Capítulo I - James ainda está aqui.

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-Amy...Amy.... Amy....

Amy se revirava na cama enquanto dormia. Essa voz rouca e pausada a atormentava a tempos desde que James havia se casado e era impossível ter uma noite bem dormida.

-Amy, eu estou aqui... - a voz sussurrava.

Amy se sentou na cama e tentou encontrar a fonte da voz na escuridão do quarto. Observou o espelho ao lado do abajur , perto da cama. A voz parecia vir dele.

- James? É você? - Amy murmurou.

A voz continuava.

- Amy... Eu estou aqui...

A voz continuava a chamando, vinda do espelho.

Amy então se levantou devagar e rodeou a cama em direção ao espelho do outro lado.

A voz continuava mas, quando Amy chegou diante do objeto não tinha ninguém nele além dela mesma.

Amy olhou seu próprio reflexo pálido e seu colar de rubi que nunca tirara depois que James se casou e ficou o admirando.

- Amy... Esse colar é o segredo... - A voz sussurrava.

- James, onde você está? - Amy murmurou. - Eu não consigo te ver!

O silêncio tomou conta do quarto.

Amy viu seu colar brilhar no espelho. Olhou para seu próprio pescoço mas, o colar estava normal. Quando ela olhava para o espelho novamente, lá estava o colar emanando um brilho rubro hipnotizante.

- Amy... Amy... - murmurava a voz vinda do vidro.

Amy esticou o braço e tocou o espelho que de repente ,trincou e se despedaçou no chão.

- Aaaaaaaaaaaaaaaa! - Amy berrou olhando seus dedos ensanguentados e os cacos de vidro no chão refletindo James.









Logo ela percebe que está na cama e que estava sonhando. Ao seu lado está Miguel assustado com os gritos dela.

- Amy, Amy, você está bem? - questiona Miguel.

Amy ofegante arrancou os lençóis de cima de si mesma e desceu da cama se afastando de Miguel.

Miguel, que estava sentado na cama, passou a mão pelos cabelos e colocou os braços ao redor de suas próprias pernas.

- Sonhando com o James outra vez? - disse ele suspirando fundo.

- Não... não... - Amy retrucou.

- Você berrou o nome dele bem aqui no meu ouvido Amy. O que há de errado com você? - perguntou Miguel.

Amy ainda estava de costas para o rapaz e permaneceu em silêncio alisando o colar em seu pescoço.

- Eu estou bem, só foi um pesadelo Miguel. - disse ela tentando se explicar. - A guerra me veio na cabeça e eu acabei tendo pesadelos com ele.

Miguel estava irritado mas se conteve.

- Amy, o James está casado. Acabou. Ele é humano agora, um humano sem memórias, ele não é mais o James que você conviveu! E apesar disso tudo, ele está bem, diferente de você que parece ser descendente dessas memórias!

As palavras de Miguel destroçaram os sentimentos de Amy mas, ela permaneceu calada.

- Vou buscar um copo de leite lá embaixo, quer alguma coisa? - Amy questionou enquanto vestia um roupão de seda pérola ainda ignorando as palavras de Miguel.

Miguel se jogou na cama e tampou os olhos dizendo:

- Não. Fique a vontade.

Amy abriu a porta do quarto e saiu pelos corredores da mansão de Miguel.

Já havia mais de 3 anos que estava morando ali e quase um ano que James havia se casado mas a sua cabeça ainda estava confusa.

As coisas haviam ficado diferentes devido as circunstâncias. Ela e Miguel haviam se aproximado por estarem morando juntos e de vez em quando acabavam resolvendo suas preocupações e diferenças na cama. Ele era o governador do submundo e queria governar o coração e o corpo dela também mas, era uma missão quase impossível quando Amy ainda estava presa ao passado que teve com James.

Para Miguel, o sexo era uma forma de alcançar o coração de Amy e para Amy o seu coração era uma forma de atrair sexo por distração e satisfação.





A mansão agora estava bem vazia. Era um sábado e Canandra havia saído com Júnior deixando Ellie enfurecida. Para não se sentir por baixo, a garota resolveu sair também para se distrair e acabou convidando Diego para tomar uns drinks na cidade deixando Miguel e Amy sozinhos na casa.

Ao descer as escadas Amy ouvia seus passos ecoando pela casa vazia e sentia um imenso medo ao lembrar que aquilo tudo um dia, esteve tomado por gelo, Loasus e muitas outras criaturas. A sensação era horrível, ela precisava se mudar logo dali.

Amy alcançou a cozinha e solitária encheu um copo de leite se encostando sobre o balcão.

Era estranho estar tomando leite. Amy havia bebido sangue inúmeras vezes depois que foi transformada e a sensação era divina mas, incrivelmente aquela hora da noite ela queria um belo copo de leite com açúcar assim como a sua mãe fazia quando moravam juntas.

- O que eu faço para ter você Amy? - uma voz murmurou vinda da porta.

Amy já sabia quem era.

- Miguel,você já me tem, só não é do jeito que você quer.

- Mas eu quero o seu amor Amy. Quero o seu amor, não quero te ver sofrendo assim. Não quero só morar com você, quero cuidar de você...

- No momento não estou me sentindo bem para amar Miguel, entende? Depois de tudo que passei, preciso me recuperar. - disse Amy arrumando seus cabelos negros que agora alcançavam a sua cintura depois de tempos sem cortar.

- Eu posso continuar investindo? - questionou o rapaz se aproximando dela.

Amy sabia que era errado mas, o corpo de Miguel era uma tentação e ele sabia que ela não resistia.

- Você vai acabar se cansando. - Amy disse.

- Eu não me importo. Posso me cansar , mas vai ser de um jeito gostoso.... - disse ele tomando o copo da mão dela e colocando sobre a pia.

Miguel agarrou Amy no colo e a colocou em cima da pia.

- Amy... Posso conviver com isso... - disse ele tirando o roupão dela, a deixando apenas de lingerie. - Por quanto tempo for necessário... A gente tem a eternidade literalmente.

Amy arrepiava a cada toque do rapaz em seu corpo. E acabava se deixando levar pelo seu atrevimento.

- Me dá esse seu corpo Amy... Deixa eu possuir você.... - sussurrava ele enquanto abaixava de leve a sua calça jeans empurrando as pernas de Amy para os lados .

Amy sabia que aquilo era incorreto mas, era um pecado que ela estava cometendo desde que James se foi.













Amy acordou novamente com Miguel e o rapaz estava dormindo logo ao seu lado, só não se lembrava de como haviam chegado ali em cima.

Ouviu alguns barulhos vindos do andar de baixo e presumiu que algum dos rueiros haviam chegado.

Hora de briga.





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BEIJOS.



Descendências de uma MemóriaWhere stories live. Discover now