7. aproveita, nero

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Ele não acreditou quando seus olhos repousaram naquela mulher maravilhosa entrando pela porta de seu quarto.
Ela vestia um body extremamente decotado, junto com uma saia curta que deixava em evidência o corpo bronzeado e as coxas grossas. Ele não teve opção, senão encarar o corpo dela de cima a baixo, antes de se aproximar para cumprimentar a mulher.

Alexandre se aproximou, com um olhar que ela conseguia interpretar melhor do que ninguém. Ele a comia com o olhar, e isso era óbvio. O jeito de olhar era malicioso, diferente. Era quase como se ela conseguisse ouvir o que estava na mente dele, sem ele dizer sequer uma palavra.

Sentiu o beijo estalado em sua bochecha e logo percebeu o vocalista grisalho se afastando do beijo com um sorrisinho malicioso em seus lábios. Giovanna sentiu vontade de rir. Ele era tão óbvio!

— Vai, Ale. — Ela disse quase gemendo, implorando. — Pega sua carteira e deixa eu ir embora daqui logo. — A voz rouca denunciava toda sua pressa.

— Calma ai. Não é todo dia que você me faz uma boa ação dessa de vir até mim, me ajudar, me devolver a carteira.. Olha a volta que você deu só pra me encontrar! Imagina. Vamos jantar juntos, em agradecimento.

Giovanna riu abaixando o rosto. Merda, quando sua covinha aparecia ao rir, ele ficava maluco.

— Acho que vou pular o jantar, obrigada. Não é nada demais, você esqueceu em casa. Tá aqui. — Giovanna enfiou a mão na bolsa, procurando pelo item. Assim que pegou a carteira, esticou na direção do cantor que agora suspirava frustrado.

— Ok, nada de jantar. Mas um vinho pelo menos, você tem que aceitar, e eu não levo "não" como resposta. — Ele insistiu, já buscando pelo quarto de hotel a garrafa e duas taças.

Giovanna suspirou ao notar a mesa posta e a vela acesa do lado de fora, na sacada. Claro que ele estava na cobertura. Ela tinha pavor de altura.

— Podemos ficar aqui dentro? — Ela disse brevemente.

— Tá com frio, Gio? — Ele se preocupou. — Eu te empresto um..

— A altura não é das minhas favoritas. E também, não duvido que algum paparazzi monte num helicóptero para ver o que você está fazendo. O país é louco por você, Nero.

Alexandre riu baixo.
Tinha algo engraçado em ouvir Giovanna chamá-lo pelo nome artístico. Como se para muitos ele fosse Nero, a figura pública. Mas na boca dela gostava de ser só "Ale".

— Certo, Antonelli. — Ele devolveu o sobrenome como vingança. — No sofá, então. — Ele fez um gesto com a cabeça, indicando o sofá atrás dele, de frente para a lareira.

Assoprou a vela e notou Giovanna se acomodar ali.
Fechou as portas e os vidros. Se ela queria privacidade, ele não iria negar.
Se sentou ao lado dela, servindo vinho para os dois. Assim que brindaram, ambos tomaram um gole da bebida.

— Já tava ficando com saudade de ouvir sua voz. — Ele disse, todo galanteador.

Giovanna passou a rir, desconcertada. Estava se sentindo cada vez mais fraca para negar aquele homem delicioso que estava na sua frente.

— Para. — Ela o avisou, tomando mais goles da bebida.

Alexandre aproveitou que ela se distraiu por um segundo e inclinou mais o corpo na direção dela, passando o braço ao redor de seus ombros. Cheirou seu pescoço e roçou o nariz na pele tão quente e que tinha o melhor perfume que ele já havia sentido no mundo. Percebeu Giovanna se arrepiar, e o corpo se energizar por um segundo.

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