Capítulo 6

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Zach e eu descobrimos que há mais vampiros em Nova Iorque. Bom, estou com uma imensa vontade de matar esse tal indivíduo.

Depois que matei Rebeccah a segurança aqui na cidade estava muito rigorosa, então foi uma tarefa difícil.

De tudo aquilo, queria apenas uma coisa... vingança.
Vingança em nome das crianças.
Talvez, eu não estava pensando nelas de verdade, só que esse vampiro novato precisava saber que quem governa nessa área sou eu. (Tecnicamente, é o prefeito, mas, se eu quiser matá-lo, eu faço isso).

E ele não tinha autoridade para sair matando. Por que na minha cidade, no meu território, quem manda sou eu!

Então... Zach arquitetou um plano...

Quando a noite cair, vamos para as ruas. Se ele matou ontem e é novo por aqui, vai matar novamente. O capturamos, matamos e todos vivemos felizes (pessoas comuns: até a morte) para sempre (eu).

Enfim, o dia passou, o crepúsculo chegou e finalmente a lua surgiu.
Saímos.
Estávamos andando, em pleno silêncio, quando uma voz (conhecida) nos interrompe.

Dizendo:

- Pare de lutar humano ingênuo! - e então escutamos um grito. E eu, bem, com minha audição mega apurada, um último suspiro.

Seguimos o som que nos levou a frente de um prédio abandonado. Entramos.
Nosso "causador de destruição" (além de mim) estava no último quarto. O desejo de matar que pulsava em minhas veias, estava mais forte.
Quando entrei no quarto, me deparei com Matthew (Matthew Dunne)

* Conheci Matthew em 1902, em um baile em Nova Jersey. Ficamos a festa inteira conversando e nos tornamos amigos, e as coisas ficaram ainda melhores depois de sua transformação. De linhagem nobre, Matthew se tornou vampiro um ano depois. Não tinha controle sobre sua fome, devorava todos que via pela frente. Surgiram boatos de que haviam o capturado e mantido preso e que nunca mais viríamos sua face *

Matthew se assutou quando me viu, pareceu não acreditar na situação.
Sua boca estava coberta de sangue, que escorria pelo pescoço. Fiquei com fome, quase pedi para ele dividir a janta com um antigo amigo.

Mas antes disso o ódio tomou meu corpo, senti uma extrema vontade de matá-lo.
Olhei fixamente em seus olhos e fui em sua direção. Ele me jogou na parede. Levantei a cabeça e fui novamente. Mas ele me lançou com mais força.

Realmente, Matthew estava forte.

- Velho amigo...Você está tentando me matar? Ouvi umas histórias de você por aí. Estripador? Superou minhas expectativas. Consegui sair de dentro de uma prisão onde fiquei 80 anos! Você, francamente não é nada pra mim. Nada pessoal...

- Não tenha muita certeza disso.

- Você está diferente! - disse ele.

- E você não?

- Faço o que me ensinaram a fazer. E até onde eu sei, meu tutor, foi você.

- Claro, mas, matar crianças? - eu disse.

- Eu tinha acabado de sair de uma jaula com quase 100 anos de fome. Qual é... Você faria o mesmo.

- Isso não vem ao caso. A questão é que, aqui é a minha cidade e se você continuar desse jeito, vou ter que matar você. - eu disse fazendo uma carinha de pena que na verdade não se importava com nada.

Ouvimos gritos. Ao lado de fora da porta, um corpo. Zach. Olhei para Matthew, que levantou as palmas das mãos no ar. Ouvimos mais gritos.

- Qual é o seu joguinho? -intimidei-o

- Sei que estamos no meio de uma briga, mas não sou culpado de tudo sabia? E eu estava sem companhia esse tempo todo! Não faço a mínima idéia de quem seja... e
parece que não de brincadeira.

Mais gritos.

- Ok! Que tal um trato? Você me ajuda nisso, eu fico te devendo uma e nós voltamos ao que éramos antes? Como nos velhos tempos?

Ele sorriu para mim com os dentes avermelhados.

- Tudo bem. Como nos velhos tempos.

AMIZADE RESTALRADA

Montes e montes de corpos foram feitos ao longo do corredor do prédio.
Nos dentre olhamos e fomos para fora.

Na rua, rastros de sangue nos davam o caminho certo a seguir. Barulhos eram ouvidos de trás da lixeira pública. Matthew nem esperou olhar quem era, só agarrou seu pescoço e o quebrou.

Era uma mulher, jovem e bonita.
Matthew começou silenciosamente a chorar.

- Você conhecia? - perguntei.

- Alice. Minha irmã. Fugiu de casa quando tinha 14 anos. Era drogada, prostituta. Mas, 3 anos mais tarde disseram-me que ela tinha abandonado esta vida. Não pensei que seria... literalmente.
Vazia um século que não via seu rosto. Depois, soube que ela tinha ido para a Suécia e que estava bem lá. Provavelmente, deve ter sido lá que... isso, aconteceu. Sempre foi meio descontrolada. Nessa ocasião não seria diferente.

Lembrei-me de Zach. Fui até ele, peguei-o e voltei a Matthew.

- Pegue-a e siga-me. - eu disse.

- Onde vamos? - ele disse ajoelhado no chão, ao lado do cadáver vampiro da irmã. Ainda chorando.

- São dignos de velórios perfeitos. - eu disse andando até a esquina.

- Você vem? - perguntei.

- Sim. - ele pegou Alice no colo e partimos.

E assim fomos nós. Andando por uma rua escura, no meio da noite, com nossos parentes mais queridos, mortos em nossos braços.

- A propósito... fique hospedado em minha casa, o tempo que for necessário. Talvez... para sempre. - brinquei com ele, já que nós temos a eternidade para reunir os laços amigáveis novamente.

- Obrigado. Sua dívida foi paga, amigo. - Matthew disse com um sorriso entristecido estampado no rosto.

- Por nada, amigo. - agradeci e concordei.

Com as últimas mortes, lembrei-me de Rebeccah. E percebi, que pela primeira vez, estou arrependido do que fiz.
Passei os últimos dias, pensando no sofrimento de seus pais e tudo isso por que não queria admitir a mim mesmo que eu podia me apaixonar e mudar o monstro que realmente sou. Rebeccah poderia estar em minha vida nesse exato momento, me fazendo feliz.

Mas, eu a matei. A despedacei. A transformei, em absolutamente... Nada.

"Querida Rebeccah

Desculpe-me por eu ter lhe matado. Fiz isto por que não queria te envolver na minha vida assassina.
Mas só consegui mais um nome na parede. Um nome que coloquei com tristeza. A mesma que senti da primeira vez que matei. Fiz um juramento a mim mesmo...
Não vou desistir até trazer você de volta. Seu nome já foi banido da wall of dead. Até breve!

P.S Acho que eu te amo! "

Com amor,
Jason.


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