O Impossível - Severus Snape

Ecos da Intimidade

A luz suave da manhã começou a penetrar pela janela estreita da sala, iluminando os contornos dos dois corpos entrelaçados na cama. Sofia foi a primeira a acordar, sentindo o calor reconfortante do corpo de Snape ao lado dela. Por um momento, ela ficou em silêncio, absorvendo a realidade do que havia acontecido. Seus dedos traçaram suavemente as cicatrizes no peito dele, marcas de uma vida de batalhas e sofrimento.

Snape ainda dormia, sua expressão relaxada, quase pacífica, uma raridade para ele. Sofia nunca o tinha visto assim, tão vulnerável, e uma onda de ternura a invadiu. Ela sabia que aquela manhã mudaria tudo. A intensidade do que haviam compartilhado durante a noite ainda pairava no ar, mas agora, à luz do dia, as complexidades de suas realidades começaram a se infiltrar.

Movendo-se com cuidado para não acordá-lo, Sofia se levantou da cama, puxando a capa ao redor de seu corpo. Ela ficou ali por um momento, observando-o, enquanto sua mente processava o que isso significava. Eles haviam cruzado uma linha, e não havia mais como voltar atrás. Mas, ao mesmo tempo, algo dentro dela se recusava a sentir arrependimento.

Quando ela se virou para sair, ouviu a voz rouca de Snape, ainda sonolenta, mas com uma nota de preocupação.

Snape: Sofia..— ele chamou, fazendo com que ela parasse e se virasse para encará-lo.

Ele estava sentado na cama agora, a expressão séria, mas havia uma suavidade em seus olhos que ela raramente via.

Snape: Você vai embora? — A pergunta estava carregada de um medo não dito, como se ele temesse que ela o deixasse e apagasse a noite que haviam compartilhado

Sofia caminhou de volta até a cama e sentou-se ao lado dele, segurando sua mão.

Sofia: Eu não estou indo embora, Severus. Só... preciso pensar.

Snape assentiu, compreendendo, mas havia algo em sua expressão que mostrava sua própria luta interna. Ele sabia que o que eles fizeram poderia ter consequências, tanto para ele quanto para ela. Ele era um professor, e ela, uma aluna. E, por mais que seus sentimentos por ela fossem genuínos, o mundo exterior não os compreenderia.

Snape: Eu entendo — ele respondeu, sua voz baixa — Mas, Sofia... a vida que eu levo, o que faço... é perigoso, sombrio. Não quero que você se machuque por causa disso.

Ela olhou nos olhos dele, vendo toda a dor e o medo que ele escondia tão bem dos outros.

Sofia: Eu sei que você tem um passado difícil, Severus. Mas isso não me afasta. Na verdade, só me faz querer estar mais perto de você.

Quando finalmente se levantaram e começaram a se vestir, o clima entre eles era diferente, mais profundo, mais sincero. Havia um entendimento mútuo de que o que haviam compartilhado era real, e que, por mais complicada que fosse a situação, ambos estavam dispostos a lutar por isso.

Antes de deixarem a sala, Snape segurou a mão de Sofia, puxando-a para um último beijo, que foi mais lento, mais cheio de promessas não ditas.

Snape: Cuidarei de você, Sofia. — ele murmurou contra seus lábios — De qualquer maneira que puder.

Ela sorriu, sentindo o calor daquelas palavras.

Sofia: E eu cuidarei de você, Severus. Nós vamos descobrir isso juntos.

E assim, eles saíram da sala, prontos para enfrentar o que quer que o mundo tivesse reservado para eles, sabendo que, independentemente do que acontecesse, aquela noite e tudo o que ela significava permaneceria como uma chama acesa em seus corações.

O relacionamento secreto entre Sofia e Snape, ainda que recente, era carregado de intensidade. Cada encontro, cada toque, era vivido com uma urgência e uma profundidade que ambos nunca haviam experimentado antes. E naquela noite, o destino parecia ter reservado algo ainda mais poderoso para eles.