Capítulo 23

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Alex Narrando

Droga, pensei. Isso vai dar merda.
- Pai? - Falei me aproximando dos dois. - O que faz aqui? E tão cedo!
Ele ergueu uma sombrancelha.
- Seu pai não pode vir lhe visitar só porque sentiu sua falta? Precisa de motivo maior que esse? - E abriu os braços me chamando para um abraço. - Venha cá, meu menino!
Levantei uma sombrancelha. Suíço era suspeito.
Sam sorriu.
Fingi parecer feliz mas sabia que tinha algo errado, meu pai não era de abraços.
Eu me aproximei e o abracei apertado.
- O que ela faz aqui? - Ele sussurrou no meu ouvido.
- Depois explico. - Sussurrei devolta.
- É bom que seja um ótimo motivo!
E me afastei dele sorrindo falsamente assim como sei que ele estava sorrindo.
Ele se virou para Samantha e sorriu.
- Como está, minha querida?
- Bem, bem, senhor. - Sam disse simpática e meiga como sempre.
- Que bom, que bom.
Samantha se virou pra mim e disse:
- Bem, já vou indo, se não vou me atrasar, te vejo mais tarde.
- Não! Vamos juntos. - Falei já ficando ao seu lado.
Ela sorriu para meu pai.
- Vocês tem coisas para tratar e eu tenho horário pra entrar. - E foi para a porta. - Foi um prazer vê lo novamente, senhor.
- O mesmo, querida. - Meu pai disse daquele modo descaradamente falso.
Eu tentei esconder meu desprezo naquele momento.
Quando Sam fechou a porta, meu pai se virou para mim já com a feição séria.
- Comece a explicar.
- Sam está passando por problemas difíceis.. achei melhor ela ficar aqui na última noite para poder cuidar dela..
- Cuidar? - Ele riu. - Você não cuida de ninguém. Eu te conheço bem.. vocês tiveram relações, não foi?
Mordi o lábio inferior, não queria responder aquilo.
- Eu sabia. - Disse já concluindo tudo.
- Mas é mais do que sexo, pai! Eu a amo.
- A ama? - Riu como se aquilo fosse uma piada - Você não sabe o que é amar, garoto. É muito novo pra isso.
- Eu já não sou mais um menino, pai.
Ele me olhou em silêncio.
- Você sabe o que faz da vida, só cuidado para esta garota não tentar se aproveitar de você.
- Ela não é desse tipo.
Ele riu alto.
- Nenhuma parece ser desse tipo no começo, filho. Nenhuma.
Um segundo de silêncio.
- Por quê veio?
- Vim para ver como estava.. é estranho não conviver mais com você.
Esbocei um sorriso.
- Como eu disse, eu já não sou mais um menino, pai. Eu já sei me virar sozinho.
Ele deu de ombros.
- Bem, vou indo. Mas não esqueça, você sabe o que penso desse relacionamento e o que os outros vão pensar também.
Eu o olhei no fundo dos olhos, queria dizer que não me importava com a opinião de ninguém, mas para evitar mais intrigas, eu apenas assenti com a cabeça.
- Fique bem, pai.
- Você também, filho. - E saiu fechando a porta atrás de si.

*****

Era fim da manhã quando saí da sala e fui procurar Sam na loja para almoçarmos juntos.
- Ela saiu. - Alice disse pondo a alça de sua bolsa em seu ombro.
- Para onde? - Perguntei sem saber de nada.
- Sei lá, só disse que ia almoçar fora hoje. Faz uns dois minutos que ela deixou a loja então acho que se você correr, ainda encontrará ela na saída ..
Assenti com a cabeça e saí quase correndo atrás de Sam.
Para onde ela iria no horário de almoço?
Tinha muita gente naquele horário do shopping por causa dos restaurantes que estavam lotando então era difícil passar por aquela multidão sem trombar em alguém.
Logo encontrei uma garota de costas quase na saída, os cabelos loiros eram familiares então decidi ir até ela.
- Sam ?!
Pus a mão em seu ombro mas quando ela se virou, vi que não era quem eu pensava.
- Perdão.
Ela me deu um pequeno sorriso, o rosto demonstrando que estava constrangida pela situação e se afastou.
- Droga! - Falei olhando em volta.
- Alex ? - Alguém chamou atrás de mim.
E virei e a encontrei vindo em minha direção.
- Onde você estava? - Perguntei.
- No banheiro.. - Disse já perto de mim.
- Vai a algum lugar?
- Sim, eu vou sair e volto a tempo do segundo período.
- Onde vai?
- Ahn.. - E olhou para baixo e depois para mim novamente. - Eu ia esperar mais antes de lhe contar porque não tem nada confirmado ainda, mas..
- Mas.. ? - Eu estava preocupado.
- Alex, talvez eu me torne modelo.
Não posso negar que aquelas palavras me deixaram surpresos.
- Como assim?
- Aquele que veio aqui comigo outro dia, Nathan.. bem, ele não é meu primo. Eu o conheci quando ele veio a loja comprar um presente para um familiar e ele está me ajudando com isso.. nós fomos em uma empresa e lá me disseram que tenho chances de entrar para o ramo.
- Ah..
- Tudo bem por você, não é? - Ela perguntou.
Eu assenti com a cabeça.
- Estou feliz por você. - Consegui dizer.
Samantha deu um de seus belos sorrisos.
- Que bom! - E me abraçou. - Mas não há nada confirmado ainda..
- Mas haverá. - Assegurei quando ela se afastou para me encarar novamente. - Você é linda, logo receberá uma grande proposta. É só questão de tempo.
Ela abriu mais o sorriso.
- Obrigada. Pelo menos, se isso der certo, seu pai não vai ter problemas com nosso relacionamento..
Uni as sombrancelhas. Como ela sabia daquilo?
- O quê?
Sam levantou uma sombrancelha
- Eu sei que seu pai é contra nosso relacionamento por causa da nossa "diferença de classe", não precisa mais me esconder isso. Eu já sei de tudo.

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Já tenho o fim em mente, mas. falta uma coisa q não posso deixar de escrever antes disso.. por isso a demora.. não sei como juntar, mas darei um jeito.

Fiquem bem, pessoas!

Um Coreano Em Minha VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora