Capítulo.1 - Não é pra acontecer isso, não agora!

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P.o.v Harry

Existi, uma cafeteria que frequento desde quando cheguei aqui, em Doncaster. Sempre morei na Inglaterra, e sou britânico, pelo menos é oque meus pais sempre me disseram. Me mudei pra cá por motivos pessoais, além de meus pais terem se divorciado, minha mãe recebeu uma grande proposta de emprego por aqui, e ela achou uma grande oportunidade de trabalho.

Não sou de fazer amigos, oque tenho é só mais um vizinho, que afinal, é barulhento demais, sou uma pessoa calma, que aprecia o silêncio, procuro sempre sair de casa quando ele resolve fazer festinhas, bagunças ou coisas do tipo, ele sempre bate na porta de casa pra me chamar, mas sempre recuso. Não sou gay, mas sinto uma pequena quedinha por ele, nada demais, é só pela sua aparência mesmo, e seus olhos azuis que me chamam muita atenção.

Os amigos que eu tinha onde eu morava também não eram muitos, era só o Dominik e o Lírio, filhos das amigas da minha mãe. Sempre fui meio sozinho, nunca desperdicei um segundo do meu tempo, sempre procurei em me ocupar com alguma coisa.

Outra coisa sobre mim é que odeio ter asma, odeio sentir falta de ar, é uma coisa que não é legal, é como se você estivesse morrendo, é uma das priores sensações que existe, deixo de fazer muitas coisas por causa disso, teve um dia que... Quase morri.
Meus pais já tiveram muitas e muitas brigas por causa disso, e sempre me sentia culpado, e descontava a raiva em mim mesmo pra aliviar minha dor.

Estou por aqui em Doncaster a exatamente três semanas, todo o final de semana Louis pertuba com as festas irritantes dele, teve um dia que até deu polícia, porque a música estava muito alta e já era madrugada, o povo reclamava, mas era o mesmo que nada, ai teve que chamar a polícia.

Me aconcheguei relaxando na cadeira, assim que meu cappuccino chegou. - Obrigado. - Disse simpático e a loira sorriu de lado. Peguei meu celular e enfiei meu fone de ouvido, fui na minha lista de músicas e botei " Cool Kids ", fiquei acompanhando o ritmo na música com a cabeça e com os pés que batiam no chão acompanhando o ritmo e tomei meu capuccino. Assim que terminei deixei o dinheiro em cima da mesa e sai.
Quando entrei no prédio, já ouvia o som de música alta, ninguém merece, peguei o elevador e subi pro meu andar, só faltava estorar meus ouvidos, a música estava alta demais.
Entrei em casa não encontrando minha mãe, fechei a porta e subi pro meu quarto, deixei meu celular em cima da cama e fui tomar um banho.

Enrolei uma toalha na cintura, e com a outra eu secava meus cabelos, ouvi a campanhia tocando então desci pra atender. - Louis? - Disse ao abrir a porta, ele ficou me fitando por um bom tempo com um olhar safado. - Fala logo oque você quer! - Disse curto e grosso. Ele ainda não respondeu, vi que ele estava olhando pro meu membro então resolvi fechar a porta mas ele pôs o pé.
- Vim te chamar pra festa. - Ele disse subindo seu olhar de encontro com o meu.
- Você já sabe a minha resposta.
- Para de graça Harry, vai assim mesmo, tá maravi... - Não o deixei terminar de responder.
- Chega de elogios.
- Vai se fuder Harry. - Ele cruzou os braços. - Eu aproveito e vou com você! - Ele disse risonho, confesso que gostei do que ele disse, mas me mantive sério, sem dar pista alguma.
- Se der vontade apareço por lá. - Ele assentiu e saiu, fechei a porta e voltei pro quarto. Tirei a toalha a jogando na cama e vesti minha cueca roxa, uma calça preta e uma blusa de manga longa deixando um "V" a mostra e calcei meus chinelos, com o pente fiz uma divisão no meu cabelo o amarrando em cima, e nas laterais deixei solto mesmo, espirrei meu perfume por toda região do meu pescoço e pronto, botei meu celular no bolso da frente da calça e desci, abri a porta e sai, a tranquei e guardei a chave no bolso. Já dei três batidas na porta mas nada de ninguém atender, então sai entrando mesmo.

A festa estava lotada, muita gente desconhecida, passaria pela minha cabeça que o Louis chamaria moradores de rua para festa, mas ele não é maluco a esse ponto.
- Você veio! - Louis gritou vindo em minha direção assim que me viu.
- É, mas já quero ir embora. - Disse pegando na marsaneta.
- Na-na-ni-na-não... - Ele disse ponto sua mão por cima da minha, respirei fundo tentando me manter, tirei minha mão que estava de baixo da dele e fui caminhando até o sofá e me sentei. - Vem dançar. - Ele me chamou.
- Não, to bem, obrigado. - Ele bufou e entrou em algum lugar da casa. Minutos depois ele saiu de algum lugar pegando uma garota pelos cabelos.
- Me solta Louis! - Ele gritava.
- Sua vadia! - Ele a jogou no chão. - Tá maluca? Deixei você falar comigo daquela forma? - Ele levantou a perna, quando ele ia chuta-lá entrei na frente e o chute foi certeiro em mim. - Sai dai Harry! - Ele cuspia as palavras.
- Não! - Disse com a voz falha, a dor estava forte. - Você que é maluco, não trata nenhuma garota dessa forma!
- Que lindo, vai defender essa piranha.
- Não chama ela assim! - Estendia meu braço a ela e a mesma a agarrou e se levantou. - Vem, vamos lá em casa. - Sai andando e ela me acompanhou. Destranquei a porta e a abri. - Damas na frente. - Disse educado, ela sorriu e entrou.
- Obrigada por ter me defendido. - Ela disse educadamente.
- Imagina. - Fechei a porta. - Não é assim que se trata garota alguma e pode se sentar se quiser, quer alguma coisa, uma água?
- Pode ser. - Ela sorriu. Fui na cozinha e peguei uma água natural e levei pra ela. - Aqui está. - Dei na mão dela.
- Obrigada. - Me sentei ao lado dela. - Não está doendo? O chute pareceu ter sido forte.
- Da pra aguentar. - Ela sorriu. - Porque ele fez aquilo com você?
- Não sei, é o jeito dele, sempre agressivo com as meninas.
- Ridículo isso.
- Seu nome é Harry né?
- Sim, e o seu?
- Harley. - Ela disse tomando a água em um gole só.
- Tá mesmo com sede em. - Ela sorriu. - E sede de outra coisa também. - Ela foi rápida tentando me beijar mas virei o rosto. - Só queria te agradecer. Cê tem namorada né?
- Tenho não, mas assim...
- Já entendi. - Ela botou o copo na mesinha de centro e se levantou.
- Não ficou chateada né?
- Eu? Chateada? Imagina! Só porque um garoto recusou a me beijar!
- Cara, a gente se conheceu agora, se for pra rolar algo, vamos com calma.
- Sim. - Ela se sentou de novo. - Desculpe, eu fui atirada demais.
- Tudo bem. - Sorri de lado.
- Não sorri assim, porque essas suas covinhas me matam.
- Eu sei, adoro minhas covinhas. - Ela riu.
- Vou indo. - Ela se levantou.
- Okay. - Levantei também. A acompanhei até a porta. - Beijo. - Dei um beijo na bochecha dela.
- Beijo. - Ela retribuiu com outro e saiu. Fechei a porta e me joguei no sofá. Sabia que não era pra me ter ido nessa festa, foi uma má ideia, não suporto homem que bate em mulher, mas por um lado foi bom eu ter ido, vai se sabe oque aconteceria com a Harley se eu não estivesse indo lá.

Cinco minutos depois um mostro começou a socar a porta, mostro porque só faltava derruba-la. - Já vai! - Levantei e fui atender.
- Cadê a vadia da Harley? Cadê? - Louis saium entrando.
- Já foi embora.
- Vou matar aquela garota! - Ele cuspia as palavras.
- Porque? Deixa ela em paz!
- Porque ela me me xingou na frente de várias pessoas e isso não admito! Qual foi? Tá gostando dela?
- Deixa ela. - Segurei na marsaneta da porta. - Agora pode ir. - Ele veio andando até mim, foi se aproximando cada vez mais até que ele me deu uma fungada no meu cangote me fazendo arrepiar todo.
- Não acredito que você usa o mesmo perfume que eu. - Ele sussurrou no pé do meu ouvido.
- Talvez não temos gostos peculiares.
- Talvez não temos. - Ele se afastou um pouco me deixando olhar em seus olhos azuis intensos. Ele começou a acariciar meu rosto se aproximando de mim, sentia sua respiração cada vez mais perto, precisava dar um basta naquilo.
- Pode ir Louis. - Disse interrompendo. Ele não falou nada, só saiu e fechei a porta. Fechei os olhos e respirei fundo pra esquecer tudo oque aconteceu hoje, senti meu celular vibrar no bolso e atendi sem ver quem era.

...

Meu pai me ligou querendo que eu vá morar com ele, mas eu não sei se quero ir, não dá pra deixar Doncaster, me apaixonei por esse lugar, e por algumas pessoas que prefiro não comentar.

~~Continua~~

Harry That PrinceWhere stories live. Discover now