Olá! Boa leitura🧡
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Harry resmungou ao deixar o espanador cair no piso de mármore, apressou-se em pegá-lo e voltou à tarefa de espanar alguns enfeites em uma das salas de estar do casarão Tomlinson. Envergonhado por ter derrubado o espanador, ele logo saiu dali para não atrapalhar a aula de piano das filhas dos seus patrões, geralmente sua presença era imperceptível e gostava de ficar no mesmo ambiente que as duas garotinhas, via de perto como elas estavam evoluindo no piano e era sempre muito agradável ouvir melodias tão bonitas. Em outro cômodo, o jovem ômega soltou um suspiro insatisfeito, era a sala de chá e era um local muito bonito, grande e com cristaleiras expondo conjuntos de porcelana francesa, com uma mesa de vidro redonda que muito em breve seria preparada para o chá das meninas, as janelas eram grandes e davam para o jardim dos fundos, florido por estarem em plena primavera, e as paredes do cômodo eram revestidas em madeira polida e lustrosa, assim como a maioria dos ambientes no piso inferior da mansão. Harry olhou feio para o quadro de arte moderna em uma das paredes e resmungou, não entendia porque seu senhor Francis gostava daquelas coisas horrendas e ainda se prestava a gastar dinheiro com isso.
O ômega não entendia de arte ou de qualquer outra coisa relacionada à cultura, mas sabia o que era bonito ou feio e para ele era inconcebível que alguém comprasse um quadro tão feio para decorar um ambiente tão bonito e sofisticado. O pior de tudo era que praticamente todos os cômodos estavam decorados com aqueles quadros da tal arte moderna e em sua modesta opinião era um pior que o outro, mas custavam fortunas. Ele não entendia como alguém tinha a pachorra de cobrar por algo do tipo! Para ele, era absurdo. De qualquer forma, mesmo que ficasse profundamente insatisfeito com aquelas coisas feias espalhadas pela casa, não lhe dizia respeito porque não passava de um empregado.
Harry Styles servia na mansão Tomlinson há cinco anos, desde quando tinha dezessete e sua mãe gentilmente conseguiu o emprego para ele, estava na hora do rapaz começar a ganhar dinheiro e Anne o ajudou naquilo. Felizmente foi admitido por um patrão que pagava mais do que qualquer outro e Harry era grato pelo pouco que tinha, mesmo que a família dali fosse bastante exigente. De modo geral, ele gostava de trabalhar ali e tinha amigos dentro da equipe de criadagem, embora também tivesse seus atritos com outras pessoas, como era natural em qualquer ambiente de trabalho. A maioria dos empregados domésticos eram ômegas, inclusive a governanta – que era chata de doer – e os poucos alfas que trabalhavam ali ficavam com serviços braçais, como o jardineiro, embora o cozinheiro fosse alfa, assim como seu ajudante.
Em silêncio e ouvindo a melodia suave do piano, Harry limpou a mesa da sala de chá, colocou o aromatizador de ambiente para ficar cheirosinha e saiu dali, apressado. Na sala – estava mais para salão – principal, ele sorriu, gostava do estilo arquitetônico que seus patrões tinham escolhido, já que a casa em si era antiga e foi reformada no mês anterior, quando a família que ali vivia tirou férias e enquanto isso pedreiros e outros profissionais contratados trabalharam ali dia e noite para cumprir tudo dentro do prazo. A maioria dos cômodos permaneceu revestido de madeira polida em um tom de marrom muito bonito, mas o piso foi trocado quase que inteiramente, removendo as ripas de madeira e as substituindo por placas de mármore escuro na sala, ou um quadriculado interessante na sala de jantar. Elementos do Art Déco se instalaram ali e Harry parou um pouco para admirar a bela parede dos fundos do salão principal.
As janelas dali eram absurdamente grandes e a entrada de luz solar deixava tudo bem iluminado, por isso seus patrões decidiram investir mais ali, afinal era o primeiro cômodo em que os convidados pisavam quando entravam na casa, e agora o piso era de mármore preto e lustroso, e a parede dos fundos era a grande atração, também escura, mas com formas geométricas em dourado muito característico dos anos 20, e a porta dupla que havia ali e levava para outros ambientes era igualmente escura com contornos dourados, e maçanetas que certamente custariam muito mais que um ano do seu salário. O lustre da sala principal era imenso, de cristais translúcidos meio empretecidos, não sabia que pedra era aquela, mas ornava com o restante, e as poltronas dali eram de couro marrom, com uma mesinha de vidro no centro, além de um piano de cauda preto mais adiante. Havia também uma escada de mármore branco que levava ao piso superior e o corrimão era de um metal dourado com desenhos geométricos. Harry diria com tranquilidade que era seu cômodo preferido da casa, o que ele achava mais bonito, e felizmente não tinha uma obra de arte feia do senhor Francis.
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1924 • Larry Stylinson [abo]
FanfictionLouis Tomlinson sempre foi muito bem sucedido em qualquer negócio que se metia: indústrias, ferrovias, bolsas de valores e em qualquer possibilidade que o capitalismo colocasse diante de suas mãos. No entanto, a vida não foi generosa com o amor, afi...