Capítulo 8

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Os dias estavam nublados o clima frio, as calçadas sempre úmidas das chuvas de noites anteriores, e as folhas sempre caídas ao chão.
O final de semana passou vagarosamente, sem mensagens do Zayn, sem noites estreladas apenas o céu escuro e o tempo úmido.

Era domingo de manhã, sentei na cama e coloquei a mão no bolço onde estava uma foto minha e de Catherine que coloquei alguns dias atrás, peguei a foto e a coloquei no criado-mudo para que eu sempre pudesse lembrar de Catherine sorridente e feliz.
Fui até a janela e sem surpresas mais uma vez o sol não dava sinal de vida.

-Amélia? -vovó disse batendo na porta do meu quarto.

-Estou acordada vovó!

-Ah que ótimo, bom dia querida!-disse vovó entrando em meu quarto.

-Bom dia vovó, quer ajuda para preparar o almoço?

Vovó fez sinal que sim com a cabeça, e disse para me trocar e descer para fazermos o almoço.

O dia estava depressivo, e eu realmente estava começando a cansar de ficar em casa, então resolví dar uma volta pelo bairro para descobrir coisas novas, eu instantaneamente lembrei que Catherine e eu éramos ótimas aventureiras e sempre descobriamos lugares novos para brincar ou simplesmente conversar.
Meus avós como de costume estavam dormindo após o almoço e eu resolvi não os encomodar, peguei meu casaco preto o mais quente que tinha e o vesti, coloquei botas de cano longo porque com certeza estava tudo embarrado e eu acabaria sujando qualquer outro calçado, mas isso definitivamente não me impediría de sair.

O vento frio me fazia ter arrepios e bagunçava todos os fios dos meus cabelos, comecei a caminhar em direção a "colina" nome que eu e Catherine tinhamos dado a um lugar onde sempre iamos para sentar e ficar observando a cidade e o sol se por atrás dela, era bonito ver como as luzes de todas casas brilhavam a noite e eu sentia falta disto.
Caminhava e o único barulho que pudia se ouvir era o da minha bota tocando o chão molhado, ninguém nas ruas somente eu.
Algumas árvores atrapalhavam o meu caminho para chegar até lá, lembrei que eu e Catherine costumavamos brincar nesse pequeno "bosque" e que era extremamente divertido, sorri.
Chegando lá me dei por conta que aquele meu lugar secreto já não era tão secreto, havia um menino sentado observando a cidade, mesmo de costas não aparentava ser muito velho deveria ter minha idade, seus cabelos marrons voavam com o vento e ele parecía muito concentrado. Virei de costas para ir embora, mas pisei eu um galho e pude ouvir sua voz rouca por atrás

-Tem alguém ai?

-Desculpe, eu não queria lhe encomodar, eu já ia embora -eu disse virando as costas para olhar para ele que me observava sentado na grama molhada.

-Está tudo bem, pode sentar aqui se quiser, achei que era o único que sabia desse lugar.

-Eu venho aqui desde pequena -eu disse caminhando em direção a ele e logo depois me sentando ao seu lado onde pude sentir a grama molhada umidecendo minhas calças.

-Como você se chama? -ele disse olhando para mim, seus olhos eram verdes como o musgo das árvores e alguns fios do seu cabelo caiam sobre sua testa.

-Amélia, e o seu?

-Isaac -disse estendendo sua mão até a minha para me cumprimentar.

-Vem sempre aqui Isaac?

-Sempre que posso, gosto de ver o sol se por aqui. -disse olhando para o céu que continuava nublado, cinza sem vestigio de cor.

-Parece que hoje não teremos um por de sol -eu disse olhando para o céu e logo após olhando para a grama ao meu redor que era extremamente verde.

-Infelizmente não. Nunca tinha te visto por aqui Amélia.

-Cheguei faz poucos dias, mas morei aqui quando era criança -expliquei

-Ah, entendi. Moro aqui a uns três anos gosto bastante daqui.

