Capítulo 12

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Custava-lhe a crer que aquela visão era real... Ela confiava nele, ela depositara nele toda a réstia de esperança que ainda tinha e, de repente, vê-lo acompanhado por outra mulher partira-lha o coração! Duarte parecia ser tão perfeito, como um príncipe... mas ao que parece, esse mesmo príncipe, transformou-se num grotesco sapo repugnante.

Ao ver aquela cena, Inês levanta-se e caminha até casa, seguindo em silêncio, escutando os torbulentos pensamentos, com as mãos nos bolsos e olhos, maioritariamente, no chão. Decidiu ignorar os diversos telefonemas e mensagens provenientes daquele que lhe roubou o coração e o partiu em pedaços de seguida.

"Mas ele afinal quer o quê?!" pensava Inês vezes sem conta.

Passou o dia quase sem comer, sem nada a fazer, apenas caída na cama como se em transe estivesse. A mãe bem lhe trouxera um prato com arroz, grão de bico, atum e ovo, tentando animar a filha, sem resultado. Apesar daquela ser uma das refeições preferidas da jovem, não lhe despertou qualquer interesse, ficando, assim, por horas, na mesinha de cabeceira aguardando a aceitação de Inês.

Ao fim da tarde, Duarte bate à porta de casa; é a mãe que a abre.

-Boa tarde, - saúda Duarte, eu queria ver a Inês, ando preocupado com ela...

-Entra, lembro-me do teu rosto! Ela está a precisar de ti, está muito em baixo, não sei o que se passou.

Duarte segue até ao quarto da namorada, ou amante, sabe-se lá! Bate à porta e não obtém resposta, apenas uma espécie de grunhido do outro lado. Decide entrar, espreitando primeiro. Ao vê-lo, Inês volta-lhe as costas, aninhando-se entre cobertores.

-Olá! Ando preocupado... não me disseste nada o dia todo, estás nesse estado... o que se passou?

-O que se passou?! - inquere Inês indignada, sentando-se na cama de forma brusca e inesperada - como tens coragem de me perguntar isso depois de andares a passear pela praia com outra mulher?!

Enquanto falava Inês morde o lábio com força, não deixando as lágrimas correrem e adota, ou tenta adotar, uma expressão séria e forte.

-Tu andas a seguir-me?!

-Não, não ando! Tive uns problemas por casa e fui desanuviar, mas o que eu encontro? O meu namorado com outra! Devo dizer namorado ou amante?!

-Não é nada disso! É uma longa história... não é nada do que estás a pensar.

-Todos dizem isso - Inês encara os seus olhos procurando a verdade neles.

-Aquela mulher é... - Duarte fita o chão e toda a mobília do quarto, enquanto entrelaça os dedos das próprias mãos - é minha irmã...

Inês gargalha levemente, como forma de descarregar a raiva que cada vez mais se intensificava dentro dela:

-Tu sempre disseste que és filho único, agora estás a inventar?! Olha se quiseres admitir a verdade agora, estou a ouvir, senão sai do quarto!

-É verdade Inês! Eu pensava que era filho único, mas pelos vistos nada na minha vida é real! Eu sou adotado!! Sabias disso? Pois... eu tambem não, os meus pais nunca me contaram. Ontem à noite, aquela mulher veio me procurar afirmando que era minha irmã...

Inês permanece em silêncio, esperando a continuação da história, tentando perceber se era verdadeira ou apenas uma invenção. Ao perceber que tinha a boca aberta, fecha-a rapidamente e tenta disfarçar passando a mão no rosto.

-Pelos vistos fomos separados à nascença, ela foi para um orfanato só de meninas e eu de meninos... Ambos trazíamos um colar com uma fotografia dos nossos pais biológios e uma carta escrita pela minha mãe... Nessa carta, ela contou que meu pai foi morto num assalto que fizeram à padaria que era deles e que a nossa mãe ficou sem nada, desamparada com dois bebés recém-nascidos e, como tal, não tinha condições para nos criar. Deu-nos para adoção e supostamente matou-se de seguida, segundo o que ela disse na carta. Eu fui adotado logo cedo, tinha apenas cerca de um ano ou nem isso, mas todos esses pertences que a minha mãe me deixara foram-me roubados pela minha família adotiva que não queriam que eu soubesse a verdade. Já ela, a Gabriela, foi adotada com cerca de 8/9 anos e os pais sempre a apoiaram em tudo e ajudaram-na a encontrar-me.

-Como é que sabes que ela está a dizer a verdade?

-Ela não teria muito interesse em mentir, não sou rico... e além do mais, os meus pais não desmentiram, e a minha mãe chorava como uma louca. Isto passou-se ontem a noite, eu saí de casa imparável, com essa minha nova e suposta irmã. Amanhã vamos fazer o teste de ADN para saber se é mesmo verdade ou não.

-Porque não me ligaste quando tudo se passou?

-Digo-te o mesmo... ontem também tiveste um problema e não me ligaste... ambos precisavamos de pensar, certo?

Inês olha-o, començando a acreditar no que dizia:

-Como sei que é verdade o que estás a dizer?

-Se quiseres falas com ela... A sério Inês, já não somos miúdos, se eu não gostasse mesmo de ti não andava a perder tempo contigo...

Começa a fazer sentido na cabeça de Inês e ela sente-se tentada a abraçar Duarte. Ambos precisavam desse abraço; mas mantém-se imóvel. Duarte aproxima-se e, sem que Inês o tente impedir, abraça a namorada.

-Desculpa por ter desconfiado de ti...

-Shiiiiu, está tudo bem! - sussura Duarte ao seu ouvido.

Deitam-se juntos na cama, abraçados, onde adormecem por cerca de hora e meia. Quando acordam Inês conta o sucedido na noite anterior, lágrimas rolam, Duarte conforta-a. Parece que tudo não passou de um mal entendido e Duarte é mesmo o pilar de Inês.

Ainda na cama, a mãe bate a porta e entra em seguida.

-É só para saber quantos pratos ponho na mesa - sorri.

-Não se preocupe que estou de saída - Duarte apressa-se a levantar-se, embaraçado.

-Ele janta mãe, afinal tenho que apresentar o meu namorado à família. - cruza um olhar com Duarte.

O jovem olha para a namorada e sorri, sorriso que disse tudo; afinal namoravam ha já algum tempo e não eram crianças para esconder esse amor. O jantar correu lindamente, Carlos colocou a máscara de bom samaritano e todos disfarçaram ser uma família feliz. Todos, menos Inês. Após o jantar e um pequeno convívio na sala, o casal dirigiu-se até ao quarto.

-Estou muito feliz, Inês. Obrigada. - diz, sorrindo com um olhar atrevido e agarrando a namorada pela cinta.

-Já estava na hora de assumir...

Inês deixa-se beijar, enquanto Duarte navega a mão pelo corpo da jovem, aumentando o desejo entre ambos. Deitam-se na cama, prosseguindo com beijos quentes. Inês parece sentir-se preparada para dar esse passo, então envolve-se na onda de calor que a prende àquele momento.

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Olá!! Desculpem a demora, mas ando sem tempo...

O que acharam do capítulo? Acham que o Duarte disse a verdade? E o jantar? Acham que fizeram bem em assumir o namoro?? E aquele momento a dois? Acham que Inês vai voltar a pedir para Duarte parar ou desta vez vai se deixar ir pelo que sente? O que gostavam que acontecesse? :D

Mereço uma estrelinha ? ☆☆

Até ao próximo capítulo, fiquem atentos, beijooos! ♡♡♡♡♡

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