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Os próximos dias na Clareira não poderiam ter sido melhores. Para mim, claro. Passei dias e noites inteiras com Thomas, e cada vez mais eu passava a ter a certeza de que gostava mesmo dele. Talvez até demais. Ou talvez não devesse. Principalmente num ambiente e situação de total caos em que vivemos, afinal, todos nós tínhamos coisas muito mais importantes para se preocupar. Mas eu simplesmente não conseguiria não ficar perto de Thomas. Todos aqui tinham ou procuravam uma distração para passar o dia esquecendo de que estavam presos em um labirinto sem saída e que não havíamos encontrado uma saída faz três anos.

Thomas era a minha. Nesse tempo que passei com ele pude conhecê-lo melhor. Ele era o cara que conseguia me fazer rir a toda hora, e me ajuda sempre que pode, por que é muito preocupado. E isso irrita ás vezes.

- Ainda bem que você veio, Tommy. - Acariciei seus cabelos e sorri enquanto o observava dormir. Estávamos no mesmo lugar onde havíamos nos beijado, alguns dias atrás. Esse lugar com certeza me trazia boas lembranças.

Eu estava totalmente sem sono, então meu passatempo foi alternar entre observar o céu estrelado e Thomas dormindo. Que era uma das minhas atividades favoritas agora. Já devia estar de madrugada, talvez.. duas ou três da manhã. Eu só podia escutar o barulho de vários grilos ao mesmo tempo. Tommy ajeitou-se em meu colo depois que eu passei a mão em seu rosto, e resmungou algo, irritado, logo depois voltando a dormir.

Encostei minha cabeça no tronco da árvore e fechei os olhos. Passaram-se alguns minutos e nada de sono. Tentei não pensarem nada, mas levei um susto ao ouvir um barulho vindo de algum lugar da clareira. Abri os olhos e vi uma pequena luz vermelha brilhando ao longe. Levantei-me lentamente e acomodei Tommy bem devagar para que ele não acordasse.

Andei a passos largos até a caixa. Tentei fazer o mínimo de barulho possível ao abri-la para que ninguém acordasse e eu apanhasse. Provavelmente de Gally. Ri com esse pensamento e finalmente consegui abrir as grades. Haviam algumas roupas e sapatos, como sempre pedíamos. O que estranhei era o fato dela ter subido essas horas, e de madrugada. E também alguns kits de primeiros socorros empilhados. Nós já tínhamos o bastante e quase nunca usávamos.

- Esse pessoal é bem estranho. - Pulei dentro do pequeno elevador e comecei a organizar e separar as coisas, e estranhei ao ver um pequeno bilhete preso em uma caixa. O peguei e não entendi o sentido da mensagem que haviam escrito nele. Passei alguns minutos lendo novamente, e nada. Dei de ombros e o deixei no mesmo lugar, para que de manhã eu pudesse mostrá-lo para Minho. Talvez fizesse algum sentido para ele.



Beautiful nightmares |NEWTMASOnde histórias criam vida. Descubra agora