Prólogo

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Gaspar estava subindo o Morro vendo todos os homens de motos ou andando falando com ele e dando a mão dizendo algo do tipo: você é foda; você é o melhor; você manda aqui e outras coisas que Gaspar sentiu repulsa.
    O garoto estava quieto apenas subindo com suas mochilas nas costas e vendo que a sua desgraça chegou. Nunca mais veria seus amigos que deixaram na Zona Sul, seus professores e sua avó que fora obrigada a concordar que ele tinha que ir morar com no Morro com o pai. Mas a verdade era que Gaspar não queria; ele queria ficar na Zona Sul e ser feliz lá ao lado da avó, mas o pai dele bancou o bruto e ignorante e gritou que Gaspar tinha que ir com ele, pois seria respeitado no Morro e ninguém ousaria em mexer com ele.
    Mesmo sabendo da sexualidade do filho ele não deixaria vagabundo qualquer chegando perto do seu garoto, não. Queria o melhor para ele naquele local onde com toda a certeza ele vai ser feliz, mas não era isso o que estava estampado bem nos olhos verdes de Gaspar que estava em absoluto silêncio desde que chegara no início do morro.
    Quando chegaram em uma casa bonita com janelas de vidro pintadas de branco, o homem parou e analisou o local com um sorriso no rosto. Se virou para Gaspar que estava semicerrando seus olhos pelo local e o cutucou.
    - Está gostando, meu filho? - perguntou.
    Gaspar deu um sorriso forçado muito convincente.
    - Estou amando pai - mentiu. - Estou muito feliz com o nosso progresso - diz ironicamente que o homem um pouco mais velho não entendeu nada.
    Ele abriu a porta e entrou na casa toda decorada.
    - Eu sou o rei do Alemão, e você, o Príncipe que todos devem respeitar e nem chegar perto - o homem falou olhando para o filho que deu um falso sorriso de entusiasmo.
    Gaspar odiou ser o príncipe do morro, preferia ser o bom e velho Gaspar que vivia na casa da sua avó comendo bolinhos de chuva.

O Príncipe Do Morro Where stories live. Discover now