Capítulo 27 - 3° dia

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Capítulo 27 - 3° dia



Saí correndo sentindo uma raiva incandescente. Eu havia dito para Eva ficar longe do meu irmão e minha família, na primeira oportunidade ela já me desobedece!

Controle do caralho! Isso é o que ela não tem... E pior ainda, ela foi lá... Cristo! Aquela casa!... Não quero Eva naquele lugar poluído!

Eu dirijo tão rapidamente que pega a minha segurança desprevenida. Meu celular não para de tocar. Eu desligo a merda telefone, a segurança que se vire e me siga pelo GPS. De qualquer forma, é o trabalho deles. Eles deveriam ter percebido.

Correndo pelas ruas da cidade quebrando várias leis de velocidade, a mansão Vidal aparece no horizonte. Eu odeio esse lugar; ao entrar nesse lugar, me preparo para uma enxurrada de lembranças desagradáveis. Desesperadamente luto para empurrar esses pensamentos para um lugar bem fundo em minha mente. Abandono o carro na garagem circular e vôo pelas portas da frente.

Nesse momento, minha raiva aquecida de mais cedo, transforma-se em um pedaço de gelo afiado, focado e letal.

Ao entrar, o cheiro que prevalece pela casa desencadeia as memórias da minha infância. Este lugar é o meu abismo pessoal. Eu não havia vindo mais aqui desde que saí de casa. Muitas lembranças angustiantes. Só de estar aqui, é abonimável; faz-me me sentir vulnerável.

Entretanto, já não sou mais criança, com pensamentos e medos infantis e estou aqui por um motivo somente, Eva. Só por ela eu viria aqui.

Caminhando para os fundos da casa, ignoro totalmente as pessoas em volta. Estou ciente que pareço deslocado, vestido com um jeans casual e camisa branca. Meu rosto está definido em linhas duras, meu olhar está em chamas, ninguém se atreve a falar comigo ou tenta fazer contato visual, apesar de que várias pessoas trabalham na Vidal Records saberem quem sou eu. Talvez pela minha atitude austera; é definitivamente formidável, porque não há nada de civilizado nas minhas intenções neste momento.

As portas francesas da sala de estar abrem-se para o deck que leva até o jardim. É um espaço de grande extensão,muito lindamente decorado, com pequenos pátios isolados. Grandes quantidades de flores e folhagens aqui e ali emprestam ao jardim a ilusão de ser um antigo solar.

Meu foco, no entanto, está nas pessoas espalhadas na enorme marquise. Desesperadamente procuro por Eva, escaneando a multidão repetidamente. Veja minha mãe, muito bem vestida e recebendo as pessoas graciosamente, meu padrasto está ao seu lado. Christopher está descansando na área do bar cercado de mulheres bonitas, pelo menos ele não está com Eva. Realmente penso que perderia completamente a cabeça se ele estivesse com ela.

Viro minha cabeça para o lado direito da marquise onde uma banda está tocando para um pequeno grupo de pessoas. Quando um deles se afasta eu tenho uma clara visão da pista de dança. Eva...

Eu congelo por alguns segundos, hipnotizado, assistindo Eva e Cary dançando perfeitamente sincronizados. Deus!... Ela é linda!

Pensei que me lembrava bem de sua beleza, até eu a ver... estou fascinado por ela. Mas não aqui. Ela não deveria estar aqui. Caminho em direção à pista de dança como uma tempestade enfurecida.

Cary inclina-se em uma mesura de agradecimento aos aplausos, Eva faz uma leve reverência. Move-me em linha reta diretamente no seu campo visual. Ela levanta a cabeça, seus olhos estão chocados; meus olhos perfuram os olhos dela, a tempestade das minhas emoções raivosas, silenciosamente ressoa não só pelo meu olhar, mas por todo o meu corpo. Seus olhos se ampliam em surpresa, então em um flash de incerteza ela engole em seco, ela sabe que está com problema.

Reflexões de Gideon -Crossfire - CompletoOnde histórias criam vida. Descubra agora