Ligações perdidas | part 1

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Ainda tô pensando se "Passado" vai ter parte 3, enquanto não chego a uma conclusão satisfatória, eu agradeço a Vit por essa ideia de plot. Te amo insuportável!

Não se esqueçam de comentar no capítulo, eu adoro ler o que vocês falam.

No mais, boa leitura.

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O barulho irritante que o carro fazia ao parar no sinaleiro a deixava quase fora da realidade. Em qualquer outro dia aquele seria apenas mais um barulho, algo comum e impassível de lhe causar raiva, porém, com o acúmulo de cansaço e emoções suprimidas, Anita Berlinger se assemelhava a uma bomba relógio prestes a explodir a qualquer momento. Os azuis agora fitavam a tela do celular que possuía as mais diversas notificações em sequencia, mas no topo havia a notificação que mais perturbava sua mente. Sete ligações perdida de "Esposa".

A mulher suspirara, trazendo o ar gélido do veículo para dentro de seu pulmão com calma. Os olhos se fechavam para tentar em vão buscar por uma paz interior que não existia e não poderia ser comprada. O barulho da buzina atrás de si fora o que lhe acordara, a fazendo passar a marcha e então sair rapidamente após ver que o sinal estava esverdeado.

Verônica Torres era uma mulher de gostos excêntricos, apaixonada por arte moderna e músicas no mínimo estranhas. Anita havia se apaixonado exatamente pelo fato de ambas serem tão diferentes uma da outra, e ainda sim, se completavam de certa forma. Talvez fosse o grau de loucura que beirasse o mesmo nível, Berlinger nunca saberia descrever por completo, apenas sabia de uma coisa de maneira inegável: Verônica era passível de ser amada e odiada por ela na exata mesma proporção. As ligações seguidas eram prova concreta e irrefutável de tal coisa.

O dia havia sido cansativo em vista da missão de última hora que Carvana orquestrara sem perguntar a ninguém se era o mais correto a se fazer, e Anita , como seu braço direito, precisava estar junto. Toda a situação perdurara mais que o esperado por todos os presentes, acabando tarde da noite. Os olhos pesavam, o corpo precisava de um banho e de sua cama a lhe esperar. Porém, em vista da quantidade de ligações, sabia que o banho e a cama estavam bem longe do que de fato aconteceria. O temperamento de Torres não era dos melhores, ainda mais quando Anita a ignorava, mesmo que sem intenção de faze-lo.

O veículo enfim fora estacionado de uma vez só na garagem da suntuosa casa da zona sul, ao que o portão eletrônico passara a se fechar atrás dela. O barulho do solado da bota contra o chão começava a se tornar mais alto a medida em que ela se encaminhava para dentro, deixando seus pertences sobre o sofá. Seus pés lhe direcionavam para os degraus que pareciam infindáveis, e só assim a delegada finalmente desaguara em seu quarto. O rosto a lhe olhar era de completa e total desaprovação, iluminado apenas pela luz do abajur disposto ao lado da cabeceira da cama.

────Eu não estou com cabeça para brigar, Verô. ────A arma fora tirada com agilidade do coldre, sendo colocada em cima da cômoda. ────Não começa! ────A carteira de cigarro fora aberta, ao que ela retirara apenas um, o acendendo depressa.

A primeira tragada após um dia cheio era sempre a melhor.

────Se eu quisesse ser ignorada eu falaria com a minha esposa... Ah, ops, eu estava falando com ela! Acho que eu de fato queria ser ignorada! São três da manhã, Berlinger. ────Os olhos azuis se reviravam.

────Exatamente, são três da manhã e você está gritando como se fosse meio dia! Não te atendi porque não podia atender. ────A mulher de curtos fios castanhos se movia pela cama, ficando de joelhos ao meio enquanto gesticulava.

────Custa me atender pelo menos uma vez na vida? Você é ridícula! Eu fico aqui preocupada, pensando no que pode ter acontecido porque você simplesmente sumiu o dia todo e nem isso você faz, atender a porra de um telefonema. ────Torres negava com o rosto, visivelmente irritada.

O corpo da delegada gritava seu visível cansaço a medida que o cigarro se finalizava, e ela se desfazia do mesmo no cinzeiro. A postura inflexível enquanto ela caminhava até o limite imposto pela cama, parando rente a mesma. Seu tronco se abaixava minimamente para que passasse a olhar nos olhos de Verônica.

