Capítulo 32

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AMANDA

Me levantei da minha cama pela décima segunda vez. Eu queria fazer algo. Queria sair de perto dessas paredes que me sufocam e só me fazem lembrar das noites com o Chris. Porra. Eu vou sair daqui.

Vesti um vestido branco simples e coloquei um biquíni preto por baixo.

Sai de carro dirigindo pra Miami, onde tem praia. Lembro que foi lá em Miami onde o Chris me pediu em namoro, depois de uma viagem de duas horas de pura zueira. Eu não imaginava que ele ia me pedir em namoro. Mas será que ir aonde tudo começou é uma boa idéia? Eu acho que é uma péssima idéia. Mas ficar na minha casa em Nova York, aonde não ta frio nem quente, também não é uma boa opção. Não queria ficar escrevendo mais viadajens na minha cama.
Passado uma hora e meia de viagem cheguei a praia. Não eram duas horas de viagem? Era, mas eu vim correndo, porque eu pisava no acelerador toda vez que lembrava das mãos do Chris sobre mim, do seu sorriso e do seu abraço. Eu vim muito rápido.

Andei mais um pouco até estacionar em qualquer lugar da praia, já que taca de noite e a praia se encontrava vazia,exceto por um só outro carro. Deve ser de alguma pessoa que mora em algum desses prédios de luxo com vista pro mar. Sai do carro andei em direção as águas que se agitavam magicamente diante dos meus olhos e senti a areia fofa sob meus pés.

Caminhei até sentir a água bater na ponta dos meus dedos. Mesmo a areia sendo branquinha, a água do mar era de um azul profundo. Pelo menos a noite era assim. Acho que de manhã a água deve ser clarinha.

Fechei meus olhos e ouvi as ondas se formarem e baterem contra as rochas e contra o vento cortante.

Lembrei da reação do Chris quando eu o chamei de namorado e quando chamei ele de amor. Lembrei não só dos momentos da praia como também quando eu fazia ele sorrir com coisas idiotas, quando ele colocava sua mão na minha coxa só pra provocar. Ou quando ele bebeu e me deixou com fogo quando ele caiu no sono. Das caretas que a gente fazia quando ia tirar fotos juntos. E claro, das noites de sexo também. Eu sentia falta de tudo isso. E falta do que podiamos ter feito sem esse fim.

Eu não disse que eu só ia escrever viadajens se eu ficasse lá?

Joguei minha saida de praia na areia e corri pra água. Me joguei naquela água morna e na hora pensei: Meu cabelo vai ficar lilás com essa bosta de água. Mas foda se! Já molhou mesmo.

Nadei até onde eu consegui alcançar meu pé. Comecei a dançar na água pra me animar, mesmo sem música.

- A constellation of tears on your lashes. Burn everything you love, then burn the ashes. - comecei a cantar enquanto me embalava na água. - In the end everything collides. My childhood spat back out the monster that you see...

(Uma constelação de lágrimas em seus cílios
Queime tudo que você ama e em seguida queime as cinzas
No final tudo colide
Minha infância cuspiu de volta o monstro que você vê)

Cantei com mais força o refrão da música e me virei para o horizonte. Vi um pedaço mais escuro na água boiando e ele começou a vir devagar na minha direção.

PUTA QUE PARIU É UM TUBARÃO! Sai nadando rápido mesmo com pensamento de que não adiantava correr, eu já estaria morta, mas por milagre cheguei a areia ser ficar sem a perna. Peguei minha saida de praia e coloquei no meu corpo. Na areia eu já não corria mais perigo, então olhei fixamente para a água escura e percebi que não era um tubarão e sim um corpo. Sai correndo para a água com vestido no corpo, não me importando se eu ia molhar meu carro depois ou não. Mergulhei e nadei de braçada até chegar ao corpo, levantei minha cabeça pra pegar ar e puxei a blusa da pessoa e recomecei a nadar, agora voltando pra areia.

Enquanto ia voltando tão rápido quanto podia pra areia, pensei em como essa pessoa veio parar aqui, quem era e se estava morto, e se tivesse morto seria por um tubarão? E só pra constar, eu tenho fobia de tubarão. Então se o tubarão voltasse para pegar sua comidinha eu deixaria o corpo ai pra não ser eu a próxima.

Me arrastei sobre a areia puxando a pessoa com uma mão só, o que não deu muito certo já que ele era mais pesado que eu e ficou empacado na areia como uma baleia. Resolvi mentalmente que ali o tubarão não ia mais conseguir pegar nem um dos dois e voltei pra ver como a pessoa estava. Meu olhar se fixou no seu rosto inchado e machucado. Meu coração se afundou e eu fiquei ofegante com a dor que eu sentia sobre o mesmo. Meu peito se abrindo a um buraco que nunca se fecharia. Não se ele realmente morrer. O que eu iria fazer num mundo sem Chris? Será que ele se matou? Por minha causa?

Antes que eu pudesse me parar já estava soluçando ajoelhada ao corpo do homem que amo.

- Chris! NÃO! - gritei e me impulsonei contra seu peito, fazendo o cuspir meio litro de água. Mas ele não acordou, nem tossiu. Ele continuava desacordado. Me impulsonei contra ssu peito de novo e nada mais saiu de dentro dele. Cheguei perto da sua boca e assoprei ar para dentro dele. Nenhuma reação. Me abracei a seu corpo gelado e senti que ele não estava mais ali. Chorei mais, até soluçar. - Não me deixe meu amor. Não me deixe.

Me ajoelhei ao seu lado e comecei a fazer a massagem cardíaca que sempre vejo nos filmes. Fiz uma, duas, três vezes... até que consegui ouvir sua respiração baixa.

- Ai meu Deus! Eu vou matar você! Como você tem coragem de me deixar desse jeito? Você tem demência? Ta querendo me matar também? Como seria minha vida sem você, seu idiota? - disse/gritando e batendo contra seu peito enquanto ele só piscava lentamente. Respirei fundo e o puxei contra meu peito, o levantando pra ele respirar melhor.

- Eu nunca te trai seu imbecil. - eu disse, deixando as lágrimas escorrerem pelo meu rosto incontrolávelmente. - Eu te amo tanto e é isso que você faz? Tenta se matar? Da vontade de quebrar sua cara! Você poderia ir me procurar e me xingar quanto for! Mas não! Você fez isso. Idiota.

- Para de... brigar comigo. - ele diz sentado no meu colo, fracamente.

- Eu não vou mais brigar. - falei o abraçando forte. - Eu só... eu só te amo tanto e você não acreditou em mim quando eu falei a verdade. E a gente ta casado e você fica com outras garotas na minha frente! Isso me machuca tanto! - soluçava contra seu cabelo. - Você nunca mais vai se separar de mim, nem que eu tenha que te colocar correntes. Eu te amo Christopher. Me perdoa?

- Eu perdoo meu amor, mas para de apertar meu pescoço pra eu poder beijar essa sua boca gostosa que eu senti tanta falta. - ele diz fracamente, mas voltando ser o Chris de sempre, mas quando ele se vira pra mim à lágrimas no seu rosto. - Me perdoa também?

Eu não sou capaz de responder, apenas confirmo com a cabeça. E ele me beija, lentamente como nunca beijou. E deitamos na areia de onde tudo começou e onde eu achei que tudo ia terminar.

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Emocionante, sim?

Beijoos gatosas

Tia Candy

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