Acordo em minha cama. Os pássaros cantam ao lado de fora e a luz do sol adentra o cômodo na casa de meus pais.
Estou vestindo meu pijama e meu corpo está limpo. Mamãe me deu banho, tenho certeza.
Levanto lentamente e decido ir até a cozinha.
A minha cabeça dói, sinto o corte em minha mão arder as poucos. Meu corpo em um todo está normal mesmo após a noite intensa de ontem.
— Céus, você acordou! - minha mãe diz vindo para um abraço.
— Eu não aguento mais. - desabafo.
— O que aconteceu ontem? - ela solta o abraço e me encara segurando meu rosto.
— Eu vi... - meus olhos se enchem de lágrimas ao relembrar a cena. — Eu vi o Jungkook beijar outra garota.
— E desde quando vocês tem algo? Você sempre odiou aquele rapaz. - ela acaricia a minha bochecha.
— Eu não sei... só aconteceu. - as lágrimas caem. — Eu me apaixonei pela pessoa errada, sempre soube que isso era uma péssima ideia.
— Filha, não fala assim! - ela solta meu rosto e senta a mesa. Eu faço o mesmo. — Não controlamos o que sentimos em alguns casos, é normal estar apaixonada.
— Eu sei, mas é normal estar apaixonada por alguém que parece querer brincar com você?
— Olha, o Jungkook esteve aqui desesperado atrás de você. Ele passou o dia inteiro dentro dessa casa apressando eu e seu pai pra tentar te encontrar.
Eu abaixo a cabeça.
— Ele é perdidamente apaixonado por você também!
— Onde ele tá? - pergunto.
— No dormitório. Vocês precisam conversar.
Eu encaro o chão.
— Faça com que ele diga a verdade e somente isso, qualquer sinal de manipulação você volta pra casa. Eu tô aqui por você.
— Onde o papai está?
— Está na casa dos Jeon.
Me levanto, vou ao banheiro para fazer a minha higiene, troco de roupa, pego minhas coisas e pego a Mercedes de papai para ir até o dormitório.
Dirigo como nunca fiz antes, evito as multas mas acelero o quanto posso.
Eu não me importo com o que aconteceu ontem, aquele sequestro foi um fiasco. Corbyn nem estava lá, foi tão incompetente que ao menos conseguiu chegar a tempo.
Estou sentindo uma mistura de emoções, não quero morrer brigada com Jungkook.
Essas situações tem me deixado com medo, confesso. Nem sempre consigo ser forte e fingir que está tudo bem, a experiência de quase morte nessa vida que levamos é frequente.
Chego ao dormitório, destranco a porta e lá está ele sentado no sofá com os cotovelos em suas coxas e suas mãos segurando a cabeça.
O som da porta se abrindo chama a atenção de Jeon que vem como um raio em minha direção para um abraço. Eu não retribuo.
Ele percebe e fecha a porta atrás de mim.
— Amor... - ele diz mas o interrompo.
— Jungkook, você me deve explicações. - digo séria. — Eu não quero mentiras, você tem que ser cem por cento honesto comigo.
Ele assente com a cabeça.
Consigo ver a tristeza e o cansaço em seu olhar, talvez eu esteja sendo muito dura com ele.
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ODIANDO TE AMAR | JUNGKOOK
FanfictionCostumam dizer que amor e ódio andam lado a lado. Eu não acredito nisso. Sinto que meu ódio se tornará um monstro gigante que estará prestes a engolir cada pessoa neste dormitório.