Hoje é meu aniversário de 16 anos, e diferente da maioria das pessoas, eu não gosto de festas,nunca dei importância para aniversários.
Na verdade eu me sinto totalmente deslocada, como se eu pertencesse a outro mundo.
Não me sinto à vontade sendo como sou, a um tempo percebi que sou completamente diferente das pessoas a minha volta, principalmente das garotas da minha idade.
Eu não gosto de coisas cor de rosa, não gosto de balada, não curto ficar me esfregando com meninos e é claro, nem com meninas, prefiro lugares vazios, às vezes sinto minha garganta arder com o cheiro das pessoas, por isso procuro ficar o mais afastado possível delas.
Eu gosto da noite, onde tudo é mais tranquilo e silencioso.
Gosto de carne mal passada, ainda sangrando.
Adoro a cor dos meus olhos, nunca vi alguém com olhos negros como os meus.- Filha, desce aqui um instante - Gritou minha mãe ao pé da escada.
Me arrasto sem vontade nenhuma, pois tenho certeza que um bolo de aniversário está a minha espera.
Assim que chego na sala, lá está o meu pai com o bolo nos braços, os dois cantam Parabéns para você, e eu tento forçar um sorriso.
Não espero eles terminarem de cantar e sopro as velas que se apagam sem se atrever a acender novamente.
- Feliz aniversário filha - Diz minha mãe me abraçando e me conduzindo a cozinha.
Meu pai coloca o bolo na mesa e vem me abraçar também.
Retribuo o Abraço meio desajeitada, pode parecer estranho mas eu não sinto a mesma afinidade com ele como sinto com minha mãe, para ser franca eu não suporto meu pai, eu tento, mas algo dentro de mim o rejeita ferozmente.
- Vamos cortar o bolo - Fala ele todo animado.
- Eu não quero bolo, podem comer vocês.
- Que isso Cida, só um pedacinho - insiste ele.
- Cida ? Você sabe que eu odeio que me chame de Cida.Rosno.
- Desculpa Felicidade.
Ignoro o pedido de desculpas e volto para meu quarto.
Logo que entro e bato a porta minha mãe a abre e se senta na beirada da minha cama.
- Filha, você não pode agir daquele jeito com o seu pai.
- Eu sei mãe, mas não consigo agir de outro jeito, é mais forte do que eu.
- Você precisa tentar, seu pai te ama.Eu também queria poder dizer que o amo, mas não é possível.
- Mãe, eu sou mesmo filha dele?
Minha mãe arregala os olhos, provavelmente não esperando por essa pergunta.
- Eu sou? - insisto.
- Meu Deus Felicidade, que pergunta é essa?
- Responde minha mãe, ele é meu pai?
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Meu pai é um vampiro
VampireSe chamar Felicidade não é uma dádiva, não é a melhor coisa que se pode acontecer a alguém, mas descobrir ser filha de um vampiro, é assustador mas também pode ser incrível e empolgante. Felicidade é uma garota que cresceu sem compreender a si mesm...