Conectados - DEGUSTAÇÃO.

Capítulo 1

Desculpe se houver erros.

Toc! Toc!

— Mmm... — Resmungo enfiando o rosto em meu travesseiro.

TOC! TOC!

— Que porra! — Levanto-me como se tivesse dois pés esquerdos, tropeço em várias coisas à minha frente e quando finalmente consigo sair do quarto, olho para o relógio na cozinha, são exatamente 07:15h, o que significa: MADRUGADA!

TOC! TOC! TOC! TOC!

— Grrrrr!!! É bom ser caso de vida ou morte! — Grito ao abrir a porta.

— Clary? Clary Daphné? — Um sujeito alto e grande murmura com a testa franzida ao ver minha expressão irritada. O observei rapidamente, camisa social com mangas arregaçadas e colarinho aberto, provavelmente trabalha em algum lugar formal, mas fora de lá tende, demonstrar sua informalidade, tive a certeza quando deslizei meus olhos por sua calça jeans e seus tênis all star.

— Sim. — Resmunguei o olhando de má vontade, sua maneira de ajeitar os óculos de armadura preta e quadrada demonstrou que ele queria se impor, mas o pobre homem não conhecia Clary Daphné com sono. Cruzei os braços totalmente ciente que vestia apenas uma camiseta do Batman e meias.

— Vim a trabalho, bem, quero contratá-la. — Murmurou arrumando a postura, ficando mais ereto e seguro de si.

— E tinha que aparecer de madrugada?!

— São mais de 07:00hs, achei uma hora bem razoável para começar um negócio!

— Ainda é madrugada!

— Bem, mas eu... — O interrompi.

— Volte às 14:30h!

— O quê?!

— É isso que escutou! — Bati a porta em sua cara e voltei para minha cama. Trabalho ou não, teria que esperar minhas sagradas horas de sono, meu QI agradecia.

***

Toc! Toc!

Levantei meus olhos da tela do notebook e olhei para o relógio, 14:30h, só poderia ser o sujeito da manhã. Lá vamos nós!

— Olá. — Murmurei amavelmente ao abrir a porta e ajeitar meus óculos, que por coincidência pareciam muito com o dele.

— Você bateu a porta na minha cara, e agora vem com um simples: Olá? — Seus braços se cruzaram a frente do corpo. Ele vestia a mesma roupa, mas agora mais acordada conseguia reparar melhor, seus ombros eram largos e suas pernas compridas, com toda certeza seus músculos eram firmes. Não me parecia ser o estilo homem Rambo, todo trincado, era gostoso, mas na medida certa. Por trás da armadura de seus óculos pude ver seus olhos verdes, sua barba estava rala e seus cabelos castanhos claros penteados de maneira correta.

— Você voltou, o que quer dizer que precisa de mim. Então, vá se acostumando com meu jeito e a primeira regra é: nunca, jamais, me acorde cedo. Venha, entre. — Caminhei de volta a minha sala, deixando o caminho livre para que ele me acompanhasse.

— Já te disseram que você não é nada profissional?! — Seu tom me chamou a atenção.

— Nada profissional? Não está começando bem mesmo, hein?! — Me joguei ao sofá apoiando os pés descalços na mesinha a minha frente. Ele por outro lado puxou o tecido da calça para que ficasse mais confortável ao se sentar no sofá a minha frente, seus cotovelos se apoiaram sobre as coxas e em suas mãos desdobrou uma folha. Com certeza pesquisou minha vida, o que não me surpreende, seria o mínimo que alguém poderia fazer.