37th Street || Luke Hemmings

3.6

Fui conduzida por um corredor da esquadra juntamente com Luke e com uma rapariga qualquer que também tinha sido detida, por uma razão que desconheço.

As feridas que eu causara no rapaz loiro ainda eram visíveis, e em mim, também se podiam observar algumas negras.

Fomos os três levados até três celas e cada um ficou numa.

-Deixe-nos sair!-Exclamou o rapaz loiro depois de nos terem fechado naqueles espaços.

-Oh, inteligente de merda, não é por implorares que vais embora!-Exclamei irritada, sentindo-me mais sozinha do que nunca.

-Mas nós não fizemos nada!-Insistiu ele virando-se para o polícia e eu sentei-me no chão, encostada à parede.

-Agressão, Albert!-Lembrei enquanto deixava a minha cabeça cair para trás, apoiando-a na parede.-Entre nós os dois e entre mim e o senhor guarda. Quero que saibam que repetia as duas, não me arrependo.

-Tens alguém que te pague a fiança?-Questionou o guarda ao rapaz.

Fechei os olhos e não ouvi mais nada da conversa que aqueles os dois tiveram.

As memórias de uns minutos antes voltaram.

Desmaiei. Tudo ficou preto e não via nada.

-Ela está consciente.-Ouvi alguém a dizer.

-MELISSA!-Ouvi a voz do Ashton.-O que se passa com ela?! Ela está bem? Não! Isto não pode estar a acontecer! Missy!-Chamou ele.

-Oh não!-Ouvi a voz da Jess a aproximar-se.

E foi então que tive forças para abrir os olhos. Estava deitada num carro escuro que, mais tarde, descobrira que era da polícia.

-Liss!-Exclamaram os dois enquanto um sorriso crescia na cara deles.

-Michael!!!-Gritei quando vi, pelo canto do olho, uma maca com o seu corpo a ser levada para dentro de uma ambulância.

Ele estava entubado e com sangue a escorrer de todo o seu corpo. Tudo o que ainda não estava partido em mim, que já era pouco, quebrou-se ao ver o meu melhor amigo naquele estado.

Levantei-me com as poucas forças que ainda me restavam e fui a correr, por entre, a multidão até lá.

-MICHAEL!-Voltei a chamar enquanto dois homens começavam a fechar a porta do veículo onde ele entrara.-EU SOU IRMÃ DELE, DEIXEM-ME ENTRAR!

Um deles olhou para mim e, rapidamente, pediu ao outro que não fechasse a ambulância. As lágrimas começaram a cair, descontroladamente.

-Ela não vai a lado nenhum!-Um polícia exclamou atrás de mim, agarrando-me um dos braços.

Sem perder mais tempo, os dois homens fecharam a ambulância e foram-se embora, conduzindo pelas ruas de Sydney com uma das pessoas mais importantes da minha vida dentro do veículo.

-Largue-me!!!-Exigi mas ele não me soltou.-Deixe-me ir!!!

-Vens connosco.-Ele disse calmamente e eu olhei-o nos olhos.

-O meu melhor amigo está naquela ambulância, deixe-me ir!-Exigi quase sem conseguir falar por entre as lágrimas.

-Qual ambulância? Ela já não volta para trás.-Reparou ele e eu não tive mais, dei-lhe um estalo.-Agora é que vens mesmo connosco.

Ele segurou nos meus braços e algemou-me, levando-me, de novo, até ao carro.

-Larga-me!!!-Exclamei enquanto ele me empurrava para dentro do mesmo.