-É melhor eu ir espero que a gente se veja novamente. -eu disse me alevantando e passando a mão nas minhas calças para tirar a sujeira.

-Espero também Amélia -sorriu, e eu retribui.

Já era de tarde e estava começando a ficar escuro mas não totalmente, como se o sol atrás, digo, bem atrás mesmo das nuvens estivesse indo embora. Abri a porta de casa e nada tinha mudado meus avós ainda estavam dormindo.

Meu celular apitou

"Espero que não tenha planos, estou indo ai para fazermos qualquer coisa legal.

Zayn Malik."

Ele realmente sabia como escrever coisas bonitas com um bom significado pensei e logo após ri.

"Vou te esperar então

Amélia."

Após uma meia hora da mensagem de Zayn o céu começou a se escurecer e ventos fortes começaram a assoviar era um temporal.
Zayn chegou na hora que aquele temporal mutante começou a se armar, girei a maçaneta da porta onde o vento forte fez ela bater na parede e fiz sinal para que Zayn entrasse logo.

-Nossa, que loucura é essa? Isso foi totalmente do nada -disse ele olhando para mim e logo após para o céu escuro atrás dele.

-Vamos é melhor entrarmos. -disse pegando no seu braço e o trazendo para dentro de casa.

Meus avós desceram as escadas rapidamente, com seus rostos assustados devido aos ventos fortes e o céu escuro.

-Vocês estão bem? -vovô perguntou olhando para mim e Zayn com os olhos assustados.

-Estamos. -falamos em coro.

-Ouvi sobre isso no noticiário de ontem, eles falaram para irmos para nossos abrigos para furacão porque era possível ser um. -vovó disse com o olhar preocupado.

Nos outros países, geralmente é comum ter abrigos para esses tipos de situações e na nossa casa não era muito diferente.

-Vamos, é melhor irmos logo -disse vovô olhando para nós e indo até o tapete onde atrás tinha uma pequena porta onde dava para o abrigo de tempestades.

-Mas é melhor eu ir. -disse Zayn olhando para a porta.

-Sair? Nessa tempestade? Nada disso querido, vamos logo precisamos ficar a salvo.- vovó disse.

Era escuro lá em baixo tinha uma cama de casal, e duas de solteiro, algumas prateleiras com garrafas de água e alguns alimentos enlatados. Meus avós sentaram-se na cama e eu e Zayn também porém na mesma.
Os ventos faziam barulhos enormes, e a chuva por fim começava a surgir parecia que pedras estavam caindo do céu porque o barulho era imenso e me dava muito medo.

-Eu e seu avô não vamos aguentar muito tempo pois nossos remédios nos deixam com sono, então sinto muito se nós dois simplesmente cairmos no sono.

E eles cairam, em menos de quinze minutos, acho que mesmo com um remédio eu não conseguia dormir não com aquela tempestade lá fora.
Deitei na cama e Zayn estava sentado nos meus pés, fiquei encolhida e peguei um cobertor velho que tinha ali para me cobrir, eu estava muito assustada.

Lembrei de quando era pequena e pela primeira vez aconteceu uma tempestade aqui onde morávamos, foi terrível, destelhou a casa dos meus avós e minha avó passou mal.
Comecei a ficar nevosa, eu tinha muito medo de tempestades, principalmente furacões, comecei a chorar, era inevitável.

-Amélia? Você está bem? -disse Zayn colocando uma das suas mãos sobre minha perna.

-Não muito -eu disse com voz trêmula.

Zayn se deitou ao meu lado, e colocou minha cabeça sobre seu peito onde pude sentir seu calor e sua respiração, meu coração começou a bater forte. O cheiro dele era incrível e com certeza o melhor que já tinha sentido.

-Você tem medo de temporais? -ele disse entrelaçando nossas mãos.

-Muito -eu disse, mas agora estava mais calma por mais que meu coração quase saísse da boca por estar com ele.

-Vai ficar tudo bem eu prometo!

Ele me abraçou forte.

Unconditionally ❃ MALIKWhere stories live. Discover now