Estou encarando essa porcaria de folha já faz, no mínimo, uns vinte minutos e ainda não faço ideia do que fazer. Ou de, ao menos, como dar início a esse manual.
— Comece do começo — sugeriu Camila ao ter sua grande ideia. — Fale um pouco sobre você e depois explique como chegamos até aqui.
Ok... Então, lá vou eu.
Meu nome é Lorena de Souza Gomez. Tenho 15 anos, completados em agosto do ano passado. O ruivo do meu cabelo é mais falso que nota de 3 reais e, graças a família de postes do meu pai, tenho 1,74 m de altura. Minha miopia é tão forte que se meu grau aumentar só mais um pouco eu posso dispensar os óculos e arranjar um cão guia. Sou extremamente viciada em café, desde o aroma do pó ainda na embalagem até o calor confortável e a sensação dele descendo pela garganta. Adoro basquete, mas pareço uma mosca morta jogando. Estou solteira desde... Bem, desde sempre. E eu não posso dizer que sou popular — não como a Camila — mas ao menos as pessoas sabem meu nome.
Acho que isso é tudo sobre mim, bem... Tudo o que é, no mínimo, um pouco interessante.
Essa manhã acordei sem nenhuma — sério, nenhuma, nada, 0, nadica de nada, menos que nada — vontade de ir para escola. Vamos combinar que, no terceiro dia de aula, é esperado que eu já tivesse feito algum amigo. Mas não, eu não fiz. Então, mesmo que eu estivesse rodeada de pessoas que me conheciam e eram meus colegas, eu me sentia extremamente sozinha.
YOU ARE READING
Manual (muito útil) de como sobreviver ao Ensino Médio || EM REVISÃO
Teen FictionO fim do Ensino Fundamental é algo lindo. Formatura, festas, amizades que acreditamos que irão durar por todo o resto da nossa vida. O sonho para o Ensino Médio consegue ser ainda mais apetitoso aos olhos. Seria tudo perfeito, se não tivessem esquec...