CAPÍTULO 4

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Maiara podia contar em uma mão o número de sonhos eróticos que já tivera em vida, mas nunca havia experimentado algo tão ardente – sem mencionar real – como a fantasia sexual que tivera na noite anterior, cortesia da virtual MariliaMendonça. Seu fôlego havia sido a brisa da noite, que penetrava pela janela aberta do seu quarto no sótão. Seu cabelo era a escuridão obsidiana que preenchia as claraboias sobre a cama, seus olhos castanhos eram o brilho pálido da lua. Suas mãos eram os laços de seda do lençol, enredadas em seus pulsos e tornozelos estendidos, afrouxando seu corpo debaixo do dela, segurando-a com firmeza.

Sua boca era puro fogo, queimando cada pedacinho de sua pele, lambendo-a como uma chama invisível. Jasmim, havia-a chamado durante o sonho, e o suave som dessa palavra vibrava contra sua carne úmida enquanto seu fôlego quente agitava os pelos macios entre suas pernas.

Ela havia gemido e se retorcido sob a habilidade de sua língua, submetida a uma tormenta que esperava não ter fim. Mas tinha terminado, e fora logo. Maiara acordou em sua cama sozinha na escuridão, suspirando o nome de Marilia, com seu corpo esgotado e lânguido, dolorido, mas desejando por mais.

Ainda doía de vontade, e isso a incomodava mais que o fato de a misteriosa detetive Mendonça não ter aparecido.

Não que o fato de ela ter se oferecido para passar em sua casa essa noite fosse algo parecido com um encontro, mas ela estava esperando vê-la outra vez. Estava interessada em saber mais sobre ela, já que ela mesmo parecia querer decifrá-la com um simples olhar. Além de conseguir mais algumas respostas sobre o que havia presenciado naquela noite fora da boate, Maiara desejava conversar um pouco com Marilia, talvez tomar um vinho ou jantar. O fato de ter depilado as pernas duas vezes e vestido uma lingerie sexy preta debaixo dos jeans escuros e da blusa de seda com mangas compridas era completamente casual.

Maiara esperou por ela até bem depois das nove, então desistiu da ideia e ligou para o Bruno para ver se queria jantar com ela no centro da cidade.

Sentado do outro lado da mesa em uma alcova cheia de janelas no bistrô Ciao Bella, Bruno pousou sua taça de vinho Pinot Noir e olhou para o prato de frutos do mar de Maiara, quase intocado.

– Faz quase dez minutos que está brincando com essa ostra pelo prato, querida. Não gostou?

– Não, está ótima. A comida aqui sempre é incrível.

– Então é só a companhia que não agrada?

Ela levantou os olhos até ele e balançou a cabeça.

– Claro que não. Você é meu melhor amigo e sabe disso.

– Ah, sim – sorriu Bruno.

– Mas não me comparo com seu sonho erótico.

O rosto de Maiara se ruborizou ao ver que um dos clientes da mesa ao lado olhava para eles.

– Às vezes, você é horrível, sabia? – Sussurrou para o Bruno.

– Não devia ter-lhe contado.

– Ah, docinho. Não se envergonhe. Se eu ganhasse uma moeda por cada vez que acordei excitado, gritando o nome de algum gostosão…

– Eu não estava gritando o nome dela.

– Não, só o sussurrara e gemera, tanto na cama como no banho que tomou um pouco mais tarde, ainda incapaz de tirar Marilia Mendonça de seu corpo.

– Era como se ela estivesse lá, Bruno. Exatamente ali, na minha cama… tão real que podia tocá-lá.

Bruno suspirou.

– Algumas garotas têm muita sorte. Da próxima vez que se encontrar com sua amante nos sonhos, seja gentil e me mande ela assim que tiver terminado.

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⏰ Última atualização: Jun 22 ⏰

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