróis em nossa direção, o carro de Jeon está cercado e a moto é a única que consegue sair dessa situação. Ninguém sai dos veículos, podemos ver Hyejin tentando se esconder no banco de trás.

Jungkook segura minha cintura e se aproxima se meu ouvido.

- Gatinha, pega a moto e foge. - ele sussurra com calma.

- Jungkook, eu não posso. Como você vai sair dessa? Não vou te deixar sozinho. - também sussurro, não tiro meus olhos dos carros, ele se aproxima mais para me ouvir.

- Eu consigo me virar. Pega logo essa moto.

Estou a um impulso de correr para a moto quando dois homens saem do carro que está no meio, Antoine e Titã. Estão armados. Em seguida, mais dois saem, um de cada carro que sobrou.

Ele veio com poucos homens. Por quê?

Jungkook me segura mais forte como se pedisse para que eu não me movesse, suas mãos não descolam de minha cintura. Antoine está armado. Não sei ainda sobre os outros homens.

Aqui é o meu fim, ele pode decidir atirar a qualquer momento. Não temos armas, apenas uma faca que será inútil nessa situação. Eu preciso jogar com o psicológico, preciso enfraquecer sua mente e tomar conta dela.

Antoine segura uma pistola, o homem dá pequenos e lentos passos até ficar próximo a moto de Jeon. Ele me encara, dá um sorriso de canto e destrava a arma. O som do click ecoa pelo local.

Por estarmos próximos, consigo sentir a respiração de Jungkook mais pesada, ele não sente medo, mas sim, preocupação. Eu acaricio sua mão que agora se encontra em meu quadril na tentativa de fazê-lo ficar calmo.

- Por essa você não esperava, Sn. - Antoine diz em tom irônico.

- Pelo o que exatamente? - pergunto séria.

- Minha presença. Achou que pegaria minha filha e ficaria por isso mesmo? - ele diz apontando para si.

- Digamos que pegar é uma palavra muito inapropriada, não acha? Me desculpe, mas eu não tenho interesse por loiras. - falo e ele bufa.

- Não brinque comigo, mocinha! - ele se altera.

- Por que está com raiva? Não desconte em mim, desconte em sua filha que abriu a boca. Ela falou o que não deveria. - aqui eu entro, o joguinho psicológico começa, ele odeia quem fala demais.

- O QUÊ? O QUE ELA DISSE? - ele aponta a pistola.

- Ou melhor, o que ela NÃO DISSE. - o corrijo. - Abaixa essa arma e aponte para ela, eu não tenho nada a ver com essa história.

Ele se aproxima cada vez mais, eu não recuo. Estamos a três passos um do outro. Eu retiro a mão de Jungkook a força que não logo compreende o que estou fazendo e se posiciona lentamente próximo ao carro. Hyejin sai e fica em posição de combate, seus olhos focam no homem do carro a esquerda e Jeon monitora o homem do veículo a direita.

Eu ou ele. É apenas isso o que se passa em minha mente nesse momento. Em um golpe rápido derrubo a arma da mão de Antoine, ele fica confuso mas logo fica em posição de ataque.

Ele avança com um soco, mas eu desvio rapidamente. Meus reflexos são perfeitos. Respondo com um soco que o faz recuar cambaleando.

Enquanto isso, Titã avança em Jungkook e Hyejin tenta se proteger manuseando uma faca contra o outro homem.

Não posso perder tempo, avanço em Antoine o fazendo cair no chão duro de cascalho, suas costas batem com tudo e posso ouvi-lo gemer de dor.

Apoio meu joelho em sua barriga enquanto despejo socos em seu rosto, ele tenta se defender e em um ato rápido desvia de um de meus golpes fazendo minha mão bater com tudo nos cascalhos do chão.

Ele me puxa com tudo e agora quem está no chão sou eu, o impacto é brutal, meu corpo sente a dor aguda ao entrar em contato com o chão áspero. O ar escapa de meus pulmões e luto para recupera-lo.

Cada soco parece cortar meu corpo, o cascalho arranha minha pele enquanto tento me defender. Junto todas as minhas forças e fecho a guarda, minhas pernas prendem seu corpo, ouço um som de disparo.

Meu coração para pensando no pior.

Carpenter direciona seu olhar assustado para a direção de seus homens, eu aproveito que sua guarda está baixa e consigo me libertar dando impulso com meus pés contra seu corpo. Rapidamente me levanto, olho para trás e vejo uma figura feminina, os homens de Antoine sangram no chão. Não é Hyejin.

Jungkook se posiciona a frente de Hyejin para defendê-la. A mulher segura uma arma, o sangue de um dos homens espirrou em sua roupa. Ela aponta a arma para Antoine que levanta suas mãos em sinal de rendição e se aproxima lentamente.

A mulher ignora minha existência, retira sua máscara e segue até Antoine que começa a hiperventilar. Ela ri.

Ela é minha...

- Antoine, quanto tempo! - ela diz em alto e bom som enquanto ainda aponta a arma.

- Elise. - ele diz ofegante. - Você não faria isso comigo.

- Mas eu não disse nada. - ela cospe no chão. - Chegou a hora de dar um fim nessa história. Últimas palavras?

Ele poderia fugir nesse momento, sair correndo e levar uma bala nas costas a qualquer momento não parecia uma boa ideia para Carpenter. Ele se mantém estático com as mãos para cima.

O silêncio é quebrado pelo som do disparo. Um tiro certeiro bem no meio de seu peito. O homem cai no chão duro de cascalhos.

- Sn. - a mulher se vira em minha direção e seus olhos se enchem de lágrimas. - Podemos conversar?

Acontece que a mulher trata de ser minha mãe. Ela deveria estar morta.

Parece que estou tendo alucinações, minha ficha não caiu. Como ela pode estar aqui em carne e osso? Os bichos já deveriam ter comido seus restos há anos.

Eu não tenho reação, o suor escorre pela minha testa, minha visão começa a ficar turva e posso sentir a dor dos machucados acusados por Antoine. Sinto que vou desmaiar, minhas pernas enfraquecem.

Sinto alguém me segurar, suas mãos são grandes, é Jungkook. Meu ouvido de fecha por completo, não ouço nada, estou tonta.

Vagamente posso enxergar a mulher largar a arma e tentar conversar com Jeon, minha visão se fecha, abre novamente, estou dentro do carro no colo de Hyejin.

Jungkook dirige e minha mãe está no carona.

O irmão da minha amiga | JungkookOnde histórias criam vida. Descubra agora