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Com um impulso rápido eu empurro London, ela cai perto do guaxinim morto e se apóia com os braços na terra me fitando.

- O que foi? - pergunta.

- Você me beijou.

- E daí?

- E daí que eu só não esperava por isso.

London se aproxima e faz aquela expressão no rosto que quer dizer "você é idiota assim mesmo ou faz curso?" o que muito provavelmente eu responderia "sou assim mesmo e se brincar sou em nível expert, obrigada". Mas ela novamente me surpreende e diz algo que eu acho bastante interessante:

- Você não pode esperar sua vida toda. - E eu pergunto:

- Como assim? - E ela explica:

- As coisas simplesmente acontecem, Michael, você não pode prever quando irão acontecer ou esperar para que aconteçam, elas apenas vão. É como, você está vivo agora, mas amanhã puft a morte pode simplesmente te levar.

- Isso é algo bem perturbador.

- Mas é a verdade.

Fico inquieto com a esperteza de London que me intimida fortemente, então me levanto. Limpo minha roupa, encaro mais uma vez o animal morto e estendo a mão para ela que se levanta e volta a me fitar com aqueles olhos verdes imensos.

Eu a abraço porque de alguma forma ela me fez ter uma visão diferente. Mesmo que tenha sido somente palavras de uma garota chapada, elas foram de fato importantes.

(...)

Quando, minutos depois me deito pronto para dormir, me assusto ao ver a porra do Luke deitado de forma desleixada exatamente ao meu lado.

- Onde caralho você estava?

- Odeio quando você fala palavrão.

- Vai tomar no cu! - grito.

- Para com isso. Eu estive aqui o tempo todo, seu trouxa.

- Não. Eu procurei você por todo canto, eu estava preocupado, Luke.

- Hm... Pensou em procurar... Na.. Barraca?

Quando não respondo, Luke sorri e fecha os olhos voltando a dormir e do jeito que o sono de Luke é leve, é provável que ele já tenha realmente dormido.

Quando me dou conta, eu estou o encarando incontrolavelmente, observando cada linha do seu rosto e os pequenos pelos dourados que ele tem pelo corpo. Eu acho tudo isso muito bonito.

Volto meu olhar para o teto e murmuro baixo junto com um suspiro:

- Eu até chorei.

20 de Dezembro de 2010

7:20 AM

AAAAAAAAAAAH DIA MALDITAMENTE PRÓXIMO DO NATAL!

Desembrulho-me dos edredons confortáveis e com um pouco, talvez muita preguiça, o que é comum em época de inverno, encaro a vizinhança pela janela do meu quarto.

- Luke! - Berro.

Ele entra correndo pela porta do meu quarto, escorrega na minha cueca, solta um palavrão e se levanta perguntando estressado:

- O que foi?!

- Olha! Sr. Rubens! - Aponto para casa da frente.

- O que tem ele?

- Esse velho rabugento já começou os preparativos da casa dele.

Todos os anos, na minha vizinhança, acontece a importante competição em que consiste de QUEM TEM A MELHOR CASA DE NATAL?! E o Sr. Rubens SEMPRE ganha, mas nesse Natal tenho a garantia de que vai ser diferente porque tudo está devidamente preparado.

- Tem certeza que quer fazer isso de novo? É só perca de tempo e de dinheiro. - Diz Luke.

- É algo importante para mim. Você vai me ajudar ou não?

- Se é importante para você é claro que vou. - É o que ele responde.

Meu rosto fica vermelho, sei disso porque estou olhando meu reflexo no espelho atrás de Luke. Com todos os acontecimentos recentes havia me esquecido do maior deles: O quase beijo entre eu e Luke e a forma que me senti por não ter acontecido.

Minha mãe bate na porta duas vezes e sem que eu permita sua entrada, ela se enfia dentro do quarto assim mesmo entregando-me um olhar furioso.

- Você quer mesmo chegar atrasado para a escola e receber mais uma de várias reclamações?

Trabalho no projeto para "A Melhor Casa de Natal" durante todo o período de estudo e nem mesmo me importo que eu deveria estar fazendo minha atividade de espanhol como o restante dos alunos.

Deixo de passar no armário, corro para ocupar meu lugar perto da janela na aula de espanhol e tento me lembrar o que está faltando para meu projeto. Passo minutos encarando o nada até que uma lâmpada se acende em minha mente e eu grito:

- O menino Jesus!

Todos me olham e por algum motivo Sra. Olívia pensa que eu estou tirando algum sarro com a religião católica, então ela aponta o dedo bruscamente para mim e pergunta se fiz minha atividade e quando eu tento explicar como o meu papagaio comeu ela... Ela apenas grita em um som alto, agudo e com sotaque:

- Detención!

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serio gente comentem, é muito importante pra mim saber o que estão achando da fanfic

TCHAU VIADOS

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IMAGINARY [muke]Where stories live. Discover now