Nem o Tempo • Bill Skarsgård - Manu Rios - Juan Paiva - Gleb Abrosimov

Deja Vu

    Eu estava no aeroporto esperando meu voo para Nice - França com minha avó, Walter e Sebastian. Me disperso da minha avó com muita dor pois seria a primeira vez que ficaria muito tempo longe dela. Depois me disperso de Walter que era meu melhor amigo. Sebastian me guia até ao avião. Ao me sentar na cadeira fico pensativo se eu estava fazendo a coisa certa. Eu estava com um pressentimento de que coisas iriam acontecer.

    Após quase 15 horas de voo chegamos em Nice.
- Se prepara, Emerson. Nice é encantadora. Você vai gostar daqui- DISSE SEBASTIAN ENTRANDO COMIGO NO UBER.

- Só espero que nada me surpreenda- SUSSURREI.

    Quando eu estava dentro do carro vi uma catedral e parecia que já tinha a visto antes.

- Catedral de São Nicolau - FALEI COM OS OLHOS BRILHANDO.

- Pesquisou antes de vir para cá , Emerson ? - PERGUNTOU SEBASTIAN RINDO.

- Não... - RESPONDI E AO OLHAR PARA SEBASTIAN VI QUE ELE FICOU COM A EXPRESSÃO INTRIGADA.

O motorista do Uber passou por uma rotatória que eu reconheci e pedi igual um maluco para que ele parasse o carro. Eu senti uma forte vontade de descer do carro. Ao descer eu comecei a andar perto daquela rotária e fui em direção a uma rua comercial. Sebastian estava atrás de mim gritando para que eu voltasse para o carro.

- Aqui! - FALEI

- Aqui oque seu maluco ? - PERGUNTOU SEBASTIAN.

- Aqui funcionava um curso de gastronomia - APONTEI PARA UM PRÉDIO.

- Realmente... Como você sabe disso - PERGUNTOU SEBASTIAN.

Continuei andando por mais 10 minutos a um lugar que estava se passando pela minha cabeça e sua trajetória também. Entrei em uma rua de feirantes. Cheguei perto de uma frutaria e entrei. Eu reconhecia aquela frutaria. Eu já estive ali, só não sabia como.

- Eu já estive aqui- FALEI PARA SEBASTIAN.

- Oque ? Como ? Que maluquice é essa? - PERGUNTOU SEBASTIAN JÁ QUASE SEM FÔLEGO DE TANTO CORRER ATRÁS DE MIM.

Saiu dos fundos da loja um homem branco, de barba e cabelos ondulados.

- Bom dia. Em que posso ajudar os senhores? - NOS PERGUNTOU AQUELE HOMEM.

- Blaise... - FALEI PARA AQUELE HOMEM.

- Como sabe meu nome ? - BLAISE FICOU COM O OLHAR CURIOSO E SEBASTIAN COM MEDO.

Uma senhora saiu dos fundos da frutaria com algumas bananas nas mãos e ao me olhar deixou as bananas caírem. Ao olhá-la e a reconheci, mas também não sabia de onde. Ela tentava falar algo mas não conseguia. Foi então que ela correu em minha direção para me abraçar. Eu não consegui a abraçar de tão confuso que eu estava.

- Meu menino. Meu menino voltou - DIZIA AQUELA SENHORA - Seu irmão voltou, filho. Eu disse que ele voltaria - E ELA COMEÇOU A CHORAR INTENSAMENTE ABRAÇADA EM MIM.

Blaise teve que tirá-la de cima de mim. Sebastian me arrancou da loja e Blaise pediu para que eu o encontrasse em um café ali perto daqui a vinte minutos. Esperei juntamente de Sebastian no café a chegada de Blaise, até que ele chegou. Fiquei com os olhos felizes ao vê-lo, não sei porque. Blaise me perguntou como eu sabia seu nome e eu respondi que simplesmente o seu nome saiu de minha boca.

- Na verdade, Blaise, tudo começou no Uber, com ele dizendo que estava reconhecendo os lugares. Reconheceu até o prédio onde havia o curso de gastronomia que seu irmão cursava - DISSE SEBASTIAN.

- É que um dos motivos da minha mãe ter ficado assim só de vê esse rapaz - ELE SE REFERIU A MIM- é que... Não deixa pra lá.

- Qual foi, tio ? Conversa pela metade ? - PERGUNTEI

- Tio ? - PERGUNTOU BLAISE

- É uma gíria dos brasileiros - RESPONDEU SEBASTIAN

- Bom... após a morte do meu irmão a vinte anos atrás, minha mãe ficou desorientada. Começou a dizer que ele iria voltar. Ela achou que você era ele. - BLAISE RIU SUAVEMENTE DE CANTO DE BOCA - Nunca vou me conformar com a morte do meu irmão. A maneira como morreu: se suicidando, se jogando de um penhasco.

- Ei espera. Penhasco ? - PERGUNTEI

- Sim, penhasco. - RESPONDEU BLAISE.

- Desde que me entendo por gente, tenho o sonho que eu estou brigando com um cara na beirada de um penhasco e sou empurrado  por ele e eu morro. Mas eu não consigo enxerga o rosto desse cara e quase nada em minha volta, apenas uma árvore com um balanço. - FALEI

- Espera. Você disse balanço ? Perto do penhasco em que meu irmão morreu havia uma árvore com um balanço - DISSE BLAISE.

- Emerson, você tem esse sonho um pouco parecido com a morte do irmão do Blaise  até hoje, você reconheceu o Blaise e a mãe dele, reconheceu essa cidade. - DISSE SEBASTIAN.

- Isso significa que você... - FALARAM BLAISE E SEBASTIAN JUNTOS.

- Não. Parou por aqui. Que viagem é essa? Vocês tão querendo me dizer que eu sou...? - PERGUNTEI.

- Você pode ser a reencarnação do Adrien- DISSE SEBASTIAN OLHANDO PARA MIM E LOGO DEPOIS PARA BLAISE.

- Adrien ? - EU COMECEI A TER LEMBRANÇAS DE UM RAPAZ ALTO BRANCO COZINHANDO, LENDO, ORGANIZANDO FRUTAS, AJUDANDO NECESSITADOS.