Who is that boy?

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Já se passava das 19h30 e meu celular não parava de vibrar debaixo da coberta enquanto eu escovava meus cabelos que amanheceram cobertos de frizz. Eu não me considerava vaidosa, mas algo me dizia que eu deveria estar devidamente arrumada hoje. Qual é, jantar em um restaurante caro, em um dia de semana qualquer? Conheço Christian há tempo suficiente para saber que algo me espera.

De repente, a porta do meu quarto se abre e vejo meu namorado usando um smoking preto que destacava a cor dos seus olhos. A beleza dele me desconcertava, às vezes.

— O Tony me deixou entrar. — Ele falou.

— Você está adiantado. — Comentei, sorrindo.

Logo ele me deu um beijo singelo nos lábios.

— Não consegui esperar.

— Não faz mal.

— Vamos? — Ele perguntou.

E com últimos ajustes na escova, fomos jantar.

Enquanto comíamos, percebi Christian muito tenso e calado de forma que nunca havia visto, já que, por incrível que pareça, ele era o tagarela da relação.

— Chris? — Chamei sua atenção que neste momento parecia estar fora de orbita.

— Hum?

— Terra pra Christian!

— Me desculpa. — Chris pousou os olhos na comida que estava quase intocável.

— Fala pra mim o que tá te perturbando tanto.

— Eu só queria que você soubesse que você é a morena mais linda do mundo. — Pigarreou. — A mulher, mais linda do mundo. Amo quando você sorri e a maçã vermelha do seu rosto serve de contraste para sua cara pálida.

Eu sorri de canto, mas naquele momento percebi: Ele tinha feito alguma coisa errada.

— O que você fez comigo, Chris?

Ele abaixou a cabeça e sua postura demonstrava constrangimento.

— Chris? — Aumentei o tom de voz, assustando-o um pouco.

— Aconteceu, Mari.

E foi quando tive a confirmação que o príncipe encantado perdera seu encanto. Christian havia me traído. Nesse momento já havia lágrimas em seus olhos, mas mal consegui encará-los. Me senti humilhada.

— Como? — Quis saber.

— Ontem o Gustavo deu uma festa na casa dele, eu juro era pra ser só uma saída com os amigos, como sempre faço. Mas dessa vez eu bebi demais, e acabou que tudo saiu do controle, por favor, me desculpa.

Cerrei os olhos para evitar que o choro escorresse. Não ia lhe dar esse prazer. Mas se pudesse definir em poucas palavras o que senti naquela noite, diria: "Eu nunca me senti tão destruída.".

Alguns minutos se passaram em completo silêncio. Duas ou três vezes quando o Christian ousava abrir a boca eu lhe lançava um olhar de reprovação.

— Não vai dizer nada?

— Você se arrepende? — Finalmente, perguntei.

— Claro que sim! Eu amo você, Mari.

— Não diz isso de novo, por favor. Não até você entender o que realmente isso significa. — Ao dizer essas palavras, me levanto, jogo 30 reais na mesa, e vou embora no primeiro táxi que apareceu.

No caminho, tento ligar pra Susana algumas vezes, eu sabia que com ela poderia realmente desabar, ela não esperava que eu fosse forte, nem que aguentasse tudo com um sorriso no rosto, e isso era tudo o que eu precisava no momento.

Susana não atendeu a nenhuma das minhas ligações, então resolvo trocar a rota e descer diretamente lá. Ela não era alguém que estava sempre grudada no celular então imaginei que simplesmente não tenha visto quando liguei.

Bem como supus, Susana estava em casa, mas diferente do que pintei na minha cabeça, ela não ficou muito feliz ao me ver.

— Mari?! — Exclamou. — O que tá fazendo aqui tão tarde? Aconteceu alguma coisa?

Sim. Tanta coisa aconteceu que esqueci de checar o relógio e perceber que já se passavam das 23 horas da noite.

— Me desculpa aparecer assim sem avisar... Eu tentei te ligar, mas você não atendeu.

— É que a bateria do meu celular morreu. — Susana se explicou.

Estranhamente, notei que talvez ela não quisesse que eu entrasse. Afastei os pensamentos, e disse a mim mesma que isso era coisa da minha cabeça.

— Você tá com alguém aí? Namorado novo? — Provoquei. Era incrível como em poucos minutos, sua presença já me fazia melhorar.

Ela riu.

— Não... — Falou, simplesmente. — Você se lembra do Lucas? Aquele amigo meu, da faculdade? Não sei se você já o conheceu, acho que não..., enfim, ele vai passar a noite aqui. Não está nos seus melhores dias.

Eu assenti com a cabeça.

Não conhecia o Lucas, mas já ouvi a Susana falar muito dele. Ela sempre deixou claro para mim que eles eram melhores amigos, e pelo fato de nós sermos de ciclos diferentes nunca tivemos a chance de nos conhecer. Mas pelo o que eu sei, ela deve estar mesmo com ciúme de que sejamos amigos e ela tenha que ceder nem que seja um pouco dos dois.

Antes que eu pudesse responder a pergunta, Lucas aparece atrás de Susana e abre a porta inteira lançando um sorriso que eu poderia jurar: estava flertando comigo!

— Quem é você? — O garoto perguntou.

Eu GELEI! Primeiro porque ele era estranhamente bonito, Lucas era alto, forte, mas nada muito exagerado, os olhos dele eram estreitos, castanhos quase pretos, o cabelo praticamente no mesmo tom. Não sei se sua aparência física era de fato tão atraente, ou se seu jeito de quem leva a vida de qualquer maneira influenciou. Segundo porque a Su estava claramente desconfortável com toda situação.

— Sou muita areia para o seu caminhãozinho! — OK, me arrependi dessas palavras assim que saíram da minha boca. Eu tenho um grande problema em falar besteira quando fico nervosa.

— Olá, Muita Areia Para O Seu Caminhãozinho! Eu sou o Lucas.

A tensão estava instalada e lá estava Susana encarando nós dois, confusa e, arrisco dizer, irritada. 

O melhor amigo da minha melhor amigaWhere stories live. Discover now