Nada

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OLÍVIA

Nada.

É assim que estou me sentindo nesse momento.

A mãe de Léo, Eliza, está com os olhos cheios de lágrimas, não parou bem um minuto, após a saída do filho, de se desculpar comigo pela forma que seu Léo me tratou.

Mesmo assim, nunca me senti tão diminuída na vida. Sei que a culpa não é dela, mas não consigo expressar em palavras tudo que estou sentindo.

Minhas lágrimas escorrem pelo meu rosto. Não consigo evitar, é mais forte que eu.

Sempre soube da opinião dele sobre mim, mas uma coisa é saber, outra bem diferente é ele esfregar na minha cara desse jeito. Só consigo pensar no colo da minha Vó. Era pra ela que eu corria em momentos de dor. Lembrar dela só me faz chorar mais, me sinto tão pequena...

__ Pai... podemos ir pra casa?

Pergunto em meio aos soluços. Na mesma hora ele se despede e vamos embora.

Meu irmão está calado, o rosto vermelho e os olhos injetados de ódio.

Posso imaginar tudo que ele pensa em fazer com Léo. Parte de mim deseja que ele leve uma surra, mas não posso permitir que uma amizade de anos termine por minha culpa.

__ Osvaldo, não fica assim. Eu tô bem, ele não fez por mal, foi só a pressão...

__ Não to acreditando nisso!! Ele te humilha na minha frente, e você ainda defende aquele merda? Você é inacreditável!!

__ Não tô defendendo!! Só que achei que a amizade de vocês fosse importante!!

__ Não mais que você, merda!!

Meu pai que estava até agora calado, sem saber oque fazer, resolve acalmar um pouco. Ele sempre elogiou muito o carácter e a postura calmo do Léo, isso deve estar sendo difícil de assimilar pra ele, que o considerava como um filho, crescendo junto ao Osvaldo.

__ Chega. Os dois precisam de calma, eu sei que você se decepcionou muito com seu amigo, confesso que eu também, mas precisamos agir com calma. Não adianta nada gritar, quem fala o que quer, ouvi o que não quer. Infelizmente Leonardo não pensou que falando isso, o principal ofendido seria Olívia e não Eliza.

__ Não acredito que o senhor também está defendendo-o! Se quiserem fingir, que nada aconteceu, por mim tudo bem. Só não contem comigo. Não aceito pessoas que diminuam os outros pra se sentirem superiores. E é por esse motivo que não suporto aquela vadia-modelo.

Sei que Osvaldo só quer o melhor pra mim, então decido deixar que faça o que quiser. A vida é dele, e se for pra ele se sentir melhor, então tudo bem.

__ Ok Osvaldo. Só quero chegar logo em casa e dormir, quem sabe isso não passe de um pesadelo. E eu não me importo com o que o Leonardo diz ou pensa. Ele e aquela lombriga se merecem, são duas cobras. A partir de agora vou fingir que ele não existe.

__ Sinto muito, filha. Não sei o que deu nele, nem o porque da Eliza provocar tanto, mas nada justifica a atitude tomada por ele. Segunda irei ter uma conversa séria com Leonardo, não gostei da forma que foi tratada e não aceito a forma que tentou te diminuir. No lado pessoal, ele me decepcionou, espero que não aconteça o mesmo no profissional.

Chegamos em casa, e mal o carro parou, corri pro meu quarto. É nessas horas que minha Vó mais faz falta, ela saberia oque me dizer e quais carinhos fazer, eu choraria e ela me aconselharia da melhor forma. Os conselhos dela me fazem falta, sempre me ajudaram a superar minhas dificuldades.

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