Décimo Quarto Capítulo

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Mais tarde, enviei uma mensagem para Chris dizendo que precisava o encontrar. Marcamos na floresta, pois eu queria dar um tempo do barulho da cidade. Tudo aquilo estava me irritando e não havia nada que me acalmasse, a não ser uma boa conversa com quem tenha paciência de me escutar.

Pedi para que ele me buscasse as 16:00 e nos levasse para o comecinho da estrada das Árvores, onde o índice de suicídios era menor- não quero dizer que se você andasse no meio da floresta iria encontrar uma trilha de corpos, mas sim porque encontramos cada tipo de maluco lá que poderia até nos matar ou ele se matar, sei lá-. E assim foi feito. Ele parou na rua ao lado da minha casa e fomos. Não dizemos nenhuma palavra um ao outro até chegarmos ao lugar. Chris sabia que eu estava totalmente irritada, então preferia não me provocar por um tempo. Assim que eu gosto.
Chegando lá, pulei do carro e andei em direção ao mato em passos firmes. Ele trancou o carro e deu uma risadinha daquela situação.
–Está rindo do que?- perguntei.
–Olha para onde você quis trazer a gente. Que tipo de pessoa vem pro meio da floresta para extravasar a raiva? Você é doente...
–É que se caso eu te matar de raiva, pode parecer que você se matou. Então é um ótimo lugar.
–A culpa não é minha se sua amiga é maluca.
–Por um certo ponto de vista, é sim...

Ele estava em pé de costas para seu carro e eu me sentei em um tronco de árvore para descansar as pernas.
–Ela enlouqueceu de vez, sei lá-fiquei cabisbaixa- desde que te conheci, ela esteve estranha. Não para de me mandar ficar longe de você, como se... Esquece.
Chris ficou me observando por alguns segundos sem dizer nada. Depois ergueu uma das sobrancelhas e caminhou até mim.
–Kate pode estar tentando te proteger mesmo. Mas, da pessoa errada. Fica tranquila, daqui a pouco ela aceita e volta a falar com você.- ele se sentou ao meu lado.
–É.
–Sam...
–Diga
Nos olhamos por alguns segundos e ele aproximou seu rosto do meu. Meu coração bateu fortemente naquele momento, posso dizer que não havia mais ar em meus pulmões. As coisas têm acontecido tão rápido e não sei o que realmente sinto, mas é bom. Nos beijamos novamente. Tudo parou em nossa volta, eu já tinha esquecido sobre a minha briga com Kate, apenas queria que ficássemos assim por mais horas. Enquanto nos beijávamos, ele acariciava o meu rosto e aquilo me deixava arrepiada. Até que Chris parou o beijo de repente.

–Esqueci de te falar. O baile de formatura da minha faculdade será neste fim de semana.
–Tem baile de formatura na faculdade?–indaguei.
–Tem. Mas, é um pouco diferente. Em vez de ser na quadra de um colégio, será no salão de um hotel aí. E terá bebida e etc...
–Valeu por ressaltar essa parte: Bebida.
Ele riu.
–Quero que você vá comigo.
–Eu? Na sua festa de formatura?
–Sim.
–Nenhuma colega sua de classe quer ir com você...
–Não, Sam.
–Chris, que loucura. Você um cara de 27 anos, levar uma garota de 16 para uma festa. Céus!
–E qual é o problema? Não tem graça se minha namorada não estiver comigo.
–Mas...- parei de falar por alguns depois dele ter dito a palavra "namorada". Ele começou a rir e eu fiquei o encarando espantada.
–Porra, Sam! Fala alguma coisa!
–Do que você me chamou?
–Namorada. Bom, espero que você aceite. Ou quer que eu fale da forma tradicional? Porque eu falo.
–Chris, não.-ele se ajoelhou em minha frente e se ajeitou para que mostrasse postura e determinação. Eu apenas gargalhava daquela situação e claro, ficava com as bochechas coradas.
–Samantha Kyles, namora comigo?
Fiz cara de pensativa. Até que fiz sim com a cabeça e sorri.
–Legal! Isso é ótimo!– ele levantou empolgado e me abraçou fortemente. Que situação louca...

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