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🌊 Laís ☀️

Peguei meu prato de comida e me sentei ao lado da Letícia, que estava acompanhada da Raíssa. Gabriel também se juntou a nós e o jantar começou. Estava um clima divertido, vez ou outra alguém fazia um comentário e a conversa tomava um rumo diferente. Eu fui uma das primeiras a acabar de comer, até porque não tinha colocado muitas coisas no prato. Levei o mesmo até a bancada e gentilmente, agradeci o serviço dos cozinheiros.

— Cara, é tu que vai nadar no Rio Sena? — escutei Gabriela perguntar para um dos nossos nadadores. O homem concordou com a cabeça e ela estendeu a mão na sua direção — Foi um prazer enorme te conhecer.

— Ela destrói o psicológico das pessoas, puta merda. — uma das suas amigas comentou e eu acabei rindo, tanto da piada, tanto do comentário.

— E você, Laís, não tem medo de nenhum tubarão, não? — ela me perguntou, ao ver que eu estava atenta na conversa deles.

— Do jeito que ela é brava, o tubarão que tem medo dela. — Gabriel comentou e todo mundo riu. Tentei afastar um pouco da minha "barra dura" e sorri de lado.

— Tem tubarão lá não. — falei — E se tiver, capaz deles ganhar um ouro e nós não.

— Ela custou abrir a boca, mas quando abriu, ofendeu todos os juízes. — Tamires, uma jogadora da seleção de futebol falou e eu neguei com a cabeça. Talvez eu tenha passado a impressão errada.

— Não foi isso que eu quis dizer. — tentei me concertar, mas elas sorriram, como se me ignorassem.

— A gente entendeu o que você quis dizer, não se preocupe, Lala. — Bruninho falou e eu suspirei concordando com a cabeça e voltando para a minha mesa que não ficava muito distante dali.

A verdade é que apenar dos apesares, eu gostei de conhecer os outros atletas. Talvez eu tenha me sentindo mais conectada com o Brasil e me enturmado, para fazer com que esses dias aqui em Paris sejam mais fáceis de  viver. Não que a cidade seja insuportável, mas toda essa pressão de estar competindo os jogos olímpicos nos deixa nervosos e acabamos perdendo um pouco da parte do "viver o momento".

— Você vai subir pro quarto agora? — Lê me perguntou e eu parei para pensar. Eu não sabia o que estava querendo e ela entendeu isso, já que me deu uma sugestão — Você foi uma das últimas a chegar e ainda não conheceu a vila toda, podemos dar uma volta se quiser.

— Gostei da sua idéia. — sorri — Eu só preciso ir no quarto escovar meus dentes e já desço. Me espera, promete?

— Prometo, menina! Só não demora muito que estou acompanhada de uma baby. — se referiu a Rayssa Leal — A qualquer momento ela pode dormir.

Sorri com a sua brincadeira e me afastei, indo em direção aos corredores que nos leva até o elevador de cada prédio. Estava muito distraída com a decoração em cores verdes e amarelas, que não me dei conta de que uma atleta brasileira também estava a espera do elevador. Era Rosamaria, impaciente, quase quebrando o botão, como se isso fosse trazer o elevador mais rápido.

— Eu acho que você tem que esperar. — falei em um tom calmo, pois ela já estava nervosa o suficiente.

— "Eu acho que você tem que esperar". — ela me imitou — Eu sei o que estou fazendo, ok? Não me irrite também.

— Foi mal! — levantei minhas mãos em rendição e ela suspirou pesado. Se virou para me olhar e sorriu fraco.

— Desculpa por isso. — pediu — Mas é que aquelas meninas me estressam e eu não consigo controlar isso.

— O que elas fizeram nesses breves minutos que eu saí de lá? — questionei curiosa e ela pareceu pensar se contaria ou não, mas acabou contando.

— Elas não conseguem ficar sem falar merda por um minuto. Toda vez que estamos juntos com a seleção masculina, elas insistem em dizer que eu e o Bruninho temos um caso. — falou brava.

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