Segunda parte

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- Tá bom, meninos, se é pra falar de diva pop, eu fico com a Madonna – concluiu a Júlia.

- Para tudo! – disse o Caio. – Madonna é rainha, meu bem. Eterna e insubstituível. Não cabe nem discussão, Madonna é um ser à parte.

- E vamos combinar que não existiria esse universo de divas pop se não fosse a eterna Madonna, não é? – falei.

- O Caio e a Júlia concordando em alguma coisa? Tô passada em vários tons de rosa! – brincou o Lipe.

- The power of Madonna... – sorri. – Só mesmo a rainha pra fazer esses dois pararem com as brigas.

Rimos todos.

Tentei voltar minha atenção ao que a Jéssica estava fazendo lá embaixo. Inútil! De repente, tudo aquilo se tornou totalmente desinteressante. Sem sal, sem emoção. Como a própria Jéssica, claro. Até o sofrimento dela para fazer tudo bonitinho, ficou chato. Deixei a Jéssica de lado e retomei o papo com os meus amigos. Continuamos por um bom tempo falando de música pop, de nossas divas e tudo o mais. Quase duas horas depois, bateu o cansaço e decidimos ir embora. Estávamos saindo, quando formos cercados... adivinha por quem? Pela Jéssica e suas cachorrinhas, evidentemente.

- Olha só, parece que o elenco de Priscila chegou na cidade – ela provocou.

- Priscila? Ai, meu Deus, Jéssica. Quando foi a última vez que você foi ao cinema, minha filha? Esse filme é tão antigo quanto essa sua maquiagem de biscate – devolveu o Caio.

- Olha aqui, garoto, biscate é a senhora sua mãe, tá me ouvindo?

- Ai que medo. Será que ela morde?

- Para, Caio – pedi.

- Mas eu não tô fazendo nada. A Jéssica é que tá nervosa. Relaxa, Loira. Ou vai afetar a raiz...

A Jéssica fez uma careta para o Caio.

- Quer saber? Eu é que não vou ficar aqui batendo boca com gente do seu tipo. Imagina. Eu, Jéssica, a presidenta da Comissão de Formatura, dando trela pra um bando de... de...

- De quê? – insistiu o Caio.

- De bichas!

- Garota, você é tão sem noção. Tenho pena de você – falei.

- E vocês são um bando de invejosos! Vieram aqui para colocar olho gordo na minha decoração. Mas quer saber? Não tô nem aí. Olhem pra decoração e morram de inveja!

- Morrer de inveja disso aí? – apontei para a decoração. – Realmente? Sem noção!

- Por quê? Minha decoração tá um arraso... tá belíssima... – ela disse sem muita certeza.

- Acho que seu conceito de beleza está um pouco equivocado, Jéssica.

- E quem falou com você, Júlia? Eu nem me dirigi a você, garota! Te enxerga.

- Ai, gente, cansei dessa briguinha. Cansei dessa garota uó! Vamos? – sugeri.

A Jéssica bufou.

- Esse será o melhor baile que essa cidade já viu. Se quiserem, podem aparecer. Isso se tiverem dinheiro, claro.

O Caio se aproximou da Jéssica, jogando a sua enorme franja (devidamente alisada) para a direita.

- Meu bem, com a mesada que eu recebo dos meus pais, eu posso comprar umas três Jéssicas melhores do que você. Portanto, não se preocupe, querida. Nós estaremos na sua festa. E vamos arrasar!

A Jéssica colocou a mão na cintura e deu um sorrisinho amarelo.

- Tudo bem então...

A garota jogou os cabelos para trás e fechou a cara. Estalou os dedos e duas outras garotas – que não desgrudavam dela um segundo – colocaram-se ao seu lado.

NÃO EXISTE AMOR ERRADO Cap. 01Onde as histórias ganham vida. Descobre agora