Capítulo Dezesseis

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Uma hora depois, eu já tinha me alimentado de quase todos ali presentes, e bebido todas as coisas alcoólicas ali disponíveis. E agora... bem, já estava começando a ficar entediada. Embora fosse uma distração, Lucca era muito sem graça, e não tinha aquele brilho que eu queria.

- Ah, não, vem cá - ele chamou, quando tentei levantar de seu colo. Sua mão parou em meu pulso, puxando.

Cerrei os dentes, as presas machucando a gengiva.

- Como? - minha voz saiu afiada, e me virei, mostrando os dentes.

- Fica parada aí - ele insistiu, sorrindo feito bobo. Ele estava quase desmaiando, eu percebia. Seu sangue até que era doce, embora não me satisfizesse como eu estava acostumada.

- Quer mais uma mordida? - perguntei, inclinando a cabeça.

- Mas é claro! - ele gargalhou, expondo o pescoço, já machucado. Um fio de sangue escorria por um dos furinhos das minhas presas, e lambi-o antes que manchasse a camisa.

- Só se se comportar! - ri, deixando o sangue escorrer da minha boca até o queixo. Rocei meus lábios nos seus, incentivando-o.

- Você é bem safada, não? - ele encaixou sua boca na minha, e tentei aproveitar seu beijo.

Você já beijou melhores, era o que a voz na minha cabeça dizia, aqueles dois, especificamente...

Ah, cale a boca, retruquei para meu consciente.

- Sou, sim - mordisquei seu lábio. Tão safada que está pensando em outro homem, enquanto beija este. O que? De onde meu subconsciente tirou isso?

Suas mãos desciam por minha cintura, causando-me calafrios involuntários. Mesmo não tendo nada com ele, eu ainda era uma mulher, e ele, um homem. Algumas coisas nunca mudavam, eu sendo vampira ou não.

- Vai me matar? - ele indagou, traçando beijos por meu pescoço.

- Ainda estou pensando no assunto - respondi, piscando.

- Então, pense bem - ele disse, encostando sua boca na minha.

Interrompi o beijo quando a porta do bar - que eu jurava ter trancado - se abriu, e um homem entrou. Cabelos cor de areia, alto e musculoso... O enjoo começou alguns segundos depois. O que o Caçador fazia ali? Será que o rastreador estivera em mim tempo o suficiente para ele nos encontrar? Merda!

Ah, merda dupla! Eu não podia fugir agora, ele me veria. Mas... todos ali estavam mordidos. O que ele pensaria? Era óbvio que sabia que eu estava ali! Mas como?

E então, percebi. A bruxa. Será que era do clã Luna? Ah, não! Mas que droga!

Eu precisava continuar agindo como se não o tivesse visto. Assim, quando ele se virasse de costas, eu poderia fugir.

- Me beija- pedi à Lucca. - E não diga meu nome.

Ele colou sua boca na minha, e puxou meu corpo para mais perto. Nervosa, gemi contra sua boca.

Eu estava tão preocupada em não ser vista pelo Caçador, que esqueci de vigia-lo. E esse foi meu primeiro erro. Só senti um puxão nos cabelos, e depois fui jogada contra a parede. Como estava muito bem alimentada, mal percebi o impacto.

- Achou que eu não fosse te encontrar? - ele me chutou, antes que eu tivesse a oportunidade de levantar. - Achou que poderia escapar de mim?

- Sinceramente, te acho tão idiota, que achei que pudesse, sim - eu poderia mantê-lo ocupado com conversa fiada. Isso. Boa ideia. Assim, ele demoraria mais para concluir o serviço, e eu talvez tivesse a chance de escapar.

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