capítulo 21

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Na tarde seguinte, logo após seu primeiro turno no Joey’s, Jolie não foi diretamente para o duplex

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Na tarde seguinte, logo após seu primeiro turno no Joey’s, Jolie não foi diretamente para o duplex. Seus passos a guiaram para um lugar que tinha um costume comum de sempre ir quando os dias não estavam tão bons.

Ela estava se sentindo cansada, mas não fisicamente.

Então a única forma de aliviar a sua mente era sentar no parque próximo ao cemitério de Brooksviller. Gostava de um banco em específico, ficava perto o suficiente dos portões macabros do cemitério, mas longe o suficiente para não atingi-la.

Hanna estava ali. Estava ali há quatro anos. Enterrada. Um passo a mais do que já se permitia dar perto daquele lugar, Jolie Bailey desabaria completamente. Os únicos momentos em que teve capacidade de entrar, era no aniversário de Hanna ou no aniversário de sua morte.

O que ela achava o segundo sem sentido. A que estavam comemorando exatamente?

Jolie se aconchegou no banco assim que chegou, deixando a bolsa de lado e apenas pegando um caderno. Desenhar era tão bom quanto escrever, ela achava. Algumas pessoas escreviam para extravasar, colocar em palavras tudo que estavam sentindo, ou a menos tentar. No entanto, Jolie não conseguia. Não desde que Hanna morreu.

Era por isso que desenhava. Rabiscava. E esboçava. Aquele era seu meio mais prático de se expressar, de se aliviar.

E foi exatamente isso que ela fez. Começou a rabiscar, sem nada em mente, apenas tentando ecoar qualquer sentimento que se agitava dentro dela.

Passou horas sentada ali, atenta a mesma coisa, mal olhando para o que estava a sua volta.

Talvez ela realmente fosse o tipo de pessoa que não tinha nenhum senso de autocuidado, assim como Sherman havia lhe dito. Mas ela não se importava.

Estava cansada demais para se importar.

Quando finalmente largou o caderno, ela observou de forma breve o desenho que se formou. Era uma ponte. Uma que ficava na segunda saída  da cidade. Uma que... Seu olhar se ergueu para o cemitério, como se pudesse enxergar o túmulo de Hanna.

Imediatamente ela arrancou a folha e amassou o desenho. Sentiu os olhos marejando levemente, mas não permitiu que uma lágrima sequer se derramasse.

Não iria chorar. Não tinha vindo ali para aquilo.

Jolie fechou os olhos com força enquanto olhava para cima, tentando a todo custo conter as lágrimas.

Era por esse motivo que odiava memórias. Lembranças. Porque elas incomodavam a esse ponto, incomodavam ao ponto de que algumas a fizessem chorar.

Ela respirou fundo, mantendo a mesmo posição até escutar seu celular vibrando dentro da bolsa. Rapidamente ela o pegou, torcendo para que qualquer coisa pudesse distrai-la o bastante para não se lembrar.

Jolie franziu o cenho levemente quando viu o nome na tela e então atendeu.

— Graças a Deus, Bailey! — ele exclamou. — Onde enfiou esse celular? Te mandei várias mensagens.

Regra n°68Onde histórias criam vida. Descubra agora