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Enquanto estava descontraidamente a comer Cheetos na minha bela cama e a irritar a Naomi, a minha mãe decide ligar-me.



" Que queres mãe? " digo enquanto como, fazendo mais barulho que o necessário.



" Sempre tão querida Molly! " diz a minha mãe ironicamente e aposto que ela está a revirar os olhos.


" A que se deve esta tua linda chamada, querida mãezinha? " pergunto o mais queridamente possível.

" Essa foi boa, Molly! " ri sarcasticamente " Podes ir buscar a tua irmã à escola? "



" Eu? Eu estou muito ocupada a estudar! " digo tentando fazer menos barulho a comer, e a Naomi revira os olhos e eu ponho a língua de fora!  " É feio ouvir as conversas dos outros, querida companheira de quarto. "



" Não se fala com a boca cheia Molly! " diz a minha mãe pelo meu telemóvel rasca.



" Mãe! " resmungo e vejo que Naomi está a tentar não se rir. Eu odeia-a tanto...


" Mas mãe eu tenho mesmo que estudar! " dou-lhe uma pequena mentira, pois a minha amada, o seu nome mais conhecido é cama, está mesmo confortável e acolhedora.



" MOLLY ELIZABETH HARPER!! " a minha grita pelo telemóvel e eu afasto-me do auscultador com dores auditivas. " Tu não precisas de estudar! Tu e eu sabemos bem que decoras as coisas no momento que as ouves. Qual é o nome do ADN? "



"  Ácido desoxirribonucleico" respondo instantaneamente. " Bolas... "  começo a praguejar ainda mais na minha cabeça, outras palavras que certamente a minha mãe não iria gostar de ouvir.


" A tua irmã sai da escola às 16 e 30h Beijinhos doces. " eu ia protestar, mas a linha ficou em silêncio, logo a minha mãe desligou-me o telemóvel na cara.


Atiro o meu telemóvel podre da Nokia para cima da minha cama, com uma força desnecessária, e fico com pena do meu jogo preferido do telemóvel e o único, o jogo da cobrinha.


Estico-me e agarro o telemóvel de novo e começo a jogar ao jogo da cobrinha. Mas como é que ela bate tantas vezes com a cabeça na parede que não morre, e só morre quando ela própria lhe come a cauda? Não faz sentido.


Com um sorriso na cara, lembro-me da minha irmã e reparo que são 16 horas e 13 minutos. O meu sorriso rapidamente se desvanece na minha cara e os meus olhos arregalam-se. " A minha irmã! " falo desesperada, enquanto me levanto, só que os meus pés ficam enrolados no lençol da minha cama e caio no pequeno dormitório. " Eu estou bem! " digo quando mel levanto.


Olha para a minha roupa e podia estar pior. Estou a usar uns calcões de ganga, não do Louis Vuitton, como os que a Naomi tem, apenas os meus. E ainda envergo uma camisola azul que diz a letras brancas " O meu nome é Bond. Hidrogénio Bond " com a fórmula de hidrogénio ao longo da camisola.


Calço rapidamente os meus all stars gastos e peço a Deus que isto resulte. " Naomi? " ela olha para mim depois de para de ler a sua revista cor-de-rosa. " Achas que me podias levar no teu carro até à escola da minha irmã? "


Ela olha para mim, como se fosse uma parvinha, revira os seus olhos azuis e continua a ler a sua revista cara. Respiro fundo para me acalmar. Ela não percebe que está em risco uma jovem de 7 anos, que calhou ser minha irmã mais nova?


Abro a porta do dormitório e quando a fecho falo baixinho " Vai dar uma curva, Naomi! "


Começo a correr pelo campus e a pensar na maneira mais rápida de chegar à escola da minha irmã. Talvez se apanhar um táxi, chegue lá rápido. Mas tenho lá eu dinheiro para táxis! Se virar à esquerda, posso apanhar um atalho, mas aqui está sempre escuro lá, por isso é melhor não. Se virar à esquerda é só uma corrida de 10 minutos, penso.


Raiz Quadrada de 16Where stories live. Discover now