────Você conhece o conceito de perseguição dentro de uma missão policial? Como eu te atendo quando estou mirando a arma na cabeça de um filha da puta, Verônica? Me diz, me diz a sua brilhante ideia para que ambas as coisas ocorram no mesmo minuto! ────A língua umedecia seus lábios, a medida que seu olhar recaia na camisola vermelha escuro que a outra mulher usava.

────Eu queria falar com a minha mulher! Não depois, não três horas depois, queria naquele momento! ────Enquanto as palavras era vociferadas, Verônica nem mesmo percebia que se movimentava em direção a esposa, apenas parando também no limite da cama. ────Eu não vou esperar para falar com o que é meu! ────A voz se abaixava, mas não perdia o tom autoritário que irritava até a última célular do corpo da delegada.

────Abaixa o seu tom. ────A mão dominante agora adornava o pescoço de Torres, aplicando certa força. ────O que já te ensinei? Na cama você não fala assim comigo! E nem mesmo fora dela. ────Os olhos castanhos se tornavam um tanto mais escuros, o desejo súbito fora expresso em um pequeno sorriso.

────Eu falo com você assim onde e quando quiser! Você não manda em nada esqueceu? ────Fora a vez da loira sorrir, respirando profundamente como quem recobrava sua própria paciência e eixo.

────É Verônica... Eu acho que quem está se esquecendo de muita coisa aqui é você! ────De súbito, o braço da mulher de olhos escuros fora tomado, a fazendo descer da cama, ficando com as pernas entre o corpo de Anita e fim do colchão. ────Você fala demais! ────A camisola era retirada de uma só vez, revelando o corpo sem nada por baixo e um sorriso provocativa por parte da mulher. ────Suas mãos vão ficar para trás... ────As algemas brilhavam na mão da delegada, que conduzia as mesmas para trás, as fechando nos pulsos de Verônica. ────...Assim! Está entendendo as minhas ordens? ────As mãos dominantes e segurar de si tomavam Torres pela nuca, a trazendo para perto. ────Sim?

────Si... Sim! Eu estou! ────Os lábios da loira se juntavam a medida em que ela negava com o rosto.

────Eu não entendi, Verônica, sim o quê? Você sabe bem o complemento da frase, não sabe? ────Sua mão dava pequenos e rápidos tapas contra a bochecha da mulher enquanto um sorriso cínico tomava seus lábios. ────Sim...

────Sim senhora! ────Anita sorrira de forma mais larga, vitoriosa. ────Sim senhora, delegada. ────Torres a olhava debaixo pela diferença de altura, extremamente séria pois sentia seu corpo pegar fogo.

────Eu sabia que tinha te ensinado bem. ────O toque de ambas as mãos desciam pelos seios desnudos, dando atenção aos bicos que endureciam em seus dedos, ao passo que a outra mulher lhe seguia com os olhos, sendo brecada antes de finalizar sua ação. ────Olha para mim... ────A mão firme segurava o queixo de Torres, a olhando nos olhos. ────...Posso te tocar como eu quiser? ────A feição pesada pelo desejo que sentia apenas se concentrava em consentir. ────Claro que eu posso não é? Você é minha!

O toque descia a deslizar com a ponta dos dedos pelo abdômen bem definido da outra mulher, subindo e descendo com calma, fazendo com que seu corpo estremecesse. O lábio era mordido com força, as pernas retesavam em tensão completa e logo a postura tão autoritária de Verônica Torres sumira.

────Você desaparece a noite toda e quando chega em casa acha que vai ter sua mulher assim? ────Fora a vez da delegada sorrir, assentindo com a cabeça.

────Eu não acho nada, Verônica... Eu já tenho você, aqui na minha frente, algemada e sem roupa! Então se comporta direitinho como a boa garota que você é. ────O toque com as pontas dos dedos continuava a deslizar pelo abdômen, descendo até as laterais das coxas, subindo apenas uma das mãos até o clitóris da outra mulher, o estimulando com calma. ────Acha que vai falar assim comigo e sair impune? Você acha Verônica? ────A mais nova apenas negava com a cabeça, gemendo baixinho em meiona respiração descompassada. ────O que me impede de bater no seu rostinho lindo e te jogar nessa cama... ────Anita sorria, deslizando a ponta de seu nariz pela volta do pescoço da outra, subindo até próximo ao seu ouvido. ────...O que me impede de te foder gostoso até você aprender que não é assim que você fala com a sua mulherzinha? Hm. ────Os dedos molhados deslizavam até sua entrada, brincando com o prazer imenso que Torres sentia.

LASCÍVIA ▪︎ one shot. Where stories live. Discover now