[Livro um da série Celestial]
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Ela mal se recordava de sua vida passada - exceto pelo frescor da brisa marinha em seu nariz, pelas rugas no rosto do irmão, e pela melodia da mãe.
No entanto, o resto era um vazio.
As memórias pareciam desaparecer...
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"Afinal, o rosto humano nada mais é do que uma máscara."
A manhã avançava e o céu tornou-se de um azul claro e profundo.
Foi isso que mais chamou a atenção de Esara. O céu era simplesmente tão vasto. Tão azul.
Ela se pegou rastreando as nuvens com os olhos, encontrando formas nelas e observando enquanto as árvores se erguiam em direção às suas silhuetas majestosas.
Seguindo pela estrada florestal, eles rapidamente deixaram para trás o deserto montanhoso de Endovier e entraram em uma região mais bonita.
No meio da manhã, eles já estavam dentro da Floresta Oakwald, que cercava Endovier e servia como a divisão continental entre os países "civilizados" do Oriente e as terras desconhecidas do Ocidente.
Ainda circulavam lendas sobre as pessoas estranhas e mortais que viviam lá - os descendentes cruéis e sedentos de sangue do antigo Reino Bruxo.
Uma vez, Celaena contou a Esara a história perturbadora de uma mulher que conheceu na terra amaldiçoada. Embora ela se mostrasse cruel e sanguinária, no fim das contas, era apenas uma humana.
Horas de silêncio se seguiram - e essa faceta singular de liberdade era provavelmente a única coisa com a qual Esara estava começando a se acostumar. Nas Minas, sempre havia sussurros abafados até altas horas da noite, e o som constante de metal contra pedra durante o dia.
Sempre foi alto.
Mas agora... O único som que preenchia os ouvidos de Esara era a brisa suave passando e sussurrando ao seu redor.
E esse som suave da brisa persistiu até que a voz de sua melhor amiga ressoou ao redor deles.
"Há rumores de que, assim que o rei terminar sua guerra contra Wendlyn, ele começará a colonizar o Ocidente." Ela disse isso casualmente, mas Esara podia perceber a ansiedade na melodia de sua voz.
A necessidade de saber.
Esara foi instantaneamente atraída pela menção de sua antiga casa. Ela mal se recordava dos dias em Wendlyn, mas a simples menção despertou seu interesse.
O capitão examinou Celaena com atenção, franzindo o cenho antes de desviar o olhar.
"Estou de acordo", disse Celaena, soltando um suspiro audível. "O destino dessas vastas planícies vazias e das miseráveis regiões montanhosas também me parece monótono."
Observando de soslaio, Esara notou a mandíbula do capitão se contrair.
"Você pretende me ignorar para sempre?" Celaena falou com monotonia.
"Eu não sabia que estava te ignorando." As sobrancelhas do capitão Westfall se ergueram ligeiramente.
A loira franziu os lábios e Esara conteve um suspiro. Parecia que Celaena seria uma perturbação constante na vida do Capitão.
