Capítulo XXIX

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Havia começado a chover, e, felizmente, Thomas encontrou uma espécie de caverna, a poucos metros da carcaça de dragão. Ele disse que, aquela podia ser onde o dragão se alimentava e dormia, devido à enorme quantidade de sangue seco no solo e o cheiro pútrido no ar.
Mike pretendia cortar partes do dragão antes que os vermes e outros animais o achassem, para nos alimentarmos. Porém, Thomas o proibiu, e disse que, mesmo aparentando fresca, a carne de um dragão tinha gosto de carniça e muitas vezes era, inclusive, envenenada, devido à plantas venenosas, que não surtia efeito nele, e que eram usadas para retirar restos das presas.
_ Como você sabe de tudo isso? _ pergunto, sentando-me ao lado de Mark.
_ Não importa _ Thomas foge do assunto _ Como está o braço?
_ Bem, parou de sangrar, mas afastei um pouco o pano e a aparência está bem ruim, e ainda dói muito _ Digo enquanto Mike lança um olhar nervoso à Steve, que repassa o olhar para Thomas.
_ Hm... _ Ele resmunga _ Deixe-me ver.
Seus dedos gelados, tocam minha pele e
Ele retira o pano, antes limpo, de meu braço. O pano tem algumas partes levemente chamuscadas, mas parece que minha imunidade ao fogo, o protegeu.
_ Ah _ Thomas faz uma cara de nojo _ Isso está péssimo! Me dê um minuto.
Thomas coloca a ponta dos dedos no ferimento se raspão, é começa a murmurar coisas incompreensíveis, de olhos fechados, e balançando as costas para frente e para trás.
_ O quê? O que esse doido está... _ Simon começa a dizer, mas eu o interrompo pedindo silêncio.
Logo depois, Thomas levanta a mão, e quando olho para meu braço, magicamente, a pele está voltando ao normal, cobrindo o ferimento, e já não sinto mais dor.
_ Co... Como... _ Começo a dizer.
_ Lua? _ Mike pergunta se aproximando _ Você também é um Lua? Como?
_ Impossível! Assassinos nunca recrutariam um Lua _ Simon interrompeu _ Eles matam os...
_ Não sou um Lua _ ele olha pra mim _ Sou mais que isso.
Seu olhar implora um sinal de que eu tenha entendido, mas tudo oque entendi é que tenho que balançar a cabeça em negatividade.
Thomas suspira, e vai para a entrada da caverna, onde se senta e observa a chuva cair.
Mike, estava ao lado de Simon e pensando em algo. Mark continuava desacordado, e eu não saia do seu lado.
Simon senta-se ao meu lado, e começa a dizer:
_ Anna... me desculpe por aquilo mais cedo, eu não sei oqu...
_ Está tudo bem, Simon. Esquece isso.
_ Tudo bem... e... como está o Mark?
_ Desmaiado _ Digo na defensiva.
_ Desculpe _ Ele pensou um pouco e cobtinuou _Não devia ter tentado conversar. Quer ficar sozinha? Bem, de qualquer forma, vou te deixar.
Não respondi.
_ So quero pedir que você esqueça hoje cedo. Eu não estava bem, e você sabe que sempre fostei de você. Foi puro impulso. Me desculpe mais uma vez _ Ele suspirou _ Acho que não tenho culpa do seu irmão estar assim. Mas saiba que oque eu puder fazer, farei. E que sempre pode contar comigo. Morreria feliz, se fosse você quem me pedisse _ Ele acaba de dizer, e começa a se levantar, mas eu choro, e o puxo em um abraço.
_ Jamais pediria para que morresse. Você tem que estar comigo. Eu preciso de você. Promete... prometa que naovai me deixar nunca?
_ Prometo _ diz ele num sussurro, enquanto me abraça.

**

Acordo no dia seguinte, com Mike me chamando, apressado.
_ Bom.... O quê ta acontecendo? _ Pergunto.
_ Seu irmão _ Ele explicava enquanto pegava suas adagas e as colocava no cinto _ Ele acordou, mas estava ardendo em febre, quando fui buscar a água pra tentar abaixá-la, ele saiu correndo. Acho que está delirando. Simon!
_ Thomas!
Com todos acordados, saimos correndo por onde Mike tinha visto Mark ir, e bem mais a frente vimos ele caído sobre uma pedra, mas quando virou a cabeça pra trás e nos viu, correu novamente.
_ Por que ele está fugindo? _ Disse Simon enquanto corríamos mais.
_ Ele está delirando. Como eu vou saber como ele está nos vendo? _ Digo, cansada.
Ofegantes, todos chegamos juntos a um circulo sem vegetação, no meio da floresta, e Mark estava parado de costas pra nós, aparentemente bem.
_ Mark? _ Chamei com cuidado, e dei um passo para frente enquanto ele se virava.
_ Fique longe de mim! Você matou eles. Não vai me matar também!! Nada de experimentos e testes comigo, Assassino!
Sua fala era rápida e desesperada. Mark puxou sua AK-47, e apontou a arma para seu queixo, de baixo para cima.
_ Mark, não! Sou eu. Anna. Sua irmã. Eu sei que você se lembra. Está tudo na sua mente! Não há Assassinos aqui! _ Dou mais um passo a frente, com as mãos esticadas pra mostrar que não estou armada e não o quero mal.
_ Fique longe de mim!!! Não venha, ou eu atiro em você!
_ Anna... _ Simon começou a dizer mas eu o ignorei.
_ Mark _ Agora ele estava com o dedo no gatilho e o cano da arma de projetava para o meu lado _ Por favor... tente... tente se lembrar! Sou eu. A sua irmã. A sua família. Vai matar o que sobrou de nossa familia, Mark. Por favor, lembre _ Dou mais um passo.
_ Pare ai! Eu sei quem você é.. NÃO MINTA PARA MIM, EU NÃO SOU BURRO! ESTOU TE VENDO, SEU TRAIDOR! SUA MORTE DEVERIA SER LENTA E MUITO DOLOROSA, PARA PAGAR OS ESTRAGOS QUE FEZ EM MINHA VIDA, VOCÊ TEM QUE SOFRER!
_ Anna, tome cuidado. Ele está fora de si. Não sabe quem é, e muito menos quem é você _ Simon tentou me convencer.
_ Cale a boca, Simon! Mark... meu irmão. Por favor, você tem que acreditar em mim!
Apartir dai, tudo aconteceu muito rápido, eu dei mais um passo, Mark pressionou o gatilho, senti um peso enorme me jogar no chão, e cair sobre mim, um grito, o olhar e a arma de Mark denovo em mim, um vulto sobre ele, um tiro pro alto, e passos apressados.
_ A... a... hm... a... an... _ Era a voz de Simon, engasgada.
_ SIMON! _ Ao olhar para o lado, Simon tinha a boca inundando com sangue, e as mãos pressionando o peito, também com sangue.
Ele levou o tiro por mim.
Lágrimas me escorriam pelo rosto enquanto eu dizia pra ele não me abandonar, ficar comigo e não morrer.
_ THOMAS! THOMAS! _ Gritei _ THOMAS SALVE ELE! NÃO DEIXE ELE MORRER!! POR FAVOR!
_ Anna... _ Thomas estava atrás de mim, com a mão em meu ombro _ Eu curo, mas não posso, e não sei enganar a morte. E ela ja está muito, muito perto dele... Sinto muito.
Eu chorava ainda mais, quando o vi tentar balbuciar com dificuldade algo.
"Eu te amo"
Dei-lhe um beijo na testa.
_ Eu também te amo, Simon.

EstrelaWhere stories live. Discover now