the weight of the world keeps on dragging me down

83 11 19
                                    

No mundo existem dois tipos de pessoas quanto se trata de amor. Os que acreditam, que são aqueles que são aqueles que acham que amor verdadeiro realmente existe, mesmo que alguns não acreditem que vão necessariamente encontrar o seu; e os céticos, este são aqueles que na verdade não se importam e preferem ficar dentro da sua zona de conforto do que perseguir um conto de fadas. Na maioria das vezes as pessoas acabam escolhendo em que grupo elas se encaixam, mas essa também é uma consequência das influências que tiveram enquanto cresciam.
Mas este não é o nosso foco.

O mais importante é: estes dois garotos que você está prestes a conhecer não faziam parte de um mesmo grupo. Ainda assim, o destino pode ser maravilhoso de vez em quando por mostrar para as pessoas que se você realmente ama alguém, vocês ficaram juntos não importa o quão difícil sejam as circunstâncias.

°°°

Tudo começou com um triste garoto de seis anos chamado Bradley sentado nos degraus que levavam à varanda de sua nova casa. Ele tinha acabado de mudar de cidade por causa do emprego de seu pai e não tinha amigo algum. Eram férias de inverno e ele passava a maior parte do seu tempo em seu quarto lendo os livros que ganhara de aniversário. Ele sempre amou livros. Mas a sua mãe insistiu que ele precisava fazer novos amigos, então ela o fez ir para fora enquanto as crianças do bairro brincavam na neve. Ele era um desastre fazendo amigos, mas isso não pareceu importar para o garoto loiro que morava na casa marrom do outro lado da rua. Ele jogou uma bola de neve nele e convidou-o para fazer parte do seu time, ou como ele gostava de chamar, seu exército. 

Brad não era muito bom com esportes, mas todas as ferias lá estava ele, lado a lado com o menino loiro, que ele descobriu que se chamava Tristan, atacando o outro time com bolas de neve durante o inverno e armas de água durante o verão.

Eles viraram melhores amigos facilmente, mas serem melhores amigos não era o suficiente quando eles cresceram e se tornaram adolescentes. Bradley percebeu que ele gostava de Tristan durante o verão antes do ensino médio começar, mas estava com muito medo do que poderia acontecer se dissesse isso alto. Seu medo passou quando o loiro lhe beijou durante o Halloween. Eles não estavam com ânimo pra se fantasiarem e andar pelas ruas de porta em porta pedindo doces. Então eles ficaram dentro do quarto de Brad rindo e falando sobre coisas bobas.

No dia seguinte eles estavam namorando. Um pedido formal não era necessário. Não para Brad, que sabia o que sentia e conhecia Tristan, quem não se importava com formalidades e quanto mais pratico melhor. Mesmo que em alguns momentos fosse difícil aguentar algumas pessoas, eles não tiveram problemas com o seu namoro.

Mas tudo mudou o dia que o loiro se alistou no exército. O garoto de olhos castanhos sempre soube que aquele dia chegaria e temia-o. A ideia de Tristan ir embora sem a garantia de que voltaria o assustava muito e ele não conseguia mudar isso.

Eles tiveram uma discussão sobre seu namorado ir para o exército, mas não existia algo que Brad poderia dizer que faria o mais alto mudar de ideia. Ele sempre quis isso e não desistiria agora. Outros assuntos foram envolvidos, coisas das quais eles se arrependeriam foram ditas e eles estavam tão bravos depois daquele dia que não iriam falar com o outro por um bom tempo, evitando estar na mesma sala a não ser que fosse necessário.

°°°

Com sua mente flutuando num mar de culpa, tristeza, e ódio de si mesmo, ele observou através da janela de seu quarto o dia todo esperando pelo garoto aparecer. Mas ele não apareceu. A janela pela qual ele esgueirou-se centenas de vezes não se iluminou naquela noite e permaneceu daquele jeito pelos próximos oito anos.

Bradley foi para a faculdade e tentou seguir em frente, mas ainda havia algumas noites em que não conseguia dormir. Esses foram as piores noites . Ele perdeu a conta de quantas noites sem dormir ele passou chorando em sua cama, olhando para fotografias antigas, escrevendo cartas inacabadas que nunca seriam enviadas ou apenas olhando para a lua se perguntando se Tristan poderia vê-la de onde quer que estivesse .E ele podia.Depois de dois anos Tris foi enviado para o Oriente Médio para ir para a batalha, onde permaneceu por quatro anos. Batalhas não duram para sempre. Eles tinham sempre que estar preparados para o que quer que viesse a seguir, mas havia aqueles momentos em que eles podiam descansar um pouco e tentar tirar suas mentes do combate. Então ele iria olhar para um ponto aleatório e pensar em casa, em Brad. O loiro estava tão bravo com as coisas que ele disse quando ele foi embora e agora se arrepende de não ter se despedido.Olhando para a lua em noites de céu limpo ele lembrava das noites de verão que passou com seu namorado no telhado ou deitado no chão do quarto de Brad. Eles estariam em braços um do outro e... O sentimento é tão bom. O garoto de cabelo cacheado sempre foi muito mais romântico do que ele e isso acabou tornando-o mais romântico, mais carinhosoÀs vezes costumava a assustá-lo, ser tão ligado a alguém que poderia facilmente desistir dele e ir embora. Ele sabia que Bradley não faria isso e mesmo se ele o fizesse, Tristan nunca seria capaz de odiar seu pequeno soldado de guerras de bolas de neve e pistolas de água. Estar tão concentrado em não morrer no campo de batalha não lhe permitia ver as coisas que o cercavam. Um canteiro de flores tinha crescido a um canto esquecido da área de acampamento. Não era muito, mas havia vida crescendo em meio à morte e tragédia.

"Brad iria ver isso como um sinal de esperança." Tristan pensou com um sorriso. Uma carta de sua mãe havia chegado no dia anterior dizendo-lhe que o mais jovem iria se formar na faculdade em alguns de meses, então ele decidiu escrever-lhe uma carta. Ele pegou papel e uma caneta, sentou-se ao lado do canteiro e escreveu sobre o quanto ele estava orgulhoso dele, sentia falta dele e como o amava.

Palavras nunca tinha sido seu ponto forte, era o de Bradley. Às vezes ele se sentia como se o menino era melhor do que ele em tudo, embora ele soubesse que não era. Mas se o menino mais novo havia lhe ensinado alguma coisa, mesmo que indiretamente, era que amar alguém é adorar suas qualidades e aceitar seus defeitos.

Enquanto ele olhava aquelas flores, ele tentou encontrar algo que lhe lembrasse aqueles olhos castanhos que ele tanto amava. Infelizmente, havia somente flores vermelha e folhas verde escuro. Aquelas flores somente lembrariam aqueles olhos quando estivessem mortas e apodrecidas, ele percebeu, mesmo assim o marrom não seriam nada como daquelas íris sonhadoras.

°°°

Anos se passaram até o dia em que Tristan voltou para casa, deixando o exército para sempre. Para sua decepção, Bradley tinha mudado alguns anos antes. Depois que uma onda de tristeza o atingiu, a notícia de que ele estava trabalhando como professor na mesma escola que eles estudavam fez o seu dia melhor. Reunindo toda a coragem que lhe restava, Tris se decidiu e ele tinha certeza de que não iria perder o garoto de cabelo cacheado novamente.

Assim que Brad saiu da escola, juntamente com a imensidão de estudantes, uma figura incomum chamou sua atenção. Cabelo loiro brilhando no sol e um belo sorriso. Ele reconheceria que sorriso em qualquer lugar. Alguns passos rápidos e tudo o que ele via eram aqueles lindos olhos azuis brilhantes. Dois segundos depois seus olhos estavam fechados, havia braços fortes e quentes em volta do seu corpo e lábios gentis pressionados contra os seus.

°°°

Depois de alguns meses ainda parecia um conto de fadas apesar de todos os problemas que ainda tinham de enfrentar, desta vez juntos.

Em um dia como outro qualquer, a correspondência chegou de manhã cedo, enquanto Tristan ainda estava dormindo no quarto deles no andar de cima, mas Bradley já estava acordado. Entre os envelopes um velho acabou chamando sua atenção. Era todo colorido devido à quantidade de selos de lugares do mundo todo e um pouco esfarrapado. Dentro havia uma carta com uma letra familiar e algumas flores secas que um dia foram vermelhas.



the battlefield flowers | tradley | portuguese versionWhere stories live. Discover now