Capítulo 19

911 107 39
                                    


- Débora? Sério? Por quê você nunca me contou isso? Meu Deus, eu preciso juntar vocês dois! Minha nossa, Gabriel vai enlouquecer quando souber que você continua hétero.

Estela nunca gostou de bancar a "cupido", achava ridículo essas pessoas que achavam que conseguiam juntar casais e muitas vezes mais atrapalhavam que ajudavam, mas não se importou em se classificar como cupido daquele casal pois estava imensamente feliz com aquilo. Débora e Jorge! Quem diria? Eles mal se falavam na empresa, na verdade, Estela achava que só eram amigos pois ela mesma os obrigava a se tolerarem. Estava gritando dentro do carro do amigo.

- Ei! Eu nunca deixei de ser hétero! De onde vocês tiraram essa ideia? - Jorge disse, surpreso enquanto dirigia.

- Gabriel tem uma teoria de que todos os homens bonitos demais ou são gays ou vão se tornar. Como você já namorou aquela garota lá do setor de Comunicação, achamos que você estivesse na segunda categoria. - Estela disse simplesmente, tirando algumas lascas do esmalte vermelho do dedo médio.

- Eu só não te jogo do carro agora mesmo por você duvidar da minha sexualidade porque você também disse que sou bonito - Falou, passando a mãos nos cachos. Estela riu alto.

- Como tenho faculdade amanhã cedo, sugiro que você vá à minha casa para suas possíveis perguntas. Aliás, eu peço uma pizza porque... Você sabe, né?

Todos seus amigos sabiam do desastre que Estela era na cozinha, com direito a microondas em explosão, forno pegando fogo e pia entupida. Ela simplesmente não tinha mão para isso. Por isso Jorge riu concordando quando Estela sugeriu uma pizza.

Jorge estacionou em frente ao prédio de Estela, que já estava com o celular na orelha pedindo a pizza. Subiram até o apartamento da garota, conversando sobre como Jorge havia começado a se interessar por Débora.

- Ah, Estela, ela é linda, todo mundo sabe disso. Eu sempre a notei mas nunca tentei nada porque sabe, ela não ia me dar bola alguma. Mas um dia eu fiquei até tarde na empresa pra pegar um arquivo que alguém havia esquecido de enviar para o departamento de revisão. - Apontou para Estela enquanto enfatizava o "alguém". - E ela quase me trancou dentro da sala. Nesse dia ficamos por mais uma hora rindo e conversando, foi quando eu vi quão incrível ela é. - Jorge falou, olhando para o chão, desviando o olhar encantado que Estela dava.

- Você é um amor, meu Deus, Jorge! Olha, se não fosse eu esquecer de mandar o arquivo, vocês nunca estariam gostando um do outro! Me agradeçam depois. - Estela falou empinando o nariz enquanto saía do elevador. Jorge riu alto.

- Gostando um do outro? Que eu saiba só eu tenho interesse nessa relação. A Débora nem se importa com isso. - Falou meio desconcertado e decepcionado. Estela faltou rir na cara do colega.

- Poupe-me, Jorge! Ela está tão na sua quanto eu estou na de Mark Ruffalo. Ela suspirou depois que vocês separaram o abraço! Dá pra entender a gravidade disso?

Jorge queria falar que não, não fazia ideia da gravidade disso e não entendia nada do que Estela falava, mas a surpresa no rosto da garota quando abriu a porta de casa o assustou e ele correu para ver o que a surpreendia tanto. Raul Lancaster, sentado na sala, conversando com Nicolas.

- Olá, Felliciolli! Trouxe pizza de pepperoni, seu irmão falou que era sua preferida. - Raul falou se levantando do sofá e indo abraçar a garota. Não a saudou com nada além de um abraço pois estava com medo do que aquela aproximação significaria.

- Oi, Raul. - Estela disse sem muito ânimo, ainda um pouco pálida com a repentina aparição do "seja lá como deve se chamar alguém com quem você só ficou uma noite". O quê diabos ele fazia ali? Ele não disse que voltava na terça?

Sobre as EstrelasWhere stories live. Discover now