Capítulo 65

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Ecaterimburgo, madrugada de 17 de julho de 1918. 

Os sons dos tiros e dos corpos caindo fez as duas irmãs gritarem, Anastácia se agarrou em desespero, vendo o corpo da mãe caído ao lado de suas mãos.

Um soldado puxou Maria, em desespero a jovem tentou se agarrar a irmã, mas com um chute do homem Anastácia caiu pra trás e bateu com a cabeça, perdendo a consciência, sangue escorrendo de sua cabeça pelo impacto.

Os corpos dos Romanov estavam pelo chão, cada um dos homens pegou um dos corpos. Um homem menor que os demais, mal conseguindo manter o próprio peso agarrou o corpo da jovem Anastácia.

Um dos homens ali presentes observou.

"Deveríamos atirar na cabeça dela para garantir que esta morta." Afirmou enquanto sacava a arma.

Pavel, o homem que segurava Anastácia, congelou no lugar.

"Ela.. ela já perdeu muito sangue e bateu a cabeça.." ela gaguejou enquanto suava "Nem deve ter mais um cérebro inteiro, a bala provavelmente voltaria.."

"Ele está certo." Declarou outro homem. "Apenas leva esses malditos, os coloquem em locais diferentes, não quero que encontrem seus corpos com facilidade."

Pavel acentiu, arrastando o corpo de Anastácia para fora do porão, sangue pingando da cabeça da antiga Princesa da Rússia.

Chegando do lado de fora, a arrastou por mais três quilômetros até chegar junto a uma carroça onde estavam dois homens e uma mulher.

Os homens eram claramente russos, entretanto a mulher se assemelhava mais a uma estrangeira de terras da América. Olhando de perto Pavel percebeu que estava roxa, sentada na parte de trás da carroça com arranhões,  roxos e marcas vermelhas pelo corpo. Uma garota de conforto.

Ela ignorou, jogando o corpo de Anastácia para dentro da carroça.

"Vamos vadia ajude." Pavel gritou ordens, a mulher mesmo trêmula ajudou a colocar Anastácia na carroça e a cobriu para escondê-la.

Ela viu a princesa abrir os olhos lentamente, a cabeça girando pros lados.

A mulher, cujo o nome era 'Maria', ergueu o dedo do meio e a fez o sinal de silêncio. Com os olhos embaçados Anastácia confundiu a jovem de poucos mais de dezesseis anos com sua irmã, Maria, obedecendo o pedido.

A mulher cobriu o rosto de Anastácia, Pavel passou pela carroça e foi até os dois homens, Kuzma e Timofey, filhos de um monarquista que descobrirá os planos dos traidores para executar os Romanov. O plano original era levar Alexei e Olga, mas com a morte dos dois e Anastácia sendo a única ainda viva a menina se tornou a única opção viável.

"Ela é uma menina." Acusou Kuzma "Pai pediu para trazer o menino."

"O menino foi morto antes que eu pudesse apagá-lo." Ele disse "Maria foi burra e não conseguiu ficar quieta, poderia ter trazido as duas mas aquela vadia não colaborou e tive que matá-la."

Maria ouvia atentamente as palavras dos homens, a jovem colombiana de dezesseis anos ficou em silêncio, o olhar sobre o corpo coberto da garota Romanov.

"Deem um jeito de levá-la a Áustria, lá arranjem um marido pra ela e deem um jeito de engravidar essa garota. A Rússia precisa de um menina para o trono, mas como temos apenas Anastácia esperemos que ela seja uma vaca reprodutora melhor que a mãe."

Timofey acentiu enquanto começava a mover a carroça o mais rápido que conseguia, Pavel os observou se afastando, se movendo pro lado e começando a cavar uma cova, Zakhar, um amigo, lhe trazia o corpo de uma filha de um homem pobre, a jovem tinha sido sequestrada por Zakhar e após tentar fugir foi morta.

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⏰ Última atualização: Mar 30 ⏰

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𝐌𝐄 𝐓𝐎𝐑𝐍𝐄𝐈 𝐔𝐌𝐀 𝐏𝐑𝐈𝐍𝐂𝐄𝐒𝐀 | ᵖʳⁱⁿᶜⁱᵖᵉ ʷⁱˡˡⁱᵃᵐOnde histórias criam vida. Descubra agora