Capítulo cinco - Fim.

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"Se o (a)mar estiver forte, não adianta remar contra, deixe a maré te levar."

Eu fiquei duas semanas sem falar com Pablo. Apenas o mínimo sobre os seus filhos. Passei a ir para a faculdade à noite já que tinha saído de greve. Visitei os meus pais no final de semana, coisa que não fazia quando estava com ele. Tudo para não ficar por perto, ele era uma tentação ambulante.  E fazia muito mal para os meus sentimentos.

Não sei se estava sendo imatura. Mas a gente estava junto fazia um tempo e ele no final disse que eu era jovem e deveria curtir. Aquilo foi muito para mim.

Eu sentia falta dos seus toques, suas frases safadas. Ou até mesmos das madrugadas que conversávamos com Luz ou sobre os meninos.

Mas logo fui tentando esquecer aquela paixão errada. Encontrei um antigo amigo, o nome dele era Guilherme. Ele passou a me trazer todas as noites da faculdade para o condomínio. Algumas vezes quando eu entrava em casa encontrava a luz acesa do escritório do Pablo.

Hoje era um dia de sexta, e mais uma vez Gui me dava uma carona. O garoto era legal, estava definitivamente flertando comigo. Se fosse há outros tempos eu até que caia em seu papo, mas aquele devasso estava em meus pensamentos.

Desci do carro e o menino veio logo atrás, ele se aproximou e tocou meu rosto. Diferente das outras vezes, ele nunca tinha me tocado.

- O que foi? - perguntei.

- Eu quero fazer algo - falou meio nervoso.

Seus lábios selaram os meus, eu não sentir nada. Nenhum desejo possessivo, nem minha calcinha molhar com o seu toque.

- Solte-a - uma voz grave nos fez saltar e eu já sabia a quem pertencia.

- O que você quer Pablo? - perguntei o olhando.

Se pudesse sair fumaça por suas narinas, naquele momento sairia.  Ele me encarou ferozmente.

- Ei, cara, qual é o problema? - Guilherme perguntou.

- O problema é que você está beijando a boca que conhece todos os centímetros do meu pau - Pablo simplesmente disse.

Eu não acreditava no que tinha escutado. Ele realmente falou aquilo?

Olhei para Gui sem saber o que dizer, ele me soltou devagar.

- Ei - o chamei quando ele saiu.

- Você é problema - ainda o ouvir dizer.

- Sempre soube que era um frouxo - gritei.

Passei por Pablo caminhando duro. Quem ele pensava que era?

Sentir suas mãos segurarem meus braços. Encostei-me a seu peito e sentir sua respiração.

- Quem você pensa que é? - perguntei brava.

- Você fez mais alguma coisa com ele?

- Não é da sua conta!

- Não é da minha conta é o caralho - disse frustrado.

Soltei meus braços e o encarei. Ele estava só com sua calça de dormir, estava com o semblante totalmente cansado.

Mesmo assim continuava lindo.

Merda, droga de hormônios apaixonados por aqueles quadrados de chocolates da sua barriga.

- Senhor?  - a voz de Joana felizmente cortou o clima.

- Sim? - Pablo respondeu ainda me olhando.

- Desculpa atrapalhar. Mas o senhor vai deixar o Lucas ir para minha casa? Meu marido disse que ia ensinar a jogar buraco.

Uma babá apaixonada - Conto.Onde histórias criam vida. Descubra